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Planejamento é essencial para o sucesso da atividade

José Geraldo Mageste

Engenheiro Florestal, doutor em Ciências Florestais e professor da UFVJM à disposição da Universidade Federal de Uberlândia

jgmageste@ufu.br

 

 FotosShutterstock
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O primeiro passo para o planejamento da produção de florestas é levantar o mercado para o produto que se deseja comercializar. Os povoamentos florestais têm que ser para uso múltiplo. Ninguém pode pensar em produzir madeira para uma única finalidade, seja de eucalipto, pinus, seringueira, mogno, etc.

Deve ser lembrado que se trata de produção a longo prazo. Então, precisa ser pensado o produto no tempo de cinco a 10 anos. Vamos dar um exemplo: a produção de cavacos é enormemente influenciada pelos preços regionais. No Triângulo Mineiro existe atualmente uma boa oferta de cavacos de madeira de alto poder energético (de eucalipto). Quem pensar em plantar pinus não pode ser somente para cavacos.

Isto também acontece com produtores de milho e soja, que variam a quantidade de áreas plantadas anualmente com uma ou outra cultura. Com madeira não é diferente.

Todo conhecimento é fundamental

O conhecimento da demanda regional é fundamental para o planejamento. Na região de Barreiras e no Sul do Mato Grosso do Sul, o cavaco está valendo mais que o dobro do que no Triângulo Mineiro. Lógico, lá as plantações de milho e soja não estão acompanhadas de madeira.

Conhecida a demanda para o produto madeireiro desejado é hora de pensar nos concorrentes. Se alguém pensa em produzir carvão vegetal para siderurgia ou para consumo em churrasco (por exemplo), já sabe que encontrará concorrentes fortes de perto e de longe.

Conhecida a demanda regional, o próximo passo será dimensionar o empreendimento. Se a intenção é produzir madeira serrada para paletes, deve-se pensar que necessitará de madeira durante todo ano. Madeira para indústria de celulose e papel possui demandas estacionais.

Em termos de produção de madeira, é necessário lembrar que se trata de investimento alto (também retornos altos), mas uma atividade que está um pouco fora do tradicionalismo. A maioria das pessoas pensa em cortar uma árvore inteira para produção de cavacos, ou para produção de carvão. Esquecem que a parte mais grossa da árvore (primeiro torete) pode valer até 2,5 vezes mais do que o restante.

O conhecimento da demanda regional é fundamental para o planejamento - FotosShutterstock
O conhecimento da demanda regional é fundamental para o planejamento – FotosShutterstock

Importância do planejamento

Certamente o planejamento representará o sucesso ou o fracasso do empreendimento. Infelizmente, notícias ruins são espalhadas com maior velocidade e intensidade. Assim, negócios mal sucedidos são facilmente veiculados.

Para planejar os custos, devem-se seguir os seguintes critérios:

â–º Observar os fatores de produção: terra, mão de obra disponível, fatores de produção. Atividades de produção de madeira são demandantes de capital na implantação. Posteriormente ao segundo ano, geralmente não existem mais investimentos.

â–ºCustos: O planejamento dos custos é a parte mais fácil no Brasil, atualmente. Isto porque há muitos prestadores de serviços no que se chama silvicultura (implantação ou reforma de povoamentos). Mas, os pioneiros nesta atividade precisam da ajuda de um engenheiro florestal, principalmente os mais experientes. Existem muitas pequenas operações dentro da implantação que devem ser acertadas antes do início da operação. Garantir uma perda de no máximo 3% do número de árvore no primeiro ano de plantio é primordial. Imagine que por cinco a sete anos 3% da área ficará improdutiva, apenas pesando o lado dos custos.

Em muitos casos, principalmente na substituição de plantios de culturas agrícolas por silvicultura, existe um aproveitamento dos resíduos de fertilidade inicial. Isto reduz drasticamente os custos.

Depois, o modelo a ser escolhido também influenciará de modo marcante os custos de implantação. Por exemplo, implantação de SAF´s (Sistemas Agroflorestais) do tipo silvipastoril é uma excelente opção para reduzir os custos de implantação de povoamentos de silvicultura.

A favor da silvicultura

Existem tecnologias desenvolvidas pela ciência florestal que auxiliam muito no planejamento de custos. O Canadá é um exemplo mundial de Economia Florestal. Grandes pesquisadores da área florestal na área de Economia já participaram de cursos no Canadá. Mais uma vez, por se tratar uma área pouco comum na agropecuária brasileira, a busca por informações de engenheiros florestais é primordial.

Sistemas Agroflorestais variam muito de desenhos e designs. Estes são adequados a muitas diferentes realidades. Os primeiros anos de implantação de povoamentos consomem grande parte dos recursos financeiros a serem empregados.

Em Santa Cataria e Rio Grande do Sul existem muitas propriedades agrícolas de pequeno porte quando comparadas ao Planalto Central. Nestas, os proprietários já dominam com grande habilidade os assuntos de Economia Florestal, principalmente para produção de pinus, comercializado para pequenas serrarias e para indústria de móveis.

O que não deve ser ignorado é a busca de informações, ou até mesmo de contratos de venda. Sim, existem muitas organizações que remuneram o produtor anualmente com a garantia de entrega de parte da colheita.

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro/março 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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