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Produtividade e qualidade da beterraba híbrida

Roberta Camargos de Oliveira

Engenheira agrônoma, doutora e PhD em Agronomia – Universidade Federal de Sergipe (UFS)

robertacamargoss@gmail.com

Fernando Simoni Bacilieri

Engenheiro agrônomo, mestre e doutorando em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

ferbacilieri@zipmail.com.br

José Magno Queiroz Luz

Doutor e professor – UFU

jgmagno@ufu.br

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

A beterraba (Beta vulgaris L.) é uma cultura multifuncional. Apresenta relevante destaque em países de clima temperado, por gerar aproximadamente 25% da produção mundial de açúcar e por ter alto potencial na produção de bioetanol devido à expressiva eficiência energética.

No Brasil é a 13ª hortaliça mais consumida, com expansão nos últimos anos devido ao crescente consumo da raiz na forma de sucos e outros pratos.Relatos de pesquisas recentes comprovaram atividades biológicas expressivas das betacianinas, moléculas de poder antioxidante forte relacionadas à prevenção de inúmeras doenças, inclusive o câncer, pela capacidade de combater os radicais livres formados nos organismos.

Oferta x demanda

O expressivo consumo da cultura tem elevado a demanda de produção, o que gera novos mercados e necessidades de manejo que otimizem uma produção com qualidade. Isso porque a beterraba é cultivada em muitos locais onde nem sempre sãoutilizadas as cultivares mais adaptadas à região de cultivo, o que resulta em rendimentos incertos e levanta questões sobre sua viabilidade econômica.

A viabilidade econômica da beterraba é dependente da sua proteção contra doenças, sendo alguns patógenos capazes de gerar severas perdas no rendimento das raízes, no teor de sacarose e na sua qualidade.

O expressivo consumo da cultura tem elevado a demanda de produção - Crédito Bejo Sementes
O expressivo consumo da cultura tem elevado a demanda de produção – Crédito Bejo Sementes

Fitossanidade

As principais doenças da beterraba são cercóspora, míldio, oídio e rhizoctonia, sendo Cercosporabeticola a mais destrutiva. O controle é realizado principalmente pelo uso de fungicidas protetores e curativos. No entanto, os híbridos resistentes apresentam-se como mais uma ferramenta para favorecer o manejo fitossanitário.

As cultivares de beterraba mais difundidas no Brasil são do grupo Wonder, de origem norte-americana ou europeia, com raiz tuberosa e formato globular. Porém, novos materiais genéticos, obtidos por processo controlado de reprodução de plantas, formam os denominados híbridos, que são materiais notadamente superiores com potencial de desenvolvimento, produção, características desejáveis e definidas pelo mercado consumidor.

Respostas genéticas

As cultivares podem apresentar ampla variação de comportamento quando plantadas em estações diferentes do ano, devido às respostas quanto à radiação solar, temperatura e ocorrência de chuvas e também quanto aos fatores nutricionais, não só quanto a quantidade como também a fonte de fertilizante aplicado, interferindo no teor de componentes importantes da composição química das raízes, como o teor N total, a betaína e proteínas solúveis.

Já os híbridos apresentam maior uniformidade de tamanho e formato da raiz tuberosa, melhor consistência e aspecto da pele, inserção foliar pequena e melhor coloração externa e interna das raízes (sem halos esbranquiçados), características importantes exigidas pelo mercado.

Apresentam pronunciado aumento de produtividade frente às cultivares convencionais e melhores resultados na comercialização, agregando valor ao produto, seja para indústria ou consumo in natura. No entanto, apesar do potencial agronômico e de todos os benefícios proporcionados pela utilização de sementes híbridas, ainda há maior venda de sementes de cultivares de polinização aberta.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Inovação

Várias empresas de sementes investem na obtenção de novos híbridos de beterraba, fruto do desenvolvimento de técnicas de melhoramento genético e pesquisas que visam aumento da produtividade, da qualidade das raízes (teor de componentes antioxidantes), da resistência ou tolerância a estresses bióticos (doenças e pragas) e abióticos (seca, calor e salinidade).

Com especial atenção no que tange a interação de genótipo x ambiente, análise da adaptabilidade e estabilidade para predição e recomendação para cada região.

Resistência

Uma planta é considerada resistente (ou menos suscetível) quando consegue impedir o desenvolvimento de um patógeno, e tolerante quando consegue suportar a presença e ataque do patógeno, com baixa queda na produção.

Os mecanismos envolvidos na resistência e tolerância das plantas ao ataque dos patógenos são complexos e, em muitos casos, a herança dos fatores ainda não está totalmente elucidada pelos pesquisadores.

O melhoramento genético da beterraba visa também a obtenção de material genético que apresente maior eficiência dos recursos naturais como fertilizantes e água, com redução dos custos e agricultura sustentável.

Alternativa

A utilização desta cultura pode servir como alternativa de renda ao produtor rural com problemas de salinidade, por ser uma hortaliça moderadamente tolerante a teores de sais.

As mudanças climáticas tendem ao aumento crescente de perdas nas lavouras por déficit hídrico em muitas regiões do mundo. A irrigação é improvável para resolver o problema, pois a água se tornará, no futuro, um recurso escasso. Portanto, a solução mais provável para minimizar reduções de produtividade e escassez de alimentos é o investimento em genótipos tolerantes à seca, sendo uma alternativa promissora para a cadeia produtiva de beterraba.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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