Autor
Eduardo Elias Abrahim
Engenheiro agrônomo, consultor de trigo e presidente da Triemg
eeabrahim@gmail.com
O ano de 2019 vai ficar na memória de muitos produtores do Cerrado, principalmente dos Estados de Goiás e Minas Gerais. As condições climáticas extremamente desfavoráveis, com calor e umidade excessivos nos meses de março, abril e maio, trouxeram prejuízos aos triticultores.
A falta de informação, e até a má informação, fizeram com que muitos, principalmente no Estado de Goiás, plantassem trigo safrinha em fevereiro e até em janeiro. Essas épocas não são recomendadas.
Nesse contexto, houve o aparecimento de um complexo de doenças até então não identificado no Brasil com tal intensidade.
Complexo de doenças
A identificação precoce (lavouras com 30 a 40 dias de plantio) das primeiras lesões foram associadas à mancha marrom (Bipolaris sorokiniana) – (Foto 01), e os produtores iniciaram o controle. Porém, ao contrário do esperado, essas aplicações resultaram numa piora do quadro. Isso ocorreu, provavelmente, pela associação do óleo mineral ao fungicida. Esse óleo facilita a penetração do produto nas folhas.
Uma luz de alerta foi acesa. E como era tudo novo, após várias visitas a campo verificamos a presença cada vez mais severa de Brusone (Pyricularia grisea) na folha do trigo (foto 02). A intensidade desse ataque nunca havia ocorrido.
Verificamos que devia haver um outro componente nesse complexo de doenças, pois as lavouras, mesmo tratadas, em poucos dias secavam totalmente. Após exames laboratoriais realizados com as folhas infectadas, foi detectada a presença de Bipolaris sorokiniana, Pyricularia grisea e da bactéria Xanthomonas translucens (fotos 03 e 04).
Com essa informação, houve uma mudança no manejo. E para alívio dos produtores, os resultados favoráveis começaram aparecer.
Resumo
Este conteúdo é restrito a membros do site. Se você é um usuário registrado, por favor faça o login. Novos usuários podem registrar-se abaixo.