Análise física do solo, Análise quÃmica de solo
Este ano a estiagem foi importante em dois momentos: atrasando o plantio de verão (setembro e outubro) e agora durante o desenvolvimento da safrinha (que já estava atrasado). O atraso no plantio não apresentou um impacto tão grande na produção, já que no restante do período o tempo foi um aliado do produtor, mas agora na safrinha as perdas estão preocupando.
E como você, produtor, pode se preparar para evitar essas perdas?
Apesar de parecer impossível, já que se trata de um evento climático no qual não temos controle, evitar as perdas pode ser mais simples do que parece.
O segredo está na correção do solo!
Isso mesmo! Vamos ver o porque:
Um solo SEM CORREÇÃO QUÃMICA pode apresentar acidez, salinidade e alumÃnio tóxico, isso impacta diretamente no enraizamento das plantas, impedindo que elas se aprofundem. Com uma menor profundidade, as raízes têm à disposição menos nutrientes (devido as condições químicas do solo) e também menos acesso à umidade, que fica retida nas camadas inferiores do solo, sofrendo assim as consequências da falta de água e do excesso de calor.
Um solo SEM CORREÇÃO FÃSICA pode apresentar compactação, que da mesma forma, impede o aprofundamento das raízes. Também pode apresentar lixiviação e erosão, reduzindo a disponibilidade de nutrientes (matéria orgânica e adubos), além de dificultar a penetração da água no solo.
O que acontece se o solo for corrigido de forma adequada (através de diagnóstico e recomendações personalizadas)?
Um solo que passa por um diagnóstico correto da fertilidade (quÃmica e física) considerando o perfil do solo (variando de 40cm a 120cm ““ de acordo com a cultura) permite que as raízes das plantas alcancem maiores profundidades, onde podem ter acesso à água, além de garantir um melhor aproveitamento dos fertilizantes (veja este outro artigo sobre a relação de eficiência dos fertilizantes e correção do solo).
Quer ver um exemplo? Essa foto foi tirada pelo Eng. Agrônomo Felipe Domansky, em uma propriedade de Tamarana, após 48 dias de estiagem.
Fale com seu Engenheiro Agrônomo, faça já a análise de solo e prepare-se para a safra 2018/2019. E o mais importante:Â se não houver estiagem, você ainda terá ganhos de produtividade!
Sódio em fertilizantes e corretivos tem agravado o problema de infestação com Capim Amargoso
Análise de corretivos, Análise de fertilizante mineral, Análise quÃmica de solo
O capim amargoso (Digitaria insularis), também conhecido como capim-flexa, capim-açu ou capim-pororó tem tirado o sono de muito produtor. Esta planta daninha apresenta características únicas: nasce o ano todo, cresce em qualquer região do Brasil, tem alto poder germinativo, se espalha pelo vento, se propaga por sementes e rizomas e tem apresentado grande resistência à maioria dos herbicidas.
Mas por que ele tem invadido e se tornado um problema?
Uma das causas da infestação e predominância do capim amargoso em detrimento de outras espécies de mais fácil controle pode estar no manejo e no excesso de confiança em alguns fornecedores de insumos.
Estamos falando de 3 cuidados básicos que muitos produtores não se atentam:
- Presença de sódio no solo;
- Contaminação de fertilizantes (em especial o KCl) por sódio;
- Contaminação dos corretivos de acidez (em especial a lama de cal e misturas com esse produto) por sódio.
Primeiro a explicação:
Segundo o Dr. José Carlos Vieira de Almeida, o capim amargoso é oriundo da região sub saariana da África, onde há predominância de solos ácidos, embora haja indÃcios de que seu centro de origem seja o Brasil, em regiões com condições de solos e pluviosidade muito similares. Ressalta-se que regiões de baixa pluviosidade possuem tendência de acumular sais, principalmente o sódio.
Dessa forma o capim amargoso é altamente adaptado a solos com alta saturação de sódio e resiste bem a esse estresse abiótico, vencendo a competição com outras plantas daninhas e predominando nesse tipo de ambiente.
