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Sarna da macieira exige atenção do produtor

Givago Coutinho

Engenheiro agrônomo e doutor em Fruticultura

givago_agro@hotmail.com

Herick Fernando de Jesus Silva

Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia/UFU

herickfernando@gmail.com

 

Os aminoácidos têm interação com a nutrição das plantas - Crédito Gilmar Gomes
Os aminoácidos têm interação com a nutrição das plantas – Crédito Gilmar Gomes

Dentre as fruteiras de clima temperado, a macieira se encontra entre as mais cultivadas no Brasil. Anualmente, são colhidos em todo o território nacional frutos que são destinados tanto ao abastecimento do mercado interno quanto à exportação. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2016 foram colhidas 1.064.708 toneladas da fruta e para 2017 é esperado um aumento de 13,0% em relação ao ano anterior.

Porém, para que o sucesso na produção seja alcançado, a cultura exige uma série de técnicas de manejo ao longo de todo o processo produtivo, que vão desde a escolha de cultivares, mudas de qualidade, adubação, passando pela poda, raleio de frutos, até etapas de colheita e pós-colheita, além de passar também pelo controle de pragas e doenças.

Alerta geral

Dentre as doenças que acometem a macieira, encontra-se uma que ocasiona danos consideráveis à produção e constitui a principal moléstia na cultura: a sarna da macieira. Causada pelo fungo Venturiainaequalis (Cke.) Wint., cuja fase anamorfa corresponde à Spilocaeapomi Fr.,a doença está presente nos cultivos brasileiros desde 1950, sendo os primeiros relatos no Estado de São Paulo.

Além disso, a maçã foi a primeira fruta a obter o selo da Produção Integrada de Frutas no Brasil, sendo o marco do início desse processo produtivo entre os anos de 1996 e 1997.

Este selo garante a qualidade do produto, sendo reconhecido nos mais diversos países, obtendo, além do reconhecimento da qualidade