José Geraldo Mageste
Engenheiro florestal, doutor e professor““ Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Fernando Simoni Bacilieri
Engenheiro agrônomo e doutorando em Agronomia ““ UFU
Pollyane da Silva Hermenegildo
Engenheira agrônoma e doutoranda em Fitopatologia – Universidade de BrasÃlia (UnB)
hermenegildo.pollyane@gmail.com
Roberta Camargos de Oliveira
Engenheira agrônoma e doutora em Agronomia (UFU)
A oferta de misturas e combinações de fertilizantes foliares é extensa, com tendência a aumentar à medida que se comprova o efeito dos componentes nas atividades celulares dos vegetais.
O ânion fosfito (Phi–H2PO31-), conhecido também como ácido fosforoso, é corriqueiramente recomendado como fertilizante foliar. No entanto, Phi é também um ingrediente ativo em vários fungicidas, sendo a melhor conotação para produtos à base deste elemento o termo bioestimulante.
Quem são eles
Os fosfitos são bons complexantes. Especialmente as formulações líquidas de pulverizações aéreas são usadas em diversas culturas florestais, que favorecem a absorção de cálcio, boro, zinco, molibdênio, potássio e outros nutrientes.
Além disso, os fosfitos ajudam na prevenção/resistência de algumas doenças fúngicas, pois estimulam a produção de substâncias que inibem o desenvolvimento de fungos.
A ação nas rotas metabólicas do ânion fosfito e do ânion fosfato e a função nos vegetais são distintas, não podendo um ser confundido com o outro, com sérios prejuízos aos vegetais, mesmo que a aplicação dos dois tenha efeito sinérgico, ou seja, cada um ativa positivamente uma característica vegetal.
Em geral, a fertilização é realizada com o fosfato e não com o fosfito, que deve ser utilizado com finalidade de regulador vegetal, com maiores cuidados.
Benefícios à silvicultura
Existem muitos experimentos em andamento na silvicultura, principalmente nas espécies mais cultivadas nos últimos tempos, como mogno, cedro e seringueira. No eucalipto, vem se consagrando o seu uso principalmente na espécie Eucalyptusgrandis, que foi plantada no século passado.
Naquela ocasião, foi usado material genético de algumas procedências muito suscetÃveis a doenças fúngicas que atacavam as folhas, principalmente após o fechamento da copa. Por outro lado, o uso de fosfito também é indicado para maior resistência às doenças fúngicas e bacterianas que atacam as raízes de árvores.
A principal doença que atacou os povoamentos de E. grandis no Norte do Estado do Espírito Santo, no início da década de 1970, foi a ferrugem das mirtáceas, causada pelo fungo Pucciniapsidii, que quase inviabilizou a concretização da indústria de celulose, que naquela ocasião se chamava Aracruz Celulose, no município deste mesmo nome.
A produção de madeira foi reduzida a tal ponto que se importou muita madeira do Chile.
Condições para a doença
Variações rápidas de temperaturas (baixas e altas) e umidade relativa alta são condições favoráveis ao desenvolvimento da ferrugem, semelhante ao que acontece com esta doença na cultura da soja.
No entanto, em locais de elevadas temperaturas, acima de 27ºC, e plantas adultas, onde a abundância de folhas fecha sua copa, ocorre uma diferença de temperatura, com redução de até 5°C em relação ao ambiente externo, o que favorece o desenvolvimento da doença.