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Processamento – A nova forma de agregar às frutas e hortaliças

Crédito Carlos Felício

Além de oferecer maior comodidade aos consumidores, que adquirem um produto já lavado e cortado, a produção de vegetais e hortaliças minimamente processados agrega valor aos produtos, o que tem atraído a atenção de agricultores em todo o Brasil.

Ainda que muitos acreditem que as hortaliças e vegetais minimamente processados são industrializados, isso não acontece. O termo “minimamente” é utilizado justamente porque as hortaliças e vegetais passam por um processo simplificado de produção, preservando praticamente todos os aspectos e características dos produtos in natura e acrescentando o benefício da comodidade, por ser um produto pronto para o consumo (lavado, descascado, cortado, sanitizado e fracionado de forma conveniente).

Caio Pulce Moreira, especialista em projetos da AJM Equipamentos, confirma que a principal vantagem oferecida pelas hortaliças e vegetais minimamente processados é a comodidade e praticidade para o consumidor, além de ser uma solução para a rotina corrida das famílias e pessoas que moram sozinhas, que ainda assim não abrem mão de produtos naturais e mais saudáveis, outra forte tendência mundial.

Para o público institucional (restaurantes, escolas, hospitais, etc.), ele informa que as vantagens mais valorizadas são a redução de mão de obra, economia de água, eliminação de desperdícios, redução da área de trabalho, dos custos de armazenamento, de lixo e a padronização dos cortes.

Mais rentabilidade do campo

Para o produtor rural, as agroindústrias, associações de produtores e unidades de processamento, o valor agregado de venda pode chegar a até 30 vezes o do produto in natura. “De forma geral, para iniciar uma unidade pequena, correta e com baixo investimento, recomendamos que se inicie com o Cortador de Folhas e Hortaliças e a Centrífuga industrial própria para vegetais e hortaliças, além de pequenas adequações no espaço físico e acessórios do processo (balanças, mesas, tanques, seladoras etc.). O valor do investimento é variável e específico para cada ideia de negócio (porte pequeno, médio ou grande), mas é importante contar com especialistas para orientar quanto ao melhor investimento”, pontua Caio Moreira.

Tendência de consumo

Pela experiência de Caio Moreira na montagem de unidades de processamento em todo o Brasil, ele estima que, atualmente, aproximadamente entre 5 e 15% da população consuma diariamente alimentos minimamente processados, demanda que vem crescendo rapidamente a cada ano.

“Mesmo durante o atual período de crise, muitos de nossos clientes têm aumentado a produção e investido em novos equipamentos, inclusive também para reduzir o custo da mão de obra. As etapas mais trabalhosas e obrigatórias que exigem um investimento inicial é o corte e a secagem. Já as outras etapas são menos trabalhosas e podem ser feitas de forma manual inicialmente, observando o porte do projeto e a intenção de cada empreendedor”, considera o especialista.

Por outro lado, projetos intermediários e mais mecanizados, com menos mão de obra, exigem mais equipamentos.

Praticidade para o dia-a-dia

Carlos Eduardo Felício é diretor comercial da Felício Horticultura, no Sítio Santa Cruz, localizado em Patrocínio Paulista (SP). Na década de 90, os irmãos Sérgio e Pedro Felício iniciaram o cultivo de hortaliças no intuito de agregar renda mais rapidamente, pois trabalhavam com culturas de giro mais demorado, como batata e milho.

Já nos anos 2000, Carlos, filho de Sérgio, e João Felício, seu tio, iniciaram a produção própria de hortaliças, seguindo os passos da família e tendo como referência seus conhecimentos de cultivo na produção de HF.

Com dificuldades para manter o quadro de funcionários somente com essa produção, pois no período de verão a exigência de mão de obra era maior, mas no inverno era preciso dispensar pessoal, os sócios decidiram buscar outra forma de renda para fugir dessa oscilação. Foi então que, no ano de 2012, criaram uma linha de produtos processados, já que eles trabalhavam diretamente com supermercados e viam demanda por esses alimentos nas lojas de fornecedores concorrentes.

Neste mesmo ano eles construíram uma pequena área de processamento, com três cômodos pequenos: uma área de lavagem, uma de seleção e corte manual e uma de embalagem e refrigeração. “Confesso que cheguei a pensar em desistir do segmento de processados, pois trabalhamos praticamente seis meses no prejuízo, já que não tínhamos nenhuma experiência na área nem onde buscar informação sobre a manipulação. Tivemos que aprender com nossos erros, e ir filtrando somente os processos que iam dando certo, sem contar que um produto novo leva tempo até a aceitação do cliente final”, relata Carlos.

E pelo pouco capital financeiro disponível dos sócios, o processamento dos alimentos começou de forma manual, como a lavagem e o corte. “Compramos somente uma pequena centrífuga, que é a base da boa conservação e da embalagem dos alimentos secos. A partir daí as vendas começaram a melhorar e a aumentar o giro de produtos, o que nos despertou para aumentar o mix oferecido. Foi em 2014, na tradicional Hortitec, feira que acontece em Holambra (SP), que tivemos contato com o pessoal da AJM. Optamos, então, por mecanizar o processamento, o que melhorou 100% do processo, tanto em qualidade como em volume”, conta o empresário.

Já no ano passado a Felício Horticultura passou por sua terceira expansão, melhorando cada vez mais sua qualidade e alavancando as vendas. Para Carlos, a maior vantagem de trabalhar com os minimamente processados está na variedade de verduras e legumes que podem ser manipulados, possibilitando, ainda, adequar a venda referente a cada estação do ano, com produtos voltados para o clima quente ou frio.

“Vejo que o mercado de minimamente processados ainda tem muito para crescer, pois, pelo que observo no dia-a-dia dos consumidores, quem começa a comprar essa linha volta a consumir, devido ao ganho de tempo de preparo, evitar o desperdício, entre outros. No entanto, para aqueles que desejam entrar na atividade, é fundamental investir em equipamentos, pois só com eles é possível melhorar o volume processado e a qualidade de corte, que se torna padrão. Um alimento seco na embalagem aumenta sua durabilidade, com a menor ruptura possível”, afirma Carlos Felício.

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