Autores
Felipe Campos Figueiredo
Professor Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas – Ifsuldeminas, campus Muzambinho
felipe.figueiredo@ifsuldeminas.edu.br
Priscila Pereira Botrel
Professora de Fisiologia Vegetal – Ifsuldeminas, campus Muzambinho
priscila.botrel@muz.ifsuldeminas.edu.br
Júlia Letícia Martins Galdino
Graduanda em Engenharia Agronômica – Ifsuldeminas, campus Muzambinho
julialeticia.martins@gmail.com
O tomateiro é muito exigente em nutrientes, mas, ao mesmo tempo, é sensível à salinidade do solo (Medeiros et al., 2012), sendo necessário um maior número de parcelamentos de fertilizantes. O uso de fertilizantes organominerais tem o potencial de reduzir os danos da salinidade devido à sua liberação de nutrientes gradual e sincronizada com a demanda das plantas.
Isto ocorre porque o fertilizante organomineral possui composto orgânico rico em matéria orgânica e com alta densidade de cargas negativas (CTC) e positivas (CTA) que adsorvem (retêm) os nutrientes dos adubos minerais que são misturados a ele.
Depois de serem aplicados ao solo, os nutrientes contidos na matéria orgânica do fertilizante organomineral serão liberados para a água do solo. Esta liberação ocorre na medida em que as plantas absorvem os nutrientes diluídos nela, o que permite uma sincronia entre a necessidade das plantas e a liberação de nutrientes do fertilizante.
Mas, para que isso aconteça, o fertilizante organomineral precisa possuir uma quantidade de cargas suficientes para reter todos os nutrientes nestas cargas, caso contrário, os nutrientes não retidos serão liberados rapidamente para a água do solo e podem se perder por volatilização(N), lixiviação (N e K) ou fixação no solo (P).
Composição
Na produção de um fertilizante organomineral ideal, a mistura do fertilizante mineral deveria ser de 10 a 15% e de um bom composto orgânico de 85 a 90%. Portanto, um fertilizante organomineral ideal possui uma baixa concentração de nutrientes e a dose a ser aplicada chega ser 10 vezes maior que um fertilizante mineral.
O composto orgânico que compõe os fertilizantes organominerais possui ácido húmico e pode conter microrganismos benéficos (ex.: Bacillus subtilis). Estes são bioestimulantes do sistema radicular e promovem aumento das raízes que exploram maior volume de solo e aumentam a absorção de nutrientes (Baldotto; Baldotto, 2014).
O ácido húmico presente na matéria orgânica desses fertilizantes atua também como agente quelante natural, se ligando a íons metálicos, por exemplo, os micronutrientes: cobre, ferro, manganês e zinco, o que facilita sua absorção pelas raízes do tomateiro, melhorando a eficácia da adubação e o aproveitamento pela planta (Luz et al., 2010).
Estes fatores combinados fazem do fertilizante organomineral uma solução interessante para o produtor de tomate.
Para o tomateiro
Em trabalho realizado por Rosset et al. (2016), concluiu-se que os tratamentos não diferiram quanto ao tempo de prateleira, mas o fertilizante organomineral combinado com adubo mineral 10-10-10 produziu 47% mais tomate cereja que o fertilizante organomineral.
No trabalho de Públio (2017), a produtividade do híbrido Trucker não foi diferente entre os fertilizantes minerais e organominerais. Caixeta (2015) constatou aumento do potencial de enraizamento e da produtividade, assim como na disponibilidade de P no solo adubado com fertilizante organomineral.
Este conteúdo é restrito a membros do site. Se você é um usuário registrado, por favor faça o login. Novos usuários podem registrar-se abaixo.