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Safrinha – Manejo pode ser o diferencial

Israel Alexandre Pereira Filho

Emerson Borghi

Pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo ““ Núcleo de Desenvolvimento de Sistema de Produção

 

Crédito-Shutterstock
Crédito-Shutterstock

A cultura do milho segunda safra ou safrinha vem obtendo sucessivos ganhos de área e de rendimentos em relação à primeira safra por causa dos constantes avanços tecnológicos, tais como incorporação de ferramentas de biotecnologia adotadas nos últimos anos, como o milho Bt, cultivado em quase a totalidade de área de milho no Brasil.

Essa tecnologia, dentre outras, tem proporcionado ganho de produtividade em razão de melhoria significativa do potencial genético da cultura. Os rendimentos observados recentemente têm mostrado uma relação direta com o desenvolvimento de híbridos cada vez mais produtivos regionalizados e com a adoção de práticas agronômicas mais eficientes.

Crescimento ascendente

A posição consolidada da área de milho, reunindo a primeira e segunda safras, no exercício 2016/17, atingiu 17.592,1 hectares, representando um incremento de 10,5% se comparado com o plantio passado. As boas condições climáticas nas principais regiões do País proporcionaram uma produção recorde, atingindo 97.712 toneladas, com um incremento percentual de 46,9% em relação à safra passada.

A área de plantio de milho safrinhadeve totalizar 11 milhões de hectares e a produçãodeve atingir 60 milhões de toneladas nas próximas safras.O cultivo do milho safrinhacomeçou a se destacar a partir da safra 2011/12, superando, pela primeira vez, a produção do milho primeira safra.

Destadataem diante, vem crescendo a cada ciclo. Atualmente, a área cultivada com milho safrinha é o dobro da área do milho verão: na safrinha estão cultivados 12.109 milhões de hectares, enquanto a primeira safra está com 5.100 milhões de hectares.

A safrinha irá produzir cerca de 67.170 milhões de toneladas de grãos e a safra verão, ao redor de 25.880 milhões de toneladas. Diante dos fatos, a safrinha passou a ser a safra de milho mais importante no cenário do agronegócio do Brasil.

A área de plantio de milho safrinha gira em 11 milhões de hectares - Crédito Miriam Lins
A área de plantio de milho safrinha gira em 11 milhões de hectares – Crédito Miriam Lins

Profissionalismo

Diante da importância que tomou o cultivo do milho safrinha, o manejo da cultura deverá ser mais tecnificado, visando maiores rendimentos por área. E para isso o produtor deverá estar atento aos seguintes passos:

ð Uso de híbridos de alto potencial produtivo e adaptados a cada região de cultivo da safrinha: para tanto, os híbridos devem ter os seguintes requisitos: elevado potencial produtivo; bom desenvolvimento inicial;tolerância a déficit hídrico;tolerância ou resistênciaàs principais pragas e doenças que ocorrem nas épocas de cultivo e regiões onde se cultiva safrinha.

Deve-seadotar a prática de sistema de combinação de híbridos (utilização de híbridos de diferentes ciclos e características distintas de desenvolvimento), para diluir os possíveis riscos associados aos estresses causados pelo ambiente. Para se obtermelhores rendimentos, é imprescindível que híbridos de alto potencial se desenvolvam num ambiente favorável, com suprimento adequado de água, controle de doenças, insetos e plantas daninhas, além de adequada fertilidade do solo.

ð Densidade de semeadura compatível para cada cultivar: a utilização de híbridos com tolerância superior a estresses ambientais contribuiu para o aumento de rendimento de grãos por permitir o plantio de lavouras com alta densidade de plantas.

O cultivo do milho necessita de uma população bem específica para maximizar seu potencial produtivo. Essa característica está associada ao fato de que a planta não possui um mecanismo de compensação de espaços eficiente em baixas densidades.

A tolerância ao adensamento de plantas por área varia conforme as características genéticas de cada cultivar e o objetivo que o produtor deseja. Deve ser observado se a cultivar a ser utilizada pode ser semeada em densidade elevada, caso contrário, o uso de densidades muito altas pode reduzir a atividade fotossintética da cultura e a eficiência de conversão de fotoassimilados na produção de grãos.

O milho Bt tem proporcionado altas produtividades Brasil afora - Crédito Miriam Lins
O milho Bt tem proporcionado altas produtividades Brasil afora – Crédito Miriam Lins

ð Espaçamento entrelinhas:o desenvolvimento de cultivares mais tolerantes a altas densidades de semeaduras e ointeresse das indústrias de máquinas no desenvolvimento de equipamentos adaptados (plataformas de colheita e kit de plantio) ao cultivo do milho com espaçamento reduzidoincentivaram os produtores a reduzir o espaçamento entrelinhas para patamares entre 40 e 50 cm, ao invés dos 80 e 90 utilizados anteriormente.

Entretanto, para se obter ganhos nos espaçamentos reduzidos, as densidades de semeadura devem ser mais elevadas, ao redor de 60 a 65 mil plantas por hectare.

ð Profundidade de semeadura:a maior ou menor profundidade da semente vai depender do tipo de solo. Em solos mais pesados, com drenagem deficiente ou com fatores que impedem o alongamento do mesocótilo, dificultando a emergência de plântulas, as sementes devem ser colocadas entre 03 e 05 cm de profundidade, e em solos mais leves ou arenosos, as sementes podem ser colocadas mais profundamente, entre 05 e 07 cm de profundidade, para se beneficiarem do maior teor de umidade.

ð Regulagem da semeadora:deve-se fazer a escolha correta de discos e anéis; o ajuste de engrenagens para deposição da quantidade desejada de sementes (evitar plantas duplas e falhas nas linhas) naprofundidade adequada delas; ajustar a distância do adubo em relação à semente, e sistema de fechamento dos sulcos de semeadura.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio de 2018 da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar para leitura completa.

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