Autores
Anderson Gonçalves da Silva
Doutor e professor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), campus Paragominas (PA) e coordenador do Grupo de Estudos em Manejo Integrado de Pragas (GEMIP)
anderson.silva@ufra.edu.br
João Rafael De Conte Carvalho de Alencar
Doutor e professor do Centro Universitário Integrado – Campo Mourão (CEI – PR), Membro do GEMIP
joao.alencar@grupointegrado.br
São diversos os fatores que podem ocasionar baixa produtividade da cultura do feijão no Brasil, com destaque para os insetos que são prejudiciais desde a semeadura, fases vegetativa e reprodutiva das plantas, com danos até em pós-colheita, podendo ocorrer prejuízos também aos grãos armazenados.
Dentre a gama de insetos-praga que acarretam perdas econômicas à cultura do feijoeiro, a mosca-branca Bemisia tabaci (Hemiptera: Aleyrodidae) merece destaque por ocasionar danos (ou injúrias) diretos e indiretos, que podem provocar perdas econômicas severas, variando de acordo com os seguintes fatores: tipo de cultivo, estádio da planta, população do vetor (no caso de viroses), presença de hospedeiros alternativos e condições ambientais.
Danos
Os danos diretos são ocasionados pela sucção contínua de seiva, decorrentes da alimentação de ninfas e adultos da mosca-branca que retiram nutrientes através do floema (seiva elaborada), o que acaba debilitando a planta, interferindo no seu crescimento e também aumentando sua suscetibilidade às doenças.
Além disso, neste processo estes insetos injetam toxinas presentes em sua saliva, provocando desordens fisiológicas ao feijão. Já os danos de forma indireta ocorrem por meio da excreção açucarada chamada de “honeydew” ou “mela”.
Essa excreção serve como substrato para o crescimento de fungos saprofíticos, do gênero Capnodium (fumagina), sobre folhas, flores e até mesmo as vagens, impedindo as trocas gasosas, como respiração e transpiração, e interferindo na captação de luz para a fotossíntese, o que culmina na redução da produção. Outra interferência da fumagina é que dificulta a ação de produtos fitossanitários, acarretando em maiores custos de produção à cultura.
No entanto, o dano mais sério causado pela mosca-branca diz respeito à transmissão de vírus como o mosaico-dourado-do-feijoeiro e outros, com destaque para o seu biótipo B, por ser mais agressivo e eficiente na transmissão de viroses.
Estima-se, a nível mundial, que existam mais de 20 biótipos, e que somente as perdas geradas pelo mosaico-dourado-do-feijoeiro giram em torno de 80 a 100 mil toneladas do grão por ano, segundo dados do Agrianual. Isto acaba por inviabilizar a semeadura de feijão em áreas de alto risco da doença, além de dificultar a autossuficiência brasileira para a cultura.
Neste sentido, o controle microbiano de insetos, por meio da utilização de fungos entomopatogênicos, em especial a espécie Beauveria bassiana, surge como prática importante dentro de um manejo integrado da mosca-branca no feijoeiro, como também em outras culturas, configurando como uma verdadeira arma no manejo desta praga.
Quem é ela
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