Agora a prevenção:
A melhor forma de prevenir a predominância de capim amargoso é evitar um ambiente ao qual ele esteja mais adaptado, ou seja, solo ácido de baixa fertilidade e principalmente com presença de sódio.
O que fazer então?
Antes de mais nada é preciso corrigir a acidez e monitorar a presença e os níveis de sódio no solo e nos produtos.
- Analise o sódio no solo regularmente.
Na Laborsolo, a Análise QuÃmica do Solo já inclui a mensuração do sódio, não sendo necessário solicitar nenhum parâmetro adicional, apenas realizar a análise básica de macro e micronutrientes para constatar a presença (ou não) e o nível de sódio em uma área.
- Analise seus fertilizantes
Tem sido relatado que alguns fertilizantes, em especial o Cloreto de Potássio (KCl), estão apresentando contaminação por sódio, o que tem elevado a saturação de sódio na CTC após a aplicação, prejudicando a nutrição da lavoura e agravando o problema de infestação com capim amargoso. Por isso é importante fazer controle da qualidade dos fertilizantes adquiridos, não só para checar a presença de contaminantes, mas também para checar as próprias garantias de nutrientes. Para isso, é só enviar amostras dos fertilizantes para nosso laboratório e solicitar a análise de sódio.
- Analise seus corretivos
A Lama de Cal, ou Lama Cal, resíduo da indústria de papel e celulose, tem sido utilizada como corretivo de acidez do solo por seu elevado poder de neutralização e elevada concentração de cálcio. Entretanto, o sódio também faz parte de sua constituição, sendo considerado um contaminante para fins agrícolas. Então é preciso analisar o nível de sódio toda vez que for aplicar lama cal, em especial porque sua composição é altamente variável. Além da utilização isolada, tem havido relatos de calcário que na verdade são misturas de lama cal e calcário. Nesse caso, num primeiro momento é praticamente impossível saber se houve mistura ou não, e muito menos qual a resultante em relação ao sódio. Então, se analisar os lotes adquiridos de calcário já era importante por se tratar de uma rocha de composição muito variável, agora se tornou indispensável. Para fazer essa verificação, é só enviar amostras dos corretivos para nosso laboratório e solicitar a análise de contaminantes!
- Fale com seu Engenheiro Agrônomo
Já verificou o solo, o fertilizante e o corretivo? Então é hora de, de posse de todos os resultados, traçar a estratégia de combate com seu Engenheiro Agrônomo! Se há presença de sódio, é preciso tomar as devidas providências para corrigir (pode ser a correção com gesso agrícola, cloreto de cálcio, enxofre, etc. ““ seu Agrônomo é a pessoa mais indicada para definir isso!). Se não há presença de sódio, é preciso reavaliar a estratégia de controle e o uso dos herbicidas. E claro, continuar sempre monitorando, para não ser pego de surpresa.
E não é só pelo capim amargoso!
Além de propiciar um ambiente “˜agradável’ ao capim amargoso, a presença de sódio causa outros efeitos negativos no solo e nas plantas:
Efeitos sobre o solo:
- Diminuição da disponibilidade de nutrientes através da análise de tecidos foliares.
- Diminuição do potencial da água no solo (verificada através da condutividade elétrica na análise do extrato de saturação).
- Dispersão de partículas (verificada através da análise de Argila Dispersa em Água)
- Encrostamento e compactação do solo, verificado através das análises de densidades e porosidade em amostras indeformadas.
- Aumento da resistência à penetração de raízes, verificada com o uso de penetrômetros.
- Toxicidade de íons específicos (inibição competitiva) através da análise de tecidos foliares.
Efeitos sobre as plantas:
- Estresse hídrico
- Alterações no metabolismo geral das plantas
- Toxidez de íons específicos, como cloreto (Cl““) e sódio (Na)
- Inibição competitiva (Cl““NO3-, Na+ (K+, Ca2+, Mg2+)
- Redução da taxa de crescimento
- Redução da produtividade
Dr. José Carlos Vieira lembra que, para não ter problema, a saturação de sódio na CTC não deve ultrapassar 1%.