17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Grãos Nutrirrigação possibilita chegar a 210 sacas de milho por hectare

Nutrirrigação possibilita chegar a 210 sacas de milho por hectare

Por que alguns produtores conseguem colher 210 sacas de milho por hectare e outros continuam na média de 80?

 

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A classe agricultora está cada vez mais tecnificada, atualizada e veloz. Ter uma agricultura de precisão, cuidar da área, manejo de solo, controle de doenças e pragas, aplicação de fertilizantes, controle da população das plantas e irrigação sustentável são fundamentais para garantir altos números e bom rendimento.

E, sem dúvida, as pesquisas comprovam – irrigar é preciso, independente dos períodos de chuvas ou não, a menos que o produtor queira continuar na média, sem nenhum diferencial de produtividade.

A nutrirrigação

Na composição média de uma planta são encontrados 90% de água e 10% de material vegetal seco. A produção e a qualidade da mesma é o resultado do manejo adequado do sistema produtivo, e este é o resultado do fornecimento de água e dos nutrientes em quantidades adequadas, aliados às condições climáticas.

Antonio Roque Dechen, presidente do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), professor da ESALQ/USP e presidente da Fundação Agrisus, explica que a nutrirrigação é a associação do uso eficiente de dois dos principais fatores da produção agrícola, que são a água e os nutrientes. “Esses fatores, associados a uma cultivar de boa produtividade e com bons manejos culturais, são fundamentais para a melhoria da produtividade das culturas e da qualidade da produção agrícola“, aponta.

Anderson Lima Meotti, engenheiro agrônomo da Vale Verde, a Nutrirrigação se mostra mais eficiente por apresentar maior frequência na aplicação dos nutrientes (NPK), proporcionando um fracionamento maior na aplicação dos nutrientes, assim diminuindo a concentração de sais por aplicação.

“Dessa maneira, reduz expressivamente as perdas de nutrientes por lixiviação. Esta tecnologia ainda nos proporciona uma melhor distribuição dos nutrientes via água de irrigação, porque permite trabalhar conforme a necessidade da planta em cada fase fenológica do seu ciclo“, esclareceMeotti.

Norman Borlaug, Prêmio Nobel da Paz em 1970, em uma de suas visitas ao Brasil em 2004 e em uma palestra na ESALQ fez a seguinte observação: não há como competir em produção agrícola com um País com a extensão territorial do Brasil e que tem sol e água todos os dias.

Ganho produtivo

A produção média nacional é de 5,4 toneladas por hectare e chegaà máxima produção de 15 toneladas por hectare. Entretanto, diz Dechen, com a nutrirrigação existe o ganho na quantidade produzida, porém, o maior ganho é o da qualidade da produção, ou seja, o valor nutricional do produto, já que o milho é usado tanto na alimentação humana como animal. “Com a nutrirrigação, o milho pode produzir de oito a 10 toneladas por hectare, enquanto sem ela, de três a quatro toneladas por hectare“, compara.

Para Anderson Meotti,esse ganho de produtividade está diretamente relacionado à época de plantio, em que as questões de fotoperíodo e temperatura atuam fortemente na produção. “Porém, com o sistema de nutrirrigação temos conseguido produções elevadas, já tendo chegado à escala de 305 sc/ha de milho“, afirma.

Antonio-Roque-Dechen-presidente-do-Conselho-Científico-para-Agricultura-Sustentável-CCAS-Crédito Fotos: Tatiana Ferro
Antonio-Roque-Dechen-presidente-do-Conselho-Científico-para-Agricultura-Sustentável-CCAS-Crédito Fotos: Tatiana Ferro

Economia de água

Outro ponto é a economia no sistema de irrigação por gotejo, pois se utiliza muito menos água do que nos sistemas de irrigação por aspersão ou por irrigação nos sulcos de plantio. “Atualmente, o manejo da água nos sistemas de produção agrícola é um dos fatores mais importantes a ser considerado“, expõe Antonio Dechen.

Anderson Meotticalcula queo sistema de gotejamento proporciona uma redução no consumo de água e insumos de 30%, devido à sua eficiência de aplicação estar na ordem de 95%. “Essa eficiência se dá porque o sistema não sofre interferências por ações climáticas, entre elas o vento, que causa a deriva que prejudica diretamente a uniformidade da irrigação e a evaporação, que é a perda de água para o ambiente, que ocorre quando a irrigação está sendo feita por aspersão. Além de tudo isso, a irrigação proporciona ao produtor rural mais segurança no plantio e desenvolvimento da cultura, porque elimina o perigo da estiagem que ciclicamente ocorre em todas as regiões produtoras“, enumera.

Implantação

O sistema de nutrirrigação pode ser implantado facilmente em qualquer tipo de área, bastando ter um bom levantamento planialtimétrico e definir a lâmina de irrigação para a região, de acordo com a cultura, para a elaboração de um projeto executivo.

Anderson Meottidiz que o custo depende do projeto, e devem ser consideradas questões como local de captação de água, distância até a área a ser irrigada, energia, topografia do terreno, lâmina aplicada, etc.

“Apesar de ter um investimento inicial maior, as altas produtividades proporcionadas pelo uso do gotejamento subterrâneo permite um retorno em tempo curto, pois há uma economia no consumo de água que é diretamente proporcional ao consumo energético, além de redução da mão de obra operacional. A resultante é a redução do custo da saca produzida“, conclui.

Essa matéria você encontra na edição de outubro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes