José Geraldo Mageste
Engenheiro florestal, mestre em Solos e Nutrição de Plantas, Ph.D e professor da Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Fernando Simoni Bacileri
Luara Cristina de Lima
Mestres e doutorandos em Agronomia ““ UFU
Renato Azevedo da Silva
Graduando em Engenharia Ambiental ““ UFU
As espécies florestais respondem facilmente às fertilizações feitas adequadamente. Isto significa que, em se constatando uma deficiência nutricional, não é necessário sair correndo em desespero e jogando fertilizante no solo para se proceder a correção.
Quando os sintomas se tornam visÃveis, os prejuízos com crescimento e produtividade já foram iniciados muito anteriormente. De nada adiantará jogar fertilizante no solo sem haver umidade para “distribuição“ do mesmo, por exemplo.
Ainda temos nutrientes móveis e imóveis, tanto no solo quanto nas plantas. Alguns silvicultores inexperientes desejam corrigir deficiência de cálcio com pulverizações aéreas. A molécula de cálcio é suficientemente grande, e não consegue “penetrar“ no xilema (canal condutor). Ele é absorvido somente pelas raízes das árvores.
Aà vem outro complicador – onde estão as raízes que podem absorver este nutriente? Isto dependerá da idade da planta, do manejo dado à cultura e ao solo, da classe de solo, etc.
Monitoramento
O monitoramento e as análises tanto de folhas quanto de solo são ferramentas que permitirão ao silvicultor tomar a decisão certa sobre qual nutriente deverá ser fornecido e como deverá ser feita esta correção. Por melhor que seja a diagnose visual, ela deve sempre vir suportada pelas análises das folhas e do solo.
A análise de solo é um instrumento básico dos padrões físico-químicos do solo, sendo indispensável em qualquer programa de utilização adequada de corretivos e fertilizantes para os povoamentos florestais. Ela propicia informações para tomadas de decisões e adoção de práticas para aumentos da produtividade.
Todo processo deve ser iniciado com a diagnose visual, que fará a constatação de sintomas de deficiência ou toxidez procedendo-se uma comparação do aspecto de uma amostra possivelmente problemática com um padrão, geralmente com referência às folhas das plantas.
Mas, conforme dito anteriormente, alerta-se para o fato de que no momento em que os sintomas se tornam visÃveis já houve um comprometimento da produtividade muito anteriormente.
Danos à vista
As folhas constituem a parte metabolicamente mais ativa das plantas, consequentemente, as alterações que ocorrem ao seu redor e na planta como um todo são rapidamente refletidas neste órgão.
Nesse sentido, o nível de composição nutricional nas folhas representa um ponto de partida para o monitoramento do estado nutricional das plantas e, por conseguinte, relaciona com as recomendações que aumentem a viabilidade e a otimização do cultivo, uma vez que a variação na concentração está interligada com o nível produtivo.
Assim, a análise quÃmica de folhas ou análise foliar é, reconhecidamente, uma ferramenta de grande importância no monitoramento do estado nutricional de plantas, pois a planta é o próprio extrator de nutrientes do solo, o que possibilita um diagnóstico nutricional direto.
Com a análise foliar é possível avaliar o estado nutricional, identificar deficiências antes de surgirem os sintomas visuais que podem, em algumas situações, ser confundidos, dificultando a diagnose visual.
A avaliação do estado nutricional de plantas por meio dos métodos de diagnose foliar, os quais relacionam os teores de nutrientes entre si, como no caso do Sistema Integrado de Diagnose e Recomendação (DRIS), vem se destacando dos tradicionais, que consideram os teores dos nutrientes individualmente, como o nível crÃtico e a faixa de suficiência.
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