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sábado, novembro 23, 2024
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Produtores apostam no cultivo de romã

Autores

Danilo Ignacio Arellano González
Mestrando em Ciências Agropecuárias (Produção de Cultivos) – U. de Chile
Letícia Silva Pereira Basílio
Doutoranda em Agronomia/Horticultura – UNESP
Marla Silvia Diamante
marlasdiamante@gmail.com
Mônica Bartira da Silva
Doutoras em Agronomia/Horticultura – UNESP

Fotos: Pixabay

 Devido a sua flexibilidade, adaptabilidade e ampla gama de diversidade genética, o cultivo da romãzeira atrai produtores em todo o País. Essa planta, de nome científico Punica granatum L., é originária do Oriente Médio, e se destaca por produzir uma fruta que apresenta sementes revestidas por uma polpa avermelhada (granada), onde estão presentes os compostos benéficos à saúde que a tornam um produto de grande interesse comercial.

Seu consumo aumenta a imunidade de nosso organismo, pois a fruta possui atividade antimicrobiana, anti-inflamatória, atividade antioxidante, atividade hipoglicêmica e antineoplásica. 

Atualmente, cerca de 310.000 hectares são cultivados comercialmente em todo o mundo em países como: Irã, Índia, Estados Unidos, Espanha, Egito, Israel, Turquia, Marrocos, China, Argentina e Chile.

Dentre estes países, mais de 95% da produção está concentrada no hemisfério norte. Por sua vez, no hemisfério sul as plantações vêm aumentando nos últimos anos, especificamente no Chile, Peru, Austrália e Argentina, mas nenhuma excede 1.000 ha. No Brasil, algumas variedades de romã estão sendo cultivadas nos Estados de São Paulo, Bahia e Pernambuco, sendo os principais fornecedores da fruta para diferentes regiões do país.

Essa diversidade de regiões de cultivo ocorre porque a planta se desenvolve bem em áreas de clima tropical e subtropical, além de produzir em uma ampla variedade de solos e ter uma elevada resistência à salinidade. Contudo, é importante destacar que a romãzeira cresce melhor em solos profundos e argilosos e se adapta bem a solos alcalinos, no entanto, o solo ideal deve ser permeável, profundo e bem drenado.

Características

Dentre suas características, a planta apresenta bom vigor, com tendência arbustiva, folhas pequenas, flores vermelho-alaranjadas dispostas nas extremidades dos ramos, originando frutos arredondados e rosados, tendo a parte comestível carnuda, de cor avermelhada e com muitas sementes. O interior da fruta tem um tecido esponjoso branco que cria espaços cheios de sacos comestíveis, conhecidos como arilos.

No quesito produção, a maior parte vem de pequenos pomares e a comercialização é realizada, principalmente, em feiras livres na forma de fruta fresca. As formas de consumo vão de encontro às expectativas dos fruticultores que investem na cultura, pois a fruta pode ser consumida fresca, como componente de saladas ou processadas em sobremesas, geleias, aromatizante natural e corante na composição de outros produtos.

Além destes, não podemos deixar de citar a produção de suco de romã, que tem grande destaque comercial. A demanda mundial pelo suco é maior que a oferta. Devido ao apelo nutricional desta bebida, ele é rico em ácido gálico (um flavonoide), e até três vezes mais eficiente que o vinho e o chá verde na prevenção de problemas cardíacos. O suco da romã é ainda objeto de estudos em todo o mundo por suas propriedades antioxidantes. Este fato agrega valor a fruta, tornando crescente o mercado para produção.

O aproveitamento de sementes geradas como subprodutos no processamento de frutas também é de interesse dos produtores de romãs, pois permite que se minimize os impactos ambientais associados à industrialização de frutas.

No Brasil, o bagaço gerado no processamento de frutas é restrito a aplicações como adubo, e as empresas do setor de sucos, por falta de logística e tecnologia apropriada, pagam para a remoção do bagaço. Portanto, o uso da semente de romã para obtenção de produtos de alto valor agregado pode favorecer o produtor de sucos, ampliar a oferta de óleos para a indústria de cosméticos e farmacêutica, além de colaborar para a preservação do meio ambiente.

O cultivo

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