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domingo, novembro 24, 2024
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Nutrição via folha é benéfica para o pepineiro

Douglas José Marques

Professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano-UNIFENAS

douglas.marques@unifenas.br

Hudson Carvalho Bianchini

Professor de Fertilidade do Solo da Universidade José do Rosário Vellano-UNIFENAS

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O cultivo continuado de certas áreas ocasiona deficiências de nutrientes minerais que muitas vezes não são corrigidos com adubações no solo. Nestes casos, pulverizações foliares, principalmente com micronutrientes, propiciam uma correção eficiente.

Como a parte aérea das plantas possui a capacidade de absorver água e nutrientes, a prática da adubação foliar é viável e eficiente para o cultivo de hortaliças de qualidade associado à alta produtividade, entre as quais se destaca o pepino.

Condições para o cultivo

A cultura do pepino adapta-se melhor às seguintes condições:

â–º Solos de textura média, leves, embora a cultura tolere solos argilosos;

â–º A faixa ideal de pH dos solos deve estar entre 5,5 a 6,8;

â–º A saturação por bases ideal para a cultura deve estar em torno de 70%. Se no solo o valor for inferior, este aumento ocorre por meio da prática da calagem;

â–º A adubação orgânica e a fosfatagem corretiva efetuadas semanas antes da semeadura ou do transplante favorecem o desenvolvimento da cultura;

â–º O uso adequado do potássio, além de elevar a produtividade, favorece a qualidade dos frutos;

â–º Para a cultura tutorada, no plantio geralmente é recomendada a aplicação de 50 kg ha-1 de N, 250-400 kg ha-1 de P2O5 e 100-180 kg ha-1 de K2O. As cultivares que são conduzidas em cultura rasteira exigem menos nutrientes, sugerindo-se aplicar no plantio metade das doses sugeridas para as culturas tutoradas;

â–º A adubação em cobertura deve ser parcelada em três ou mais aplicações, utilizando 100-150 kg ha-1 e 50-80 kg ha-1 de K2O. A primeira adubação em cobertura deve ser feita no início do crescimento da planta, após o desbaste ou transplante da muda, sem aplicação de K. A segunda adubação de cobertura ocorre no início da floração, incluindo a aplicação com K e as demais durante o período de colheita, também incluindo o K;

â–º Aplicações complementares de N em cobertura, realizadas quinzenalmente, aumentam o número de flores femininas, favorecendo também o pegamento e o desenvolvimento dos frutos;

â–º Em solos pobres em micronutrientes, podem-se aplicar 1 kg ha-1 de boro; 2 kg ha-1 de zinco, utilizando os fertilizantes bórax e sulfato de zinco, alternativamente. Esses micronutrientes podem ser aplicados via foliar, de forma alternada.

O acompanhamento técnico é fundamental na adubação foliar - Crédito Valter Arthur
O acompanhamento técnico é fundamental na adubação foliar – Crédito Valter Arthur

Para cada fase

Geralmente o fornecimento dos nutrientes pelo solo é menor que a exigência da cultura, fazendo-se necessário recorrer ao uso de adubação para o pepino. A fase de implantação da cultura e a fase de produção são as mais importantes, havendo necessidade de maior cuidado na adubação.

Os principais critérios que devem ser considerados na adubação são:

1) Determinação dos elementos que são limitantes

  • Observação visual de sintomas de carência nutricional, avaliando anormalidades visíveis e específicas desses elementos;
  • Análise do solo para avaliação quantitativa dos elementos em falta;
  • Diagnose foliar para avaliar a absorção de nutrientes do solo.

Adubação foliar corrige as deficiências de micronutrientes - Crédito Shutterstock
Adubação foliar corrige as deficiências de micronutrientes – Crédito Shutterstock

2) Estabelecimento das quantidades necessárias

  • Análise da planta para determinar as quantidades dos elementos exigidos;
  • Análise do solo, calibrada com ensaios de adubação, indicando as quantidades a serem aplicadas.

3) Época de aplicação

  • Determinação dos períodos de maior exigência nutricional da cultura para o fornecimento dos elementos em épocas específicas, seguido de observação do seu efeito na produção e na composição da planta.

4) Localização

  • Distribuição das raízes absorventes, por observação direta ou por medida da avaliação da absorção do elemento colocado em diferentes posições no solo;
  • Comportamento do elemento no solo em função dos mecanismos que determinam o contato entre o elemento e a raiz.

5) Rentabilidade

  • Análises da relação entre preço dos insumos utilizados e o lucro obtido.

Crédito Shutterstock
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6) Efeito na qualidade do produto colhido

  • A nutrição mineral de plantas está envolvida diretamente na sua produtividade e na qualidade do produto obtido. Àexceção do boro, todos os outros elementos essenciais às plantas também o são aos animais e ao homem. Análises químicas ou sensoriais podem ser usadas para avaliar as alterações provocadas pela adubação na composição do produto ou na sua aceitação pelo consumidor.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de julho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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