Autores
Miguel Henrique Rosa Franco
Doutor em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Reginaldo de Camargo
Professor de Gestão Ambiental na Agricultura – UFU
Mara Lúcia Martins Magela
Doutoranda em Agronomia – UFU
Regina Maria Quintão Lana
Professora de Fertilidade e Nutrição de Plantas – UFU
Em solos das regiões tropicais e subtropicais, a mineralização acelerada da matéria orgânica e alta capacidade de fixação de fósforo são realidades que estão diretamente relacionadas ao empobrecimento dos mesmos em matéria orgânica (MO) e consequentemente queda de sua fertilidade.
Neste contexto, a inclusão da matéria orgânica no sistema de adubação tem surgido como uma solução frente aos elevados custos dos fertilizantes minerais e aos efeitos benéficos da matéria orgânica em solos intensamente cultivados com métodos convencionais.
Uma das alternativas utilizadas atualmente para tratamento dos diversos tipos de materiais orgânicos presentes no mercado é a compostagem de resíduos sólidos. Em um conceito breve, a compostagem nada mais é do que um processo bioquímico natural ou controlado, com mistura de resíduos orgânicos de origem vegetal, animal, industrial ou urbano que passam por um período de tratamento assistido.
Em geral, na prática há a necessidade de um período de 90 a 120 dias para obtenção de um composto pronto para ser utilizado no campo.
Leque de opções
Atualmente, vários são os tipos dos fertilizantes orgânicos encontrados no mercado, podendo ser originados de resíduos animais, como é o caso do esterco bovino e cama aviária, ou a partir de materiais vegetais oriundos de processos da agroindústria, como por exemplo, a torta-de-filtro e a cinza, subprodutos da produção sucroalcooleira.
Com a evolução das pesquisas na área de utilização de compostos orgânicos na agricultura, alguns estudos vêm sendo conduzidos atualmente com o intuito de se encontrar novos métodos para tratamento e aproveitamento de diferentes tipos de resíduos orgânicos no campo e/ou nas agroindústrias. Uma das opções é a produção de compostos orgânicos à base de Biochar.
Entenda mais
Segundo Nóbrega (2011), o Biochar nada mais é do que um produto obtido pela decomposição térmica da biomassa (MO) pelo processo denominado de pirólise. Neste processo a matéria orgânica é colocada dentro de reatores térmicos e submetida a altas temperaturas (entre 450 e 750ºC), com ausência total de oxigênio.
O resultado desse processo é um produto sólido (Biochar), líquido (bio-óleo) e gasoso (gás pirolítico) (Chen et al., 2014). No que se refere às suas características, o Biochar é mais recalcitrante do que muitos outros tipos de matéria orgânica. Esta característica proporciona que sua degradação ocorra de forma lenta no solo.
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