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Pragas do maracujazeiro – Desafio na busca por altas produtividades

Givago Coutinho

Engenheiro agrônomo e doutor em Fruticultura

givago_agro@hotmail.com

Herick Fernando de Jesus Silva

Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia ““ Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

Crédito David Spadotti
Crédito David Spadotti

O Brasil figura como o maior produtor mundial de maracujá atualmente. Além de produzir, o País também consome grande parte da produção, sendo a fruta muito apreciada pelos brasileiros.

Segundo dados do IBGE, a produção brasileira em 2015 foi em torno de 694.539 toneladas, numa área colhida de 50.837 hectares. A produção ocorre nas cinco regiões do País, com destaque para o Nordeste e Sudeste, que produziram 450.783 e 105.309 toneladas, respectivamente, respondendo por aproximadamente 80% da produção nacional da fruta.

Sintomas de vírus do endurecimento - Crédito AddolorataColariccio
Sintomas de vírus do endurecimento – Crédito AddolorataColariccio

Técnicas para alta produtividade

Planta nativa da América do Sul, o maracujazeiro é tipicamente cultivado em regiões de clima tropical e se adapta bem, podendo atingir alta produtividade nestas regiões. Porém, para se atingir altas cifras na produtividade e frutos de alta qualidade, o manejo passa por diversas etapas e deve abranger uma série de técnicas ao longo do ciclo produtivo da cultura.

Dentre essas técnicas está o controle de pragas, que constitui um dos principais entraves na produção de frutos de qualidade. Soma-se a isto o fato das flores do maracujazeiro requererem polinização cruzada, feita por insetos polinizadores do gênero Xylocopa spp. (mamangavas), para formação dos frutos. Tal fato reflete a necessidade do cuidado a ser tomado no manejo das pragas por meio do controle químico.

Dessa forma, conhecer detalhes a cerca das espécies que se comportam como pragas na cultura, causando prejuízos, torna-se um fator primordial na busca por alta produtividade, qualidade superior e uso racional dos recursos naturais e financeiros, proporcionando maior rentabilidade ao produtor de maneira sustentável.

As viroses são um grande problema da cultura - Crédito David Spadotti
As viroses são um grande problema da cultura – Crédito David Spadotti

Pragas importantes da produção de maracujá

Diversas espécies de pragas podem atacar o maracujazeiro ao longo do ciclo de produção, entretanto, algumas podem causar danos mais expressivos à produção, como as lagartas desfolhadoras, lagarta-do-fruto, percevejos, moscas-das-frutas e a broca do maracujazeiro.

Entre elas destacam-se duas espécies em particular, conhecidas como lagartas desfolhadoras (Dione junojuno Cram., 1779 e Agraulisvanillaevanillae L., 1758 Lepidoptera: Nymphalidae), consideradas as principais pragas do maracujazeiro.

Outro inseto que se encontra entre as principais pragas da cultura é a lagarta-do-fruto (AzamorasororiaDruce, 1899, Lepidoptera: Pyralidae), também conhecida como broca-do-fruto.

Além dos insetos já citados, que são mastigadores, outro grupo que pode causar graves danos à cultura são os insetos sugadores. Neste grupo encontramos os percevejos Diactorbilineatus (Fabricius, 1803) e Holymeniaclavigera (Herbst, 1784) (Hemiptera: Coreidae).

Dentre as seis espécies de mosca-das-frutas que podem atacar o maracujazeiro, uma das principais é Anastrephapseudoparalella (Loew, 1873) (Diptera: Tephritidae) (GALLOet al., 2002). Por fim, inclui-se no grupo dos mastigadores a broca-do-maracujazeiro (PhilonispassifloraeÃ’’Brien, 1984) (Coleoptera: Curculionidae. Outra praga importante na cultura é o ácaro-plano (Brevipalpusphoenicis (Geijkes, 1939) (Acari: Tenuipalpidae).

Ainda, pragas como a abelha Irapuá (Trigonaspinipes (Fabr., 1793) (Hymenoptera: Apidae), o coleóptero (Cyclocephalamelanocephala (Fabr., 1775) (Coleoptera: Scarabaeidae) e a mosca (DasiopsinedulisSteyskal, 1980) (Diptera: Lonchaeidae) podem causar danos ao maracujazeiro em ataques severos.

Mancha bacteriana em maracujazeiro - Crédito UFRGS
Mancha bacteriana em maracujazeiro – Crédito UFRGS

Prejuízos

As pragas do maracujazeiro podem atacar diversas partes da planta, podendo ocasionar os mais diversos danos, que podem ser diretos, ao se alimentarem das partes atacadas, ou indiretos, como transmissores de vírus.

As lagartas da espécie Dione junojuno atacam as plantas principalmente no campo e são de hábito gregário, ou seja, vivem sob convívio de lagartas da mesma espécie e podem causar maiores prejuízos.Já as lagartas da espécie Agraulisvanillaevanillae podem atacar a muda no viveiro, bem como a planta no campo, sendo de hábito isolado, ou seja, vivem separadas de outras lagartas.

A lagarta-do-fruto ataca frutos em estágio de formação e pode ocasionar perdas de até 80%, conforme relatado na literatura. Em condições de alta infestação, podem ser encontradas entre uma e duas lagartas por fruto.Estas, ao penetrarem no interior dos mesmos, abrem galerias e provocam sua queda.

Os percevejos, cujo hábito de alimentação é sugador, podem atacar tanto no estágio de ninfas, se alimentando dos botões florais e frutos ainda novos, como também os adultos que, além desses, se alimentam de folhas, ramos e frutos de qualquer idade.

Os prejuízos causados pela mosca-das-frutas se devem principalmente ao fato das larvas atacarem exclusivamente os frutos em diferentes estágios de desenvolvimento, provocando a queda dos frutos novos e o murchamento, impedindo a maturação dos maiores.

Maracujá 270 - gigante - Crédito Agrocinco
Maracujá 270 – gigante – Crédito Agrocinco

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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