Corretamente nutrida, a batata responde com altas produtividades
O cultivo da batata constitui uma das mais importantes atividades agrícolas brasileiras. As atividades agronômicas correlacionadas à bataticultura têm se desenvolvido por várias regiões do país.
No tocante à nutrição mineral, pode-se dizer que se trata de uma cultura altamente exigente, sendo responsável por um elevado consumo de fertilizantes. Contudo, não se pode caracterizar a totalidade dos processos de adubação como adequados às características agronômicas da cultura.
Em muitos casos, são verificadas aplicações excessivas de fertilizantes. E mais, são comuns os casos em que sequer são coletadas amostras para a análise quÃmica da terra e a determinação da fertilidade do solo destinado ao cultivo da batata. Este quadro remete a uma situação na qual há um uso indiscriminado de fertilizantes, cuja consequência direta é a redução do rendimento financeiro proveniente do cultivo.
Uma planta nutrida adequadamente alcança maior resistência à deficiência hÃdrica e ao ataque de pragas e doenças. As produtividades alcançadas são maiores, e a qualidade do produto final é superior. O resultado é uma otimização no retorno econômico em função do capital investido pelo agricultor.
Erros fatais
Além de um sistema radicular raso, Pedro Hayashi, engenheiro agrônomo, consultor e melhorista de batata, verifica uma tendência, por parte dos produtores, de não fazer a correção do solo com receio do aparecimento da sarna comum. “Essa prática diminui a quantidade de cálcio e magnésio, além de aumentar a possibilidade de fixação do fósforo, elementos primordiais para uma boa produtividade“, lamenta.
Adubação parcelada
Gildo José Faria, membro da diretoria de projetos da Agroplan ““ UFV, diz que a utilização de fertilizantes químicos é primordial para uma alta produtividade na cultura da batata: “esse manejo, utilizado de forma adequada, pode alcançar produtividades de 30 a 50 t/ha“, indica.
Anualmente 15% do custo total da produção são destinados aos fertilizantes. Assim, a adubação parcelada proporciona menores custos, maior eficiência e, principalmente, menores perdas.
“É de fundamental importância o parcelamento da adubação nitrogenada e potássica na cultura da batata. Essa prática é vantajosa por evitar perdas por lixiviação e volatilização, reduzir o efeito salino, que pode causar injúria à batata-semente e prejudicar o seu desenvolvimento. A sugestão é que se aplique 2,4 t/ ha do formulado 4-14-8, distribuindo pelo sulco de plantio e sendo misturado ao solo, evitando o contato direto, que pode ocasionar queima da batata-semente. Passados 15 dias da primeira adubação, deve-se fazer uma nova aplicação de 1,1 t/ ha, pois após esse período a batata já nasceu. A adubação de cobertura deve ser feita no início da formação dos tubérculos, aproximadamente aos 30-35 dias do plantio, aplicando-se 400 kg/ha do formulado 12-6-12, lateralmente às fileiras das plantas. Essa aplicação deve ser feita antes da amontoa“, detalha Gildo Faria.
Mas, ele alerta que, para obter uma adubação eficiente, é necessária uma diagnose correta sobre a fertilidade natural da área plantada, uma análise foliar e um histórico do local. Portanto, a partir dessas características pode-se fazer uma recomendação adequada para posterior sucesso da lavoura.
Cuidados
Pedro Hayashi concorda com Gildo. “Para uma boa produtividade, vários fatores devem ser considerados. Em primeiro lugar, uma análise de solo para saber em que condição se encontra o perfil. A calagem, se necessária, deve ser feita principalmente visando à elevação da saturação de bases. Além disso, deve-se saber se a região escolhida oferece as condições climáticas ideais para o bom desenvolvimento da lavoura, e nunca exagerar na dosagem no sulco de plantio, principalmente com os fertilizantes potássicos, sejam eles na forma de cloreto ou sulfato“, adverte.