Felipe Fernando B. Silva
Engenheiro agrônomo da Lupim, Consultoria Agronômica
Segundo a ABRATOP (Associação Brasileira do Tomate para Processamento), o Brasil cultiva em torno de 18.699 hectares de tomate para fins de processamento. Em Goiás, região responsável pelo plantio de aproximadamente 12.900 ha, a média de produtividade gira em torno de 82 t/ha, sendo que alguns agricultores conseguem produtividades maiores que 140 ton/ha.
Vários fatores têm contribuÃdo para essa realidade, como a falta de um programa integrado de pesquisas, manejo inadequado de irrigação, uso predominante de sistema de irrigação por pivô central, alta pressão de pragas, como a mosca-branca e doenças, principalmente as bacterianas (de difícil controle); forte pressão de ervas daninhas, além de falta de planejamento de cultivo de longo prazo, de modo a permitir um melhor manejo do solo e rotações programadas das áreas de plantio.
Solução
O intenso uso de adubos químicos e defensivos agrícolas associados às constantes variações climáticas, durante o período de cultivo, causam sérios problemas de estresse à cultura. Diante dessa situação, se faz necessário o uso de práticas com o objetivo de mitigar esse estresse, muito prejudicial para se alcançar altos Ãndices de produtividade.
Na safra 2016 foi utilizado o produto Greenhum®, fertilizante rico em ácidos húmicos e fúlvicos, comercializado pela empresa Green Has do Brasil, em dois trabalhos conduzidos pelo engenheiro agrônomo Nivaldo Assis de Morais e Valdivino Rosa da Silva, na propriedade do engenheiro agrônomo Marcelo Nunes, no município de Vianópolis (GO), em área de 50 ha com irrigação via pivô central.
No primeiro experimento foram tratados 05 ha com Greenhum®, na dose de 04 kg/ha, via barra, com vazão de 200 lt/ha, 12 dias após transplantio, com o híbrido N 901. A produtividade chegou a 168 ton/ha, enquanto a área padrão produziu 144 ton/ha, ou seja, um incremento de 24 ton/ha.
No segundo experimento foram tratados 05 ha com Greenhum®, na dose de 03 kg/ha via micron, com vazão de 60 lt/ha, junto com adubação de transplantio do híbrido HMX 7885. A produtividade foi de 158 ton/ha, contra 150 ton/ha na área padrão, um incremento de 8 ton/ha.
Há que se ressaltar que estes resultados foram obtidos com um produtor de alta tecnologia que utiliza as melhores práticas culturais, numa região bastante favorável ao desenvolvimento da cultura, com altitude de 980 m. Tais resultados foram comprovados pelos técnicos que acompanhavam a lavoura e pelo agricultor, que também é engenheiro agrônomo.
Números expressivos como esse também têm sido observados em culturas como soja e feijão. O incremento da produtividade demonstra a viabilidade do uso dessa tecnologia como uma ferramenta para minimizar o estresse abiótico e melhorar a estrutura bioquÃmica do solo.