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domingo, novembro 24, 2024
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Nutrição – A base para uma lavoura forte de jiló

Autores

Juliana Aparecida dos Santos
Engenheira agrônoma e doutoranda em Agronomia/Horticultura – UNESP
juliana.aparecida@unesp.br
Andres Felipe Gaona
Mestre e doutorando em Agronomia/Energia na Agricultura – UNESP
andresgaona80@gmail.com

Créditos Luize Hess

O jiloeiro é uma hortaliça tropical, sendo considerado uma planta rústica, que pode ser cultivada em diversos tipos de solo, tolerante à acidez, porém, não tolera excesso de água no solo.

Cuidados nutricionais

O manejo de nutrição da cultura do jiló deve ser baseado na análise do solo, sendo que a aplicação de fertilizantes de forma incorreta pode ocasionar a redução da produtividade. A aplicação de doses adequadas de fósforo pode proporcionar boas produtividades. Durante o desenvolvimento da cultura, a boa distribuição de nitrogênio e potássio pode proporcionar maior pegamento de flores e formação de maior número de frutos de padrão comercial.

Para a cultura do jiló, são mais favoráveis os solos bem drenados, de textura média, com pH entre 5,5 a 6,8 e com saturação de bases acima de 70%.

Considerando-se a dosagem, a forma e a época de aplicação de corretivos e fertilizantes, a nutrição correta contribuirá para o aumento da produtividade e da qualidade do jiló.

Solo equilibrado

Para o cultivo de jiló recomenda-se realizar a calagem em solos com pH inferior a 5,5 e teor de alumínio superior a 0,2 cmolc/dm³. Deve-se incorporar esterco de curral curtido ou compostado na dose de 20 a 40 t/ha, esterco de galinha curtido ou compostado na dose de 5,0 a 10 t/ha, 10 a 15 dias antes do plantio, nos sulcos ou nas covas, sendo as maiores doses para solos arenosos ou pobres em matéria orgânica.

No sulco ou nas covas de plantio, de 10 a 15 dias antes do plantio, deve-se aplicar todo o fósforo e parte dos fertilizantes contendo nitrogênio e K2O (nitrato e sulfato de potássio). No plantio, devem ser aplicados 1,0 kg de boro, 3,0 kg de zinco e de 10 a 30 kg de enxofre/ha.

A cada 15 dias, deve-se aplicar em cobertura o restante dos fertilizantes contendo nitrogênio e potássio.

Erros

A aplicação de doses excessivas de fertilizantes pode causar a redução da produtividade pela queda no número de frutos. A utilização de doses de fósforo em excesso reduz o crescimento das raízes.

A distribuição incorreta de fertilizantes que fornecem nitrogênio e potássio ao longo do desenvolvimento da cultura pode ocasionar menor pegamento de flores e reduzir o número de frutos de boa qualidade. 

Para que esta nutrição seja feita corretamente, evitando-se erros, deve-se realizar a análise de solo previamente ao plantio, realizada com auxílio de um profissional, obtendo-se, desta forma, os teores de nutrientes disponíveis e deficientes da área a ser cultivada.

Resultados práticos em campo

Em estudo realizado na Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) no município de Cassilândia (MS), para a cultura do jiló irrigado submetido a diferentes doses de fósforo aplicadas na cova de plantio, observou-se que a adubação fosfatada no plantio ocasionou aumento da produtividade de frutos por hectare, sendo a dose de 1.590 kg ha-1 de superfosfato simples a de maior eficiência, que é o equivalente a 286,2 kg de P2O5.

Observa-se uma carência de informações atualizadas referentes ao manejo nutricional da cultura do jiló, tornando-se de extrema importância a realização de mais estudos e a divulgação de seus resultados, permitindo, desta forma, apoio técnico para o aumento da produtividade da cultura e a otimização dos custos de produção.

Custo

Os custos com a nutrição da cultura do jiló, incluindo os insumos (adubos minerais e orgânicos) e serviços podem chegar até 33% do custo total de produção por hectare, dependendo da região onde será realizado o cultivo e do nível tecnológico aplicado. O uso da fertirrigação pode ser uma opção para reduzir os custos com adubos e mão de obra.

O custo-benefício do manejo de nutrição da cultura do jiló dependerá da demanda do mercado consumidor que se deseja atingir, bem como de cada região, uma vez que os custos com insumos e mão de obra são variáveis.

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