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Perdas quanti e qualitativas durante a colheita do amendoim

AngelaVacaro de Souza

Engenheira agrônoma e professora da Unesp ““ campus Tupã

angela.souza@unesp.br

David Santos Souza Junior

Juliana Gama Castor

Alunos da ETECMassuyukiKawano

Créditos AngelaVacaro de Souza

O Estado de São Paulo é responsável por cerca de 90% da produção nacional de amendoim e também concentra os demais elos que compõem o seu sistema agroindustrial, como os mercados de confeitos e snacks, castanhas e nozes, assim como de óleos vegetais.

Dentre as principais regiões produtoras desta oleaginosa destacam-se a Alta Mogiana, onde se situam as cidades de Ribeirão Preto, Dumont, Jaboticabal e Sertãozinho, e a região da Alta Paulista, com municípios produtores como Tupã e Marília.

 

Amendoim

 

O amendoim está entre as principais oleaginosas plantadas no Brasil e no mundo atualmente, sendo altamente interessante devido à sua ampla adaptabilidade e ciclos curtos.Seucultivo é recomendado na entressafra de pastagem e cana-de açúcar, pois esta cultura deixa muita matéria orgânica na lavoura, enriquece o solo para o plantio canavieiro e reduz os custos com o plantio da cana em cerca de 20%.

Essa cultura, tradicional na agricultura paulista, passou por diversas transformações tecnológicas, que vão desde as etapas de plantio, produção até a sua industrialização, visando acessar novos mercados tanto no Brasil como no exterior.

Segundos dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA), as últimas décadas registraram a expansão das exportações de amendoim em grão, que passaram de 50 mil toneladas, em 2010, para 105 mil toneladas, em 2016, acompanhadas da exportação de 45 mil toneladas de óleo bruto de amendoim.

O novo padrão de qualidade e as novas exigências técnicas de produção, além dos ganhos em produtividade e em volume produzido e da conquista do mercado externo também proporcionaram a valorização do produto, expressa no aumento real e na relativa estabilidade dos preços médios recebidos pelos produtores nos últimos anos.

 

Etapas

As perdas durante a colheita de amendoim são inevitáveis

A cadeia produtiva do amendoim integra etapas que vão desde o campo, com o cultivo e a colheita, o transporte, o beneficiamento até o armazenamento do produto. Como qualquer processo produtivo, existem perdas em quantidade e em qualidade que fazem com que os lucros reduzam.

Outros fatores externos, como a época do plantio e, consequentemente, da colheita, também influenciam as perdas. A quantificação dessas perdas é importante para que se busquem medidas que possam diminuir o custo de produção, possibilitando assim manter a competitividade deste grão no mercado.

 

Perdas na colheita

 

Diversos trabalhos realizados ao longo das últimas décadas afirmaram que a mecanização agrícola é a principal responsável pelos danos mais graves causados aos grãos.

As perdas durante a colheita de amendoim são inevitáveis, sendo as maiores perdas decorrentes do arranquio, devido ao enfraquecimento do pedúnculo pelo avançado estádio de maturidade, ou pela desfolha prematura causada por doenças, ou, ainda, quando o solo se encontra muito seco e compactado.

As perdas durante o arranquio mecanizado desta cultura ocorrem devido à interação de vários fatores relacionados ao cultivo como o tipo de solo, o momento de arranquio, clima, sanidade da cultura, condições de desenvolvimento da planta, plantas daninhas, maturação, entre outros, e ao maquinário, que muitas vezes não é o ideal para desempenhar tal função, falta de regulagem, manutenção e velocidade operacional.

No Brasil, estudos sobre perdas na colheita de amendoim ainda são incipientes e controversos, com citações na literatura de perdas visíveis que variam de aproximadamente 3,0 a 50% e as perdas invisíveis de 1,0 a 15%. Por este motivo, ainda não existe um padrão recomendável que possa ser adotado como aceitável ou que possa ser utilizado ou comparado nas avaliações.

Em países como os Estados Unidos, pesquisas revelam dados semelhantes aos encontrados no Brasil, com perdas médias durante o arranquio de 8,0 a 50%.

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