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Plantio de tomate – O que há de novo

Carlos Antonio dos Santos

Engenheiro agrônomo e mestre em Fitotecnia pela UFRRJ

carlosantoniods@ufrrj.br

Mariella Camargo Rocha

Engenheira agrônoma, doutora em Fitotecnia e pesquisadora no Instituto Federal Goiano ““ Campus Ceres

marigonnis@gmail.com

Margarida Goréte Ferreira do Carmo

Engenheira agrônoma, doutora em Fitopatologia e professora na UFRRJ

gorete@ufrrj.br

 

Crédito Ricardo Zepter
Crédito Ricardo Zepter

O tomate se destaca como uma das hortaliças de maior importância e rentabilidade. Segundo dados do IBGE, no ano de 2016 a produção total brasileira foi de 3.667.121 toneladas, com produtividade média de 63.955 t/ha.

A estimativa da produção brasileira de tomate em 2017 apresenta crescimento de 15,2% em relação ao ano anterior (IBGE, 2017). Somente no Estado do Rio de Janeiro, quinto maior produtor nacional, o faturamento com a cultura do tomate no ano de 2016 foi superior a R$ 252 milhões (Emater-RJ, 2017), demonstrando sua relevância.

Estes índices são obtidos graças a grandes investimentos em pesquisas ao longo dos anos, voltados ao desenvolvimento de novas cultivares, técnicas de manejo de pragas e doenças, manejo de irrigação, produção de mudas e adubação. A pós-colheita também tem grande relevância na cadeia de produção e comercialização de tomate e merece atenção especial visando sempre a oferta de produtos de alta qualidade aos consumidores.

O plantio de tomate de mesa passou por grandes modificações na última década - Crédito Shutterstock
O plantio de tomate de mesa passou por grandes modificações na última década – Crédito Shutterstock

Tecnologias

O plantio do tomate pode ser praticamente todo automatizado com a utilização de máquinas para esta cultura. Além disso, para a maior eficiência da produção do tomate especial, o produtor precisa estar atento a todos os fatores que possam influenciar na qualidade do produto final, como disponibilidade de água, uso de fertilizantes e produção em ambientes protegidos e controlados.

A adoção de tecnologias que levem à otimização dos gastos na cultura e à garantia de boa produtividade e qualidade dos frutos é essencial para o sucesso do empreendimento. Nas lavouras voltadas para a agroindústria, observa-se um grande avanço tecnológico, especialmente na sua mecanização, o que tem permitido a obtenção de altas produtividades, porém, requer certo grau de investimento.

O tomateiro é uma das hortaliças mais exigentes em fertilidade - Crédito Ana Maria Diniz
O tomateiro é uma das hortaliças mais exigentes em fertilidade – Crédito Ana Maria Diniz

Cultivares

Atualmente, encontram-se disponíveis no mercado cultivares híbridas de alta produtividade, com boa uniformidade dos frutos e consistência, vida de prateleira mais longa e resistência a algumas doenças, como viroses, vira-cabeça, mosaicos e a doenças causadas por patógenos de solo, como a murcha-de-fusário, principalmente aquelas causadas pelas raças 1 e 2 de Fusariumoxysporumf sp. lycopersici e a algumas raças de Meloidogyne incognita e M. javanica, por exemplo.

Estas características reunidas em um mesmo material genético resultam em melhores índices de produtividade e de qualidade comercial dos frutos, principalmente quando o cultivo se dá em condições de ambiente adequadas e manejo correto da cultura.

Existe, ainda, um grande número de opções de cultivares para atender diferentes tipos e nichos de mercado, desde os tradicionais tomates dos grupos Salada e Santa Cruz a cultivares do grupo Cereja e Italiano, cujos mercados encontram-se em expansão.

Vale destacar o segmento de produtos gourmet, em que podem ser explorados frutos não convencionais com cores, formatos e sabores diferenciados. Este segmento ainda é muito pouco explorado no Brasil.

Diversos produtores têm optado por realizar o plantio em um ambiente protegido - Crédito Shutterstock
Diversos produtores têm optado por realizar o plantio em um ambiente protegido – Crédito Shutterstock

Máquinas e automatização

O plantio de tomate de mesa passou por grandes modificações na última década, englobando desde as sementes melhoradas geneticamente até o sistema de condução. Diversos produtores têm optado por realizar o plantio em um ambiente protegido, onde ocorre menor ataque de pragas e doenças.

Geralmente, são cultivados em casas devegetação automatizadas, projetadas para o cultivo do tomate e que permitem uma melhor regulação das condições de ambiente, como temperatura do ar, umidade relativa, ventilação, sistema de irrigação e fertirrigação.

Já os produtores que cultivam em condições de campo podem contar hoje com equipamentos que permitem uma maior precisão nas aplicações de insumos químicos, como pulverizadores e atomizadores que, quando usados de forma correta, aumentam a eficácia das aplicações.

No caso do tomate para processamento industrial, cultivado em grandes áreas em condições de campo, vêm sendo utilizados sistemas automatizados desde a produção das mudas e transplante até a colheita.

Na pós-colheita, merece destaque a utilização de máquinas que possuem seletores com sensores infravermelhos, os quais auxiliam no processo de separação dos frutos de acordo com sua coloração. A utilização destas tecnologias vem ajudando no desenvolvimento do setor, especialmente em regiões com mão de obra escassa.

Uso de tecnologias possibilita alta produção - Crédito Luize Hess
Uso de tecnologias possibilita alta produção – Crédito Luize Hess

Irrigação

Os três principais tipos de irrigação utilizados são por aspersão, sulco e gotejamento. A irrigação por aspersão na cultura do tomateiro possui como limitação o aumento das dificuldades no manejo de várias doenças da parte aérea, como a requeima (Phytophthorainfestans) e a pinta-preta (Alternaria solani).

A água distribuída por aspersão, além de dispersar os esporos/células dos patógenos, promove molhamento foliar que favorece o processo de infecção e desenvolvimento das respectivas doenças. Pode, também, remover os resíduos de defensivos aplicados na parte aérea, reduzindo a eficiência das aplicações.

A irrigação por sulcos ainda é muito utilizada na produção de tomate para mesa, porém, sua utilização requer uma correta sistematização do terreno e apresenta maior consumo de água, além de contribuir para a dispersão de patógenos habituais do solo, como Ralstoniasolanacearum. Este método apresenta baixa eficiência de aplicação, com perdas de água por percolação superiores a 40%.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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