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O dobro de produtividade com cenouras híbridas

Laércio Boratto de Paula

Engenheiro agrônomo, doutor em Fitotecnia

laercio.boratto@ifsudestemg.edu.br

 

Crédito Eduardo Sekita
Crédito Eduardo Sekita

A cenoura é uma das cinco hortaliças mais cultivadas no Brasil e no mundo. A produtividade brasileira gira em torno de 30 a 40 toneladas por hectare, enquanto no verão, época menos propícia a esse cultivo, ficaria entre 20 a 30 t/ha.

Novas áreas, como Goiás e Bahia, estão expandindo o cultivo da cenoura. Pode-se afirmar que as regiões que mais produzem são, em Minas Gerais, São Gotardo (produtividade média aproximada de 55 a 60 t/ha), Santa Juliana, no Triângulo (média de 55 t/ha) e Carandaí (médias de 35 t/ha no verão e 45 a 50 t/ha, no inverno).

É fato que existem propriedades com produtividades ainda maiores, alcançando valores superiores a 75 t/ha. Outras cidades no Brasil que também são regiões produtoras são Piedade, Mogi das Cruzes e Ibiúna, em São Paulo, Marilândia, no Paraná, Lapão e Irecê, na Bahia, e Cristalina, em Goiás.

Laércio Boratto de Paula, engenheiro agrônomo e doutor em Fitotecnia - Crédito Arquivo pessoal
Laércio Boratto de Paula, engenheiro agrônomo e doutor em Fitotecnia – Crédito Arquivo pessoal

Tecnologias

A eficiência produtiva do olericultor brasileiro, de modo geral, vem aumentando ano a ano. Tal fato se deve a um somatório de fatores: avanços na nutrição mineral e adubação, ganhos genéticos advindos da introdução de novos híbridos e cultivares mais adaptadas, uso de sementes peletizadas, de maquinários e implementos mais precisos, como as semeadoras a vácuo, manejo mais racional e eficiente da irrigação, técnicas mais eficazes de manejo fitossanitário e outros fatores.

Cultivares mais produtivas

Com relação a cultivares, é sempre importante mencionar as clássicas no Brasil, como o grupo Nantes (inverno) e o grupo Brasília (verão). Porém, não podemos nos esquecer das cultivares Kuroda, Kuronan, Forto, Carandaí e outras mais atuais, como a Alvorada e Esplanada (adaptada à produção de minicenouras).

É bom lembrar que o potencial produtivo das cultivares de inverno costuma ser maior que as de verão, desde que as condições sejam padrões para ambas. Em linhas gerais, sendo muito generalista, a produtividade das cultivares gira em torno de 25 a 40 t/ha.

Produtividade

Embora seja fundamental ressaltar, mais uma vez, que a eficiência produtiva se deve à integração de vários fatores alheios à escolha de cultivares e híbridos, é comum se obter produtividades de 20 a 30% maiores ao se cultivar híbridos, além do fato de se conseguir maior uniformidade de raízes, fator de enorme importância no mercado atual.

Existem propriedades alcançando produtividades superiores a 75 tha - Crédito Eduardo Sekita
Existem propriedades alcançando produtividades superiores a 75 tha – Crédito Eduardo Sekita

Custo

É fato que as sementes híbridas são mais caras que as convencionais. Estudos realizados pela Hortifrúti Brasil, em lavouras do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, em Minas Gerais, na safra 2009/10, mostraram custos com a semente variando de R$ 2.085 a R$ 2.970, cerca de 7 a 9% do custo total de produção.

Estes valores, nos dias atuais, podem ter sido um pouco alterados, mas se considerarmos os ganhos advindos do uso de híbridos (25%, em média), podemos aferir que vale a pena. De fato, nas maiores regiões produtoras o uso de híbridos já é a grande maioria.

A mecanização

Do preparo do solo à colheita, a produção de cenoura, hoje em dia, pode ser toda mecanizada. Fora a necessidade eventual de se fazer o desbaste, que ainda é basicamente manual, todas as etapas, a saber: preparo de solo, semeio, adubação, manejo fitossanitário e colheita podem ser mecanizáveis. Este fato permite uma maior economia, padronização e rendimento à cultura.

As semeadoras a vácuo de alta precisão, uma inovação nesse setor, trazem como benefícios, principalmente, a melhor uniformidade na distribuição de sementes, o que, em última análise, proporciona maior uniformidade no tamanho de raízes, fato que gera maior ganho ao produtor no momento da comercialização. Pode-se dizer, também, que a distribuição mais uniforme das sementes diminui a necessidade da operação chamada desbaste, que consiste na retirada manual do excesso de plantas.

Redução de custos

É difícil mensurar o ganho real com o uso destas semeadoras. Porém, os benefícios são evidentes, ainda mais se imaginarmos que o custo da aquisição de tais semeadoras será diluído ao longo de várias safras.

Informação útil

Segundo a ABCSem (Associação Brasileira de Comércio de Sementes e Mudas), cerca de 62% das cenouras de inverno e 30% das cenouras de verão eram cultivadas a partir de sementes híbridas. Entendemos ser inevitável, na atual conjuntura, que a maior parte da cenoura produzida no Brasil seja obtida de sementes híbridas.

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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