Janeiro e fevereiro são períodos de colheita da soja e semeadura da segunda safra (milho, algodão e outras culturas) em Mato Grosso. São também os meses em que a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT, realiza o Fundação MT em Campo em suas áreas de pesquisa em Nova Mutum e em Rondonópolis. Nesta quinta e sexta-feira, 1 e 2 de fevereiro, o evento aconteceu em Nova Mutum e recebeu cerca de 500 pessoas que visualizaram, avaliaram e discutiram com pesquisadores e demais participantes situações reais a campo, com protocolos de pesquisa agronômica na fase da pré-colheita da soja.
O evento contou com nove estações e é realizado há cinco anos no Centro de Aprendizagem e Difusão (CAD) do Médio Norte. Adubação, correção do solo, mecanização agrícola, manejo de pragas, de doenças e nematoides foram alguns dos temas detalhados para a classe agrícola de vários estados brasileiros. Em meio ao tema do evento, “˜O tempo em movimento’, a Fundação MT destacou e reafirmou que o futuro da agricultura está “em função do que se faz hoje e na integração e sincronia de todas as decisões relacionadas à produção e gestão agrícola“.
“Há pouco tempo atrás o dia a dia do campo trazia discussões pontuais sobre as situações da lavoura, hoje são integradas, não existem mais fatores isolados e a agricultura deve ser pensada de forma sistêmica e com a certeza de que o que se faz hoje implica em alguma coisa lá na frente. Quando se pergunta “˜qual o futuro eu quero ter’? A resposta é “˜o futuro começa hoje’. Quando se pensa no todo a condução da lavoura é mais clara, mais segura, mais consistente e tudo isso gera produtividade, rentabilidade e a possibilidade de ser sustentável economicamente, socialmente, ambientalmente ao longo do tempo“, pontuou Leandro Zancanaro, gestor Técnico da Fundação MT.
25 anos – Em dezembro de 2018, a Fundação MT completa 25 anos. Durante o Fundação MT em Campo foi anunciado o novo slogan: Dando vida aos resultados. O slogan retrata o trabalho que a empresa realiza ao longo deste um quarto de século. O ativismo da Fundação MT na pesquisa agropecuária permitiu o crescimento das culturas de soja, algodão e milho em Mato Grosso. Quando problemas sérios surgiram nas lavouras de soja, como o cancro da haste e o nematoide de cisto, a Fundação MT agiu e trouxe soluções, entre muitos outros momentos. Para Francisco Soares Neto, diretor presidente da empresa, o maior desafio daqui para a frente é aumentar a produtividade com rentabilidade e estabilidade, ao longo do tempo.
Estudantes – A Fundação MT também traz novidades com a nova área intitulada de Novos Projetos. O primeiro novo projeto já está sendo desenvolvido, o Fundação MT nas instituições, onde está inserido o evento exclusivo para estudantes de escolas técnicas e de ensino superior na área agrícola. No mesmo formato do Fundação MT em Campo, o CAD Médio Norte foi aberto nesta quarta-feira (31) para 60 alunos do curso de técnico em agropecuária da Escola Agrícola Ranchão, de Nova Mutum, e para estudantes de Agronomia da Unemat. Assim será também em Rondonópolis, no dia 7 de fevereiro, às 13h. O evento é gratuito e as inscrições feitas na hora.
“Vemos uma importância muito grande nessa oportunidade de trazer os estudantes ao CAD. Quando eles estão só eles com os pesquisadores ficam muito mais à vontade para perguntar. Para a formação deles é essencial, vão ter mais aprendizado, perguntar mais e levar o que viram no campo para a sala de aula também. O assunto fertilidade é uma das matérias que eles mais encontram dificuldade e ver a teoria na prática vai ajudar muito eles“, destacou Wanderley Sérgio Borsatto, diretor da Ranchão.
Tecnologia ““ Os participantes do evento também puderam conhecer mais sobre a tecnologia de veículo aéreo não tripulado (V.A.N.T.), o drone, a serviço da agricultura. Andrei Maciel, analista de Geoprocessamento da Fundação MT, mostrou no evento em Nova Mutum a utilização da ferramenta. Com ela, são feitas durante todo o ano imagens dos experimentos da empresa no intuito de proporcionar uma visão diferente. “Olhando de cima temos uma visão mais ampla do que está acontecendo no campo e conseguimos identificar situações na lavoura de uma maneira mais fácil e mais completa. Nos tratamentos, que ficam um ao lado do outro, é possível correlacionar melhor os resultados visualizados e encontrar possÃveis anomalias“, explica ele.
Andrei destaca ainda que a Fundação MT já utiliza a ferramenta há seis anos na avaliação de experimentos e, com isso, mensura mais facilmente, obtêm mais dados para a pesquisa aplicada. No entanto, o profissional ressalta que o drone não substitui a ida ao campo, mas sim auxilia no direcionamento do que precisa ser mais observado para então ser realizado o trabalho. E além de drone, a Fundação MT também iniciou um trabalho de validação de pesquisa com imagens aéreas aplicadas à agricultura.
A utilização do equipamento também será mostrada no Fundação MT em Campo em Rondonópolis, nos dias 8 e 9 de fevereiro, no CAD Sul, localizado na BR 163, sentido Campo Grande (MS), no km 40, na Fazenda Cachoeira. Nessa estação, que tem o foco em Sistemas de Produção, um dos destaques é o experimento realizado há 10 anos consecutivos em rotação de culturas na soja. As informações completas estão disponíveis em www.fundacaomt.com.br ou na página da Fundação MT no Facebook, www.facebook.com/fundacaomt.