Autores
Regina Maria Quintão Lana
Professora de Fertilidade e Nutrição de Plantas – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Dayane Salinas Nagib Guimarães
Mara Lúcia Martins Magela
Doutorandas em Agronomia – UFU
Luciana Nunes Gontijo
Doutoranda em Produção Vegetal – UFU
Os micronutrientes são fundamentais para o crescimento das plantas desempenhando papel importante nos processos bioquímicos, enzimáticos e fisiológicos. Atuam como constituintes das paredes celulares (B); das membranas celulares (B, Zn); de enzimas (Fe, Mn, Cu, Ni); ativadores de enzimas (Mn, Zn) e na fotossíntese (Fe, Cu, Mn, Cl).
Também conferem resistência a estresses bióticos e abióticos, incluindo pragas e doenças (Mn, Zn e Mo); estão envolvidos na fase reprodutiva do crescimento das plantas; na determinação da produtividade e da qualidade das culturas (Cu, Mn, Zn e Bo) (KIRKBY; Römheld, 2007).
Os micronutrientes são exigidos pelas plantas em concentrações muito baixas para adequado crescimento, aumento de produtividade e qualidade do produto. Entretanto, apresentam a mesma importância de essencialidade dos macronutrientes na nutrição das plantas.
Os micronutrientes podem ser fornecidos as culturas via solo ou foliar. Quando fornecidos via solo são colocados juntamente com a adubação NPK no plantio. O teor inadequado desses micronutrientes, além de reduzir o crescimento e produtividade das culturas, diminuem a eficiência de aproveitamento dos fertilizantes contendo macronutrientes.
Demanda
As necessidades das culturas são supridas via rizosfera a partir das frações solúveis em água e trocáveis. A absorção ótima torna-se crítica em solos que apresentam condições adversas para a solubilização dos nutrientes (disponibilidade química) e para o crescimento vigoroso das raízes (disponibilidade espacial das plantas).
Diante disso, torna-se necessário estabelecer estratégias para melhorar a absorção dos micronutrientes pela rizosfera. Assim, a tecnologia dos fertilizantes organominerais pode melhorar a eficiência do manejo devido à fração orgânica ser rica em micronutrientes que são fornecidos em quantidades suficientes para promover efeitos positivos sobre o desenvolvimento das culturas.
Além de disponibilizar micronutrientes, a matriz orgânica do organomineral possui em sua composição um alto teor de carbono, substâncias húmicas (ácido húmico, fúlvico e huminas), substâncias não húmicas (lipídeos, ácidos orgânicos de baixo peso molecular, carboidratos, proteínas e pigmentos), aminoácidos e equilíbrio no balanço hormonal auxina/citocinina.
Benefícios
O fertilizante organomineral, por meio da sua fração orgânica bioestabilizada, promove melhorias nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo. Nas propriedades físicas, observam-se melhorias na estrutura do solo; aumento na agregação das partículas; diminui a densidade; aumenta a aeração, bem como a capacidade de infiltração e armazenamento da água.
Nas características químicas, aumenta a superfície específica e capacidade de troca catiônica e aniônica do solo, ou seja, aumenta a “caixa” dos solos; o poder tampão, complexa substâncias tóxicas e metais pesados; quelatiza micronutrientes; reduz perdas por volatilização da ureia, lixiviação do N e K e fixação do P, além de diminuir a salinização por nutrientes.
Nas propriedades biológicas, proporciona maior diversidade e proliferação de microrganismos benéficos. A matéria orgânica é um bioativador de solo, uma vez que fornece energia para os microrganismos já existentes. Sabe-se que aumentando os microrganismos benéficos do solo diminui a presença dos microrganismos fitopatogênicos, inclusive os nematoides.
Essas melhorias no condicionamento do solo impulsionam o maior desenvolvimento das raízes e assim, aumenta a absorção de água e o aproveitamento dos macro e micronutrientes pelas culturas.
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