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domingo, novembro 24, 2024
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Pureza e germinação da semente de soja

Adílio de Sá Junior

Engenheiro agrônomo e doutorando em Produção Vegetal, ICIAG-UFU

adilio.junior@yahoo.com.br

Ernane Miranda Lemes

Engenheiro agrônomo, mestre e doutor em Produção Vegetal, ICIAG-UFU

ernanelemes@yahoo.com.br

 

 Crédito Miriam Lins
Crédito Miriam Lins

O ciclo produtivo da soja (GlycinemaxL.) depende de diversos fatores para que a produção atinja o seu máximo desempenho. Durante o desenvolvimento a campo, problemas como doenças, pragas e adversidades climáticas, assim como o manejo aplicado à cultura, afetam significativamente seu desempenho e, consequentemente, a produção final de grãos.

No entanto, todo este ciclo produtivo se inicia com a semente, e de nada adiantará o melhor controle fitossanitário ou a aplicação correta dos insumos se a lavoura não se iniciar com sementes de qualidade. A condução da lavoura com sementes sadias é essencial para a redução de riscos durante o cultivo, permitindo o estabelecimento de um estande adequado e o uso eficiente de outras tecnologias aplicadas à lavoura.

Parâmetros de qualidade

Durante o processo de produção e comércio de sementes de soja são utilizados parâmetros que indicam a qualidade da semente que está sendo produzida. E falar de sementes de qualidade é falar basicamente sobre sua qualidade fisiológica e discorrer sobre sementes com alta germinação e vigor, com elevada pureza física e genética, e ausente de agentes fitopatológicos (sanidade da semente).

Todas estas características de um lote de sementes de soja podem ser verificadas por meio de testes laboratoriais que seguem normas específicas para sua avaliação. Estes testes são aplicados às sementes logo após sua colheita. Dentre os testes mais comuns a que um lote de sementes de soja pode ser submetido estão o poder germinativo, ou percentagem de germinação, e o vigor da semente.

Deterioração da semente

A deterioração das sementes é um processo inexorável, mas que pode ser minimizada pela aplicação de tecnologia apropriada durante o ciclo da cultura. A degradação das sementes ocorre principalmente durante a colheita, beneficiamento e armazenamento, no entanto, esta redução de viabilidade das sementes de soja ocorre numa taxa que é influenciada pela sua genética, fatores ambientais e o manejo durante o ciclo produtivo.

A deterioração das sementes é expressa como uma redução progressiva na capacidade produtiva do lote, incluindo a redução na taxa e uniformidade de germinação, assim como redução da sua tolerância a estresses ambientais, como os que ocorrem a campo.

Sementes quebradas, verdes e chochas, e sementes púrpuras afetadas pelo fungo (Cercospora kikuchii) - Crédito Ernane Lemos
Sementes quebradas, verdes e chochas, e sementes púrpuras afetadas pelo fungo (Cercospora kikuchii) – Crédito Ernane Lemos

Germinação

Em termos fisiológicos, a germinação se inicia com a absorção de água até a protrusão da raiz primária pelo tegumento da semente e a origem de uma plântula. A germinação das sementes de soja é o mais importante atributo de sua qualidade, pois ela é o indicativo da capacidade do lote em formar plantas produtivas, e quanto maior o seu percentual, melhores serão as chances para o estabelecimento em termos de uniformidade e distribuição do estande de plantas no campo.

Neste sentido, muitas empresas produtoras de sementes – apesar da lei estipular um mínimo de 80% para a germinação (lei 10.711, IN 45, anexo XXIII) – adotam limites mínimos de germinação superiores aos previstos em lei.

A determinação da porcentagem de germinação é obtida propiciando-se às amostras de sementes de um lote as melhores condições possíveis para a germinação, ou seja, com umidade, temperatura, luz e substrato o mais adequado possível. Entretanto, estas condições ideais não ocorrem regularmente a campo, e a emergência é comumente inferior ao percentual de germinação determinado em laboratório.

Na prática, a percentagem de germinação não necessariamente reflete a percentagem de emergência e estabelecimento a campo, a qual é obtida sob condiçõesque simulam os estresses do campo. Quando uma semente é semeada no solo para germinar e emergir, comumente ela encontra condições adversas de umidade e temperatura, entre outros fatores, e essa capacidade de sobrepor a esses estresses e se tornar uma planta saudável e produtiva é o que caracteriza seu vigor.

Aparência de sementes sãs - Crédito Ernane Lemos
Aparência de sementes sãs – Crédito Ernane Lemos

Vigor

O vigor de uma planta é um conceito abrangente e indica a habilidade da plântula em resistir aos diversos estresses ambientais durante sua germinação e emergência e também está relacionado à sua capacidade de manter sua viabilidade durante o armazenamento.

O vigor é importante principalmente para fornecer uma ideia ao sojicultor sobre a capacidade do lote de sementes de superar as condições adversas após a semeadura a campo. Somente o teste de germinação não fornece estas informações.

O vigor pode ser avaliado como uma propriedade das sementes que determina a sua emergência e o estabelecimento sob condições desfavoráveis, sendo, portanto, um índice do grau de deterioração fisiológica e/ou integridade mecânica de um lote de sementes de alta germinação, representando sua ampla habilidade de estabelecimento no ambiente.

A germinação e o vigor levam à alta produtividade - Crédito Shutterstock
A germinação e o vigor levam à alta produtividade – Crédito Shutterstock

A diferença entre a germinação sob condições controladas e eficiência no campo resume o vigor das sementes. O vigor das sementes não é uma propriedade facilmente mensurável, como germinação, mas um conceito descrevendo inúmeras características associadas com vários aspectos predominantes no campo.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Essa matéria completa você encontra na edição de março 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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