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Produtores investem em máquinas de beneficiamento de café

Crédito  Eder Pedroza
Crédito Eder Pedroza

A última safra de café 2017/18 foi caracterizada por ano de bienalidade baixa, consequentemente, espera-se na safra 2018/19 uma safra maior que essa, por ser um ano de bienalidade positiva.

De acordo com o terceiro boletim de acompanhamento da safra de café 2017, divulgado pela Conab, a produção brasileira deverá totalizar cerca de 44.774,3 sacas, portanto, inferior 12,8% ao montante colhido no ano passado, que foi de 51.369,2 mil sacas.

A engenheira agrônoma Janaína de Oliveira Menezes Fonseca ressalta que obeneficiamento do café é um dos processos dentro da pós-colheita do produto. “Ele é realizado visando a separação de frutos, impurezas e também para retirada da casca dos frutos.  É realizado já com o fruto seco (natural ou pergaminho), com o intuito de fazer a eliminação de impurezas como pedras, paus, torrões e da casca do fruto. Antes de se realizar o beneficiamento é importante que o café tenha descansado em tulhas para ocorrer a homogeneidade da secagem. A umidade indicada para o beneficiamento é de 10 ate 12%, e umidades inferiores acarretam em quebra de grãos e superiores podem propiciar a deterioração dos grãos“, determinaJanaína de Oliveira.

Segundo José Braz Matiello, engenheiro agrônomo do MAPA/Procafé, o beneficiamento do café é importante sob dois aspectos principais ““ primeiro porque dá liberdade ao cafeicultor na comercialização dos grãos beneficiados, depois de conhecer sua qualidade. “Em segundo lugar, porque deixa na propriedade o subproduto do beneficiamento, a palha do café, que poderá servir como adubo, ou até combustível nos secadores, conforme o interesse do produtor“, acrescenta.

Investimento

Para Janaína de Oliveira, graças aos avanços tecnológicos, os produtores podem contar com diferentes portes de máquinas e preços, atendendo desde pequenos a grandes produtores. Além disso, empresas especializadas no ramo visam ter em suas máquinas opções de acionamento, por motor elétrico, diesel e pela tomada de força do trator, o que atende diretamente aos pequenos produtores, que podem ter dificuldade com a oferta de energia elétrica em suas propriedades.

“Além disso, devido à frequente demanda do mercado por cafés de qualidade superior e também para atender nichos específicos de mercado, as empresas investem em equipamentos que promovam maior estratificação dos lotes, bem como separação em tamanhos distintos, visando assim atender o mercado nas suas especificidades.Como exemplos destes equipamentos, têm-se as beneficiadoras com diversas subdivisões (bicas), originando assim diversos tipos de produto final, assim como outros equipamentos complementares, como a seletora eletrônica, a mesa densimétrica e também o conjunto de peneiras (bica de jogo) para separação por tamanhos“, pontua a agrônoma.

Os cafeicultores, os médios e os grandes, com certeza têm melhorado sua infraestrutura de maquinário para o beneficiamento do café. Nesse sentido,Matiellodestaca a máquina descascadora e os complementos de classificação dos grãos, visando o preparo de lotes de café de melhor qualidade.

“O valor investido depende do tamanho ou volume da produção. Um produtor médio, com uma safra de 1.000 a 2.000 sacas por ano, poderia ter uma máquina beneficiadora com capacidade de beneficiar 20 sacas de café limpo por hora, o que já seria suficiente, pois ao preparar o café para comercialização ou para depositar em armazéns gerais, poderia beneficiar em 06-10 dias toda sua produção“, calcula.

De acordo com Janaína de Oliveira, o investimento médio pode variar de acordo com o porte da máquina e também de fabricante para fabricante, oscilando entre R$ 50 mil e R$ 70 mil no caso das máquinas de beneficiamento, de acordo com o tamanho, sua capacidade e rendimento por hora trabalhada. “Os outros equipamentos complementares também variam muito quanto ao preço, sendo que o conjunto de peneiras pode ser obtido por até R$ 20 mil a R$ 30 mil. As seletoras eletrônicas e a mesa densimétrica já demandam maior investimento, e não se mostram acessíveis aos pequenos cafeicultores“.

O retorno do investimento em máquinas para beneficiamento do cafeeiro começa imediatamente. Ao beneficiar uma safrade 1.500 sacas ao ano, citado como exemplo por Matiello, o produtor vai deixar de pagar o aluguel de máquina volante, hoje na base de R$ 15,00 por saca.

Considerando este valor, para 1.500 sacas o produtor deixaria de pagar cerca de R$ 22 mil, ou seja, já cobriria uma boa parte do custo, nesse caso, em 03- 05 anos pagaria o equipamento com o que deixaria de pagar de aluguel.

Janaína de Oliveira já recomenda a aquisição destes equipamentos para cafeicultores que tenham pelo menos 10 hectares cultivados com café, ou no mínimo 500 sacas por ano agrícola.

O beneficiamento separa os frutos após a colheita dos grãos - Crédito Luize Hess
O beneficiamento separa os frutos após a colheita dos grãos – Crédito Luize Hess

Vantagens

As vantagens da mecanização no beneficiamento são a presteza do serviço, sempre que necessário, o menor custo do beneficiamento e a manutenção da palha do café nas propriedades, isto no caso do produtor levar seu café em coco pra beneficiar em maquinistas na região.

A agilidade, conforme dito por Matiello, é representada pela preparação do café em tempode vender em época apropriada, quando os preços podem ser mais vantajosos.

Janaína de Oliveira diz que o ideal é realizar o beneficiamento do café o mais próximo possível de sua comercialização – o café armazenado na casca (seja coco ou pergaminho) contribuirá para manutenção das qualidades do produto. Então, a partir do momento que o produtor adquire esse equipamento ele poderá beneficiar quando quiser e a quantidade que quiser de café para a comercialização eficiente e rápida.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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