José Augusto dos Santos Neto
Doutor em Solos e Nutrição de Plantas e professor da Unimontes
Helena Souza Nascimento Santos
Engenheira agrônoma
A nutrição mineral é um fator importante na qualidade do fruto do maracujazeiro, pois eleva o conteúdo dos sólidos solúveis totais (SST).
A correção e a fertilização do solo devem ser feitas de acordo com a análise de solo. Deve-se fazer um plano de amostragem, que consiste em dividir a área em glebas homogêneas. Após a estratificação da área, caminhar em zigue-zague em toda a gleba e coletar no mÃnimo 20 amostras simples, 0-20 e 20-40 cm de profundidade. Depois das amostras coletadas, realizar o quarteamento e enviar uma porção (250 g) para o laboratório para as análises de rotina.
Manejo
Após a interpretação da análise de solo, caso necessite de calagem ou gessagem, deve-se aplicar de 30 a 60 dias antes do plantio, incorporando ao solo a 30 cm de profundidade.
A adubação de plantio, por metro linear, deverá ser realizada 30 a 60 dias antes do plantio, tendo como sugestão a aplicação de 12 L de esterco de curral; 200 g de calcário dolomÃtico; 1,0 kg de superfosfato simples; 0,5 kg de termofosfato; 50 g de FTE BR12 ou 20 g de sulfato de zinco + 10 g de bóraxe 100 g de cloreto de potássio.
Para suprir eventuais deficiências de micronutrientes e adubar com nitrogênio, recomenda-se fazer de três a quatro aplicações anuais com 300 g de sulfato de zinco,100 g de ácido bórico e 500 g de ureia para cada 100 litros de água.
Exigênciasnutricionais
Os nutrientes mais exigidos pelo maracujazeiro até os 262 dias após o plantio são, na ordem: N>K>Ca>S>Mg>P>B>Mn>Zn>Cu>Mo. Segundo Haag et al. (1973), a remoção de nutrientes por toda a planta do maracujá amarelo, aos 370 dias de idade, incluindo os frutos, são de 205 kg de N; 184 kg de K; 152 kg de Ca; 25 kg de S; 17 kg de P; 14 kg de Mg; 2,8 kg de Mn; 779 g de Fe; 317 g de Zn; 296 g de B e 199 g de Cu por hectare.
A adubação deve ser realizada na correção do solo, no plantio, na formação e na produção. A quantidade varia conforme a análise de solo. O adubo deve ser adicionado 10 a 30 cm afastado do caule, dependendo da idade. A seguir estão sugestões de adubação para solos pobres em nutrientes e matéria orgânica.
Na adubação de formação deve-se adicionar, após 30 dias de plantio, 10 g/planta de N, aos 60 dias 20g, aos 90 dias 30 g e aos 120 dias 40 g/planta de N. A fonte vai depender do custo do insumo da região, podendo ser ureia, sulfato de amônio, nitrato de cálcio ou outras fontes. Em relação ao potássio, aplicar na mesma época, nas mesmas doses, porém em K2O na forma de cloreto de potássio ou sulfato de potássio.
Quando a planta estiver apta para produção, deve-se adubar conforme a produtividade esperada e o nível tecnológico utilizado. Considerando uma produtividade em torno de 30 t/ha, recomenda-se adicionar 100 kg/ha de P2O5uma única vez em forma solúvel (superfosfato simples, superfosfato triplo, MAP ou DAP).
A adubação nitrogenada e potássica deve ser parcelada o máximo que possível para evitar perdas dos nutrientes. Recomenda-se 100 kg/ha de N e 300 kg/ha de K2O. Em solos arenosos adubar quinzenalmente, solos mais argilosos mensalmente e caso utilize fertirrigação realizar semanalmente.