Laila de Carvalho Henrique
Graduanda em Engenharia Agronômica da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) ““ CSL e coordenadora de Ensino e Extensão – Gefit
Fernanda Alves Gomes
Assistente de Ensino e Extensão – GEFIT UFSJ-CSL
O pulgão está entre as mais devastadoras pragas na lavoura de tomate. Estes insetos atacam as folhas e ramos novos, sugando a seiva e tendo como consequência a deformação das folhas. Além dos danos diretos, os pulgões são vetores de doenças viróticas,como o vírus Y, topo amarelo, amarelobaixeiro e mosaico comum.
Os pulgões podem atacar o tomateiro durante todo o seu ciclo e ocorrem em grandes colônias na face inferior das folhas, nas brotações e nas flores. A sucção contÃnua de seiva, tanto por adultos como por ninfas, provoca definhamento de mudas e plantas jovens e o encarquilhamento das folhas, dos brotos e dos ramos.
Quanto mais alta for a temperatura, mais rápido se desenvolvem as ninfas do pulgão. A temperatura ótima de desenvolvimento das ninfas vai de 10ºC a 35ºC e, em temperaturas acima ou abaixo desses limites, as ninfas interrompem o desenvolvimento.
Manejo Integrado de Pragas
O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma filosofia que procura preservar e incrementar os fatores de mortalidade natural, pelo uso integrado de todas as técnicas de combate possÃveis, selecionadas com base nos parâmetros econômicos, ecológicos e sociológicos.
Visa manter o nível populacional dos insetos numa condição abaixo do nível de dano econômico, por meio da utilização simultânea de diferentes técnicas ou táticas de controle, de forma econômica e harmoniosa com o ambiente.
Com essas premissas, o MIP pode contribuir efetivamente para a manutenção dos inimigos naturais das pragas nos agroecossistemas, a redução dos riscos de poluição ambiental, a produção de alimentos mais seguros e a redução do custo de produção, principalmente pela redução de uso dos agrotóxicos.
Para a adoção do MIP na cultura do tomateiro são necessárias três etapas básicas: a avaliação do agroecossistema (monitoramento das pragas); a tomada de decisão e a seleção dos métodos de controle a serem adotados.
Avaliação do agroecossistema
O MIP estabelece o uso de táticas (métodos) de controle baseado em informações obtidas no próprio agroecossistema. Nesta etapa são monitoradas as populações das pragas, de seus inimigos naturais, o estádio fenológico da cultura e os fatores (clima, práticas culturais, etc.) que influenciam na ocorrência das pragas e dos inimigos naturais, bem como na suscetibilidade das plantas às infestações.
Vistorias semanais devem ser realizadas nas áreas de produção, de modo a verificar a ocorrência da praga, a detecção dos focos de infestação e se há necessidade ou não de adoção de medidas de controle.
Para a realização do monitoramento recomenda-se dividir as áreas de cultivo superiores a 100 ha em talhões, conforme a cultivar, a idade das plantas, a topografia e as características de fertilidade do terreno, devendo-se percorrer toda a lavoura em zigue-zague e examinar, no mÃnimo, dez pontos de amostragem por talhão. O monitoramento do pulgão deve ser realizado conforme descrito a seguir.
- Batedura de ponteiros ““ esse método é adotado na ausência de armadilhas para monitoramento. Consiste em agitar, vigorosamente, as folhas da região superior das plantas presentes em cada ponto de amostragem (01 m de fileira de cultivo) sobre uma placa ou bandeja plástica de coloração branca e avaliar a quantidade de insetos presentes na superfície. As vistorias devem ser realizadas nos primeiros 60 dias após o transplante.
A tomada de decisão
PerÃodo crÃtico: principalmente no início do ciclo da cultura.
Amostragem: Os pulgões devem ser amostrados no topo das plantas, batendo-se os ponteiros de cinco plantas numa bandeja branca (ponto de amostragem) em 20 pontos de amostragem/talhão.
NÃvel de controle: 01 inseto adulto/ponteiro.
Seleção dos métodos de controle a serem adotados:
ÃœControle cultural: produção de mudas em viveiros telados; cultivo de variedades resistentes a viroses.
ÃœControle biológico: controle biológico natural pela ação de percevejos predadores, joaninhas, crisopÃdeos, carabÃdeos, formigas e aranhas.
ÃœControle químico (princÃpio ativo dos inseticidas registrados): acetamiprid, carbofuran, dimetoato, diazinon, disulfoton, etion, fenitrotion, forate, imidacloprid, malation, metamidofós, metomil, naled, paration metil, permetrina, pirimicarb, protiofós, thiamethoxan, tiometon, vamidotion.
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