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Podridões de bulbos de cebola devem ser controladas a tempo

Após o bulbo atacado, a perda é de 100%, inviabilizando a sua comercialização, já que as escamas da cebola estarão impossibilitadas para utilização por estarem parcialmente ou totalmente decompostas

 

Leandro Luiz Marcuzzo

Professor de Fitopatologia do Instituto Federal Catarinense – IFC/Campus Rio do Sul

marcuzzo@ifc-riodosul.edu.br

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

As podridões de bulbos da cebola são causadas principalmente pela bactéria Pectobacteriumcarotovorumsubsp. carotovorum, que causa a podridão mole, e pela Burkholderiacepacia, denominada podridão de escamas. Ambas trazem danos irreversíveis, comprometendo o valor comercial do produto. Porém, existem outras bactérias que causam o mesmo dano à cebola.

Sintomas

A podridão mole, caracterizada pelas escamas internas estarem deterioradas, apresenta uma coloração amarelo-amarronzada com odor fétido.

Já a podridão de escamas apresenta os sintomas nas escamas externas com aparência úmida e amarelada, com desagregação de minúsculos agregados e de odor avinagrado.

Condições para as podridões

A infecção da doença ocorre a campo, e na maioria das vezes o sintoma se manifesta no armazenamento. Plantas que tenham ferimento mecânico ou danos causados por insetos servem de entrada para a bactéria, no entanto, no momento do estalo, se coincidirem condições de umidade,há aumento do potencial dessas doenças bacterianas.

 

Prejuízos

Após o bulbo atacado, a perda é de 100%, inviabilizando a sua comercialização, já que as escamas da cebola estarão impossibilitadas para utilização por estarem parcialmente ou totalmente decompostas.

Controle

O manejo das podridões deve ser feito durante o estádio vegetativo, evitando ferimentos à cebola e protegendo-a do ataque de insetos, que facilitam a penetração das bactérias.No começo do estalo é recomendável fazer uma aplicação de fungicida à base de cobre a fim de evitar que a população externa dessas bactérias entre na planta pelas aberturas causadas pelo estalo. Já no armazenamento, os bulbos infectados devem ser eliminados e levados para um local afastado, não devendo retornar para a lavoura, pois isso aumentará o inóculo do patógeno.

Para não errar no diagnóstico da doença, ao pegar os bulbos atacados estes se apresentam com as escamas em decomposição. Ao apertá-los, constata-se que dentro há um vazio decorrente da decomposição das escamas internas.

 

Podridão da cebola - Crédito Leandro Luiz Marcuzzo
Podridão da cebola – Crédito Leandro Luiz Marcuzzo

Medidas eficientes

O manejo mais adequado para evitar a infecção por podridões na cebola são:

â–º Evitar áreas com registro da doença;

â–º Evitar ferimentos por danos mecânicos e controlar o tripes para evitar a entrada das bactérias;

â–º Realizar a rotação de culturas a fim de diminuir o inóculo presente na área;

â–º Utilizar água para irrigação que não tenha passado por lavouras contaminadas e utilizar a dose recomendada;

â–º A adubação deve seguir o recomendado para a cultura, evitando o excesso de nitrogênio, que favorece a absorção de água e facilita a proliferação das bactérias;

â–º Fazer aplicação de produtos à base de cobre quando as primeiras plantas começarem a estalar, a fim de eliminar a população externa de bactérias;

â–º A cura de bulbos que vão para o armazenamento deve ser realizada a fim de secar o pseudocaule e evitar a migração das bactérias para o bulbo;

â–º Armazenar os bulbos sem umidade;

â–º Como não existe cultivar resistente e agrotóxico registrado no Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), as medidas de manejo são importantes para evitar os danos causados por essas podridões.

Essa matéria você encontra na edição de junho 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

 

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