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Reaproveitamento da solução nutritiva na hidroponia

 

Helio Grassi Filho

Professor da área de Nutrição Mineral de Plantas da Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP

heliograssi@fca.unesp.br

 

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Uma solução nutritiva é o meio pelo qual os nutrientes previamente dissolvidos na água são colocados à disposição das plantas. Todos os nutrientes essenciais (N, P, K, Ca, Mg, S, B. Cl, Cu FE, Mn, Mo e Zn) devem ser fornecidos em níveis compatíveis com as exigências de cada espécie e de acordo com a fase de desenvolvimento.

A solução nutritiva é o elemento essencial na hidroponia, pois quando se enfoca o meio radicular é dela que depende inteiramente o crescimento da cultura. De modo geral, os cultivos hidropônicos requerem acompanhamento permanente do funcionamento do sistema, principalmente quanto ao controle das características químicas e físicas da solução nutritiva.

Solução ideal

Poderíamos afirmar que a solução proposta por Furlani (1997), para o Estado de São Paulo, seria a mais indicada, devendo o produtor, em função das características ambientais (temperatura e umidade relativa), saber prever as alterações necessárias para que se tenha um bom desenvolvimento das plantas.

Podemos dividir os nutrientes em duas categorias. Aqueles ditos orgânicos carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), que são fornecidos pela água e respiração e que farão parte de 80 a 95% da composição em peso de massa seca da planta, e o restante dos nutrientes seriam os que chamamos de essenciais à vida da planta, pois sem eles não é possível completar seu ciclo de vida, ou seja, a planta morre ou não produz sementes (não deixa descendentes).

Estes elementos são o nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg), enxofre (S), boro (B), cloro (Cl), cobre (Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) e zinco (Zn).

Resposta à solução nutritiva

Em termos de rentabilidade, a alface é a maior responsável pela produção em sistemas hidropônicos, pois teremos muito mais ciclos da cultura em uma mesma área, quando comparado ao cultivo convencional.

Podemos comparar o sistema hidropônico a uma fábrica para a produção do vegetal, pois cada etapa do processo deve ser seguida para se obter o melhor resultado.

Helio Grassi Filho, professor da UNESP - Crédito Arquivo pessoal
Helio Grassi Filho, professor da UNESP – Crédito Arquivo pessoal

Cuidados necessários

Três detalhes devem ser observados diariamente: o pH, a condutividade elétrica e a temperatura. Dos três fatores a temperatura dependerá da época do ano e do clima predominante na região onde o sistema está instalado.

Alguns fatores devem ser considerados: reservatório de solução sempre na sombra, se possível enterrado para que a variação de temperatura seja menor, e se mesmo assim não houver abaixamento da temperatura pode-se recorrer a modificações na estrutura do sistema produtivo, como o aumento da declividade de 2 a 3% para 8 a 10% na bancada, fazendo com que a solução percorra os canais mais rapidamente, diminuindo a elevação de sua temperatura. A temperatura ideal deve variar entre 18 a24°C.

Sobre o pH e a condutividade, devem ser corrigidos diariamente pela manhã e da forma como o produtor já está acostumado, lembrando que quando a correção do pH começar a ficar difícil, ou seja, exigir utilizar muito corretivo, é o indicativo de que está na hora de trocar a solução.

Quanto à condutividade, manter o proposto por Furlani (1997) ainda é o mais prático.

Manejo

O manejo da solução é diário, com acerto do volume do reservatório, do pH da solução e de sua condutividade elétrica. Recomendo sempre fazer no início dos trabalhos.

Acertado o volume dos reservatórios, a correção do pH seria o segundo passo. Se ácido, corrigir com uma base (solução de hidróxido de potássio, por exemplo), se alcalino, corrigir com um ácido (acido nítrico, fosfórico ou sulfúrico), não utilizar ácido muriático ou clorídrico. O pH deve ficar entre 5,8 e 6,4 para o melhor desenvolvimento da alface.

Feita a correção do pH, passemos a corrigir a condutividade elétrica, seguindo os passos propostos por Furlani et al (1997). Quanto à frequência da troca de solução, recomendo que, no momento em que o consumo de ácido ou base para a correção do pH está muito alto, ou seja, quando a solução nutritiva, mesmo recebendo grandes volumes de corretivos não altera seu pH (dizemos que atingiu uma solução tampão devido aos compostos orgânicos excretados pela raízes ao logo de seu desenvolvimento -“também chamados de venenos respiratórios”), chegou o momento de fazer a troca da solução.

Portanto, não há um tempo definido para que ocorra esta troca, e sim quando temos um problema que dificulta o manejo.

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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