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Pulverização aérea de defensivos e fertilizantes chega aos 70 anos no Brasil

 

 

Gabriel Colle

Secretário executivo do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG)

sindag@sindag.org.br

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A aviação agrícola completa 70 anos no Brasil. Estima-se que cerca de 30% da área plantada no País receba pulverizações foliares feitas por aeronaves. O setor apresenta crescimento da ordem de 10% ao ano.

Qualidade em primeiro plano

O Brasil tem a segunda maior e uma das melhores aviações agrícolas do planeta. Ao todo, são 2.083 aviões e seis helicópteros agrícolas, conforme levantamento do Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB) da ANAC, feito em janeiro deste ano pelo engenheiro agrônomo e consultor do SINDAG, Eduardo Cordeiro de Araújo (um novo levantamento deve ser concluído em janeiro de 2018).

Segundo a pesquisa mais recente, 1.328 aviões estão com empresas aeroagrícolas (categoria SAE) e os agricultores ou cooperativas que têm seus próprios aviões (categoria TPP) somam 727 aeronaves. As 28 aeronaves restantes são aviões pertencentes aos governos federal, estaduais ou do Distrito Federal (por exemplo, aeronaves de corpos de bombeiros usadas contra incêndios florestais), além de aparelhos de instrução, experimental ou protótipo.

Já conforme o relatório Operadores Brasileiros de Aviação Agrícola (SAE e TPP), o Brasil tem 240 empresas aeroagrícolas e 548 operadores privados (produtores ou cooperativas rurais que possuem suas próprias aeronaves.

Além da aplicação de defensivos, as aeronaves fazem também o trabalho de semeadura e aplicação de fertilizantes, trato de florestas, combate a incêndios florestais, povoamento de rios e lagos.

Gabriel Colle, secretário executivo do Sindag - Crédito Castor Becker Júnior-Sindag
Gabriel Colle, secretário executivo do Sindag – Crédito Castor Becker Júnior-Sindag

Segurança, sempre

Hoje, a aviação se tornou o método mais seguro para aplicação de produtos devido a uma série de fatores – os mesmos produtos aplicados por avião são aplicados também por terra, só que é a aviação o único meio de pulverização com legislação específica e fiscalizado por pelo menos cinco órgãos (Ministério da Agricultura, ANAC, IBAMA, secretarias estaduais de meio ambiente e prefeituras, sem contar o Ministério Público, CREA e outras instituições).

Entre as várias obrigações das empresas aeroagrícolas, elas precisam ter na equipe um engenheiro agrônomo e um técnico agrícola com especialização em operações aeroagrícolas, um funcionário responsável pelo Sistema de Gerenciamento da Segurança Operacional da empresa (SGSO, que obriga todos a seguirem o plano de segurança da empresa), além de piloto altamente qualificado (ele tem que ser primeiramente piloto comercial e completar 370 horas de voo, para então conseguir se matricular em um curso de piloto agrícola).

Além disso, para cada aplicação é preenchido um relatório com informações dos profissionais, produto, condições meteorológicas, mapa do DGPS do avião com a localização da área aplicada e como foi cada sobrevoo, entre outros dados. Esses relatórios são enviados mensalmente ao Ministério da Agricultura.

 E sem falar no pátio de descontaminação, onde as aeronaves são lavadas e eventuais resíduos de produtos vão para um sistema de tratamento com ozônio, para quebrar o princípio ativo das moléculas nocivas.

E, mais do que isso, apesar de todas as obrigações já expressas em lei, a aviação agrícola brasileira possui, desde 2013, um selo de qualidade operacional e ambiental, que é de adesão voluntária, mas já abrange 60% das empresas do setor. Trata-se do programa Certificação Aeroagrícola Sustentável (CAS), que é apoiado pelo SINDAG e coordenado por três universidades públicas: as federais de Lavras (UFLA) e de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, e a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP), em Botucatu (SP).

Crédito Shutterstock
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Área de cobertura

Estima-se que, somando os serviços de semeadura, adubação e aplicações de defensivos, a aviação agrícola voe atualmente o equivalente a algo em torno de 72 milhões de hectares no País.

De acordo com os dados do SINDAG, desde 2008 a frota brasileira cresceu 44% (eram 1.447 aeronaves), o que dá uma média de 5,5% ao ano, sem considerar os altos e baixos da economia no período. Foi o caso da crise mundial iniciada em 2008, quando o mercado começou a se recuperar em 2010.

Ou no caso de agora em que, depois de atravessar 2016 em baixa, o mercado de aviões agrícolas se reaqueceu em 2017, com os principais fabricantes que atendem o mercado brasileiro chegando a faturar mais que o dobro do ano anterior.

Na Embraer, a expectativa era de entregar entre 15 e 20 aeronaves neste ano. Entre as estrangeiras, a norte-americana Air Tractor teve 18 aeronaves vendidas no Brasil em 2017.

Mesmo em tempos de crise, o que temos notado é que o agronegócio sempre tem dado bons resultados para o PIB. Logo, é por esse setor que a virada de jogo sempre começa.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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