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domingo, novembro 24, 2024
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O desafio da gestão da irrigação em pequenas e médias áreas

 

Everardo Mantovani

Professor Titular DEA-UFV e Sócio e Consultor da Irriger

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

A importância da agricultura irrigada na produção de alimentos, fibras e agroenergiatem sido cada vez mais reconhecida e o uso da tecnologia da irrigação é uma condição básica para o atendimento das demandas de produtos agrícolas por parte da sociedade, tanto para consumo quanto para exportação.

A importância de uma boa gestão de irrigação está se disseminando pelo País. Aliada à maior conscientização da importância ambiental do uso eficiente da água, influenciam muito os fatores econômicos relacionados ao custo da energia, mão de obra e outros insumos, como também os aspectos legais relacionados à lei das águas, onde a outorga tem sido um importante instrumento de gestão e controle.

Gestão

Em propriedades com grandes áreas irrigadas, a gestão técnica da irrigação tem sido implantada com grande sucesso. Além da conscientização citada anteriormente, o tamanho da área e a capacidade de investimento têm possibilitado a contratação de consultorias que implantam e promovem o funcionamento do sistema de gestão, treinando o pessoal técnico da fazenda na condução do processo no dia a dia.

E em áreas irrigadas de pequeno e médio porte, como anda a situação? Nessas propriedades observam-se as maiores deficiências em utilização de sistemas técnicos de controle da irrigação e que, sem dúvida, necessitam de soluções ao mesmo tempo técnicas e operacionais, viabilizando sua implantação.

A grande limitação tem sido os sistemas pouco operacionais, que exigem permanentemente grande quantidade de medidas diárias, sensores de alto custo e pessoal especializado, o que dificulta a adoção da tecnologia.

A experiência de longo tempo trabalhando no tema permite pontuar que o sucesso da implantação de um programa de gestão da irrigação e a sua continuidade ao longo dos anos depende de alguns requisitos básicos, destacando-se: avaliação e ajuste do sistema de irrigação; levar em consideração as condições locais de solo; planta e clima e a disponibilidade de água, equipamento e energia, considerando em todo processo a estratégia da condução da lavoura da propriedade; o sistema de produção; as metas de produção e produtividade; com a adequada conscientização e treinamento do pessoal envolvido.

Fecha-se o ciclo com o acompanhamento periódico e foco em resultados, a serem comprovados no final da safra.

Tecnologia

Trata-se de um processo que exige tecnologia, dedicação e foco, sendo que o ideal éa implantação em etapas, permitindo a incorporação gradativa dos processos e benefícios e, quanto mais pontos forem atingidos, maiores os benefícios econômicos e ambientais relacionados à maior produtividade, menor consumo de água, energia, mão de obra e do equipamento.

O sucesso na implantação e continuidade dependem de que o processo de manejo seja feito pelo próprio pessoal da fazenda, o que exige um sistema técnico e ao mesmo tempo operacional, capazes de serem conduzidos nestas condições.

Como interagem solo, água, planta, sistema de irrigação e fatores operacionais, é fácil concluir que não existe uma receita e o uso de sistemas que prometem soluções simples e de fácil implantação e, sem um acompanhamento técnico, podem até ser bem-intencionados, mas são despreparados tecnicamente e são frequentemente abandonados em um curto espaço de tempo.

Essa matéria você encontra na edição de outubro da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

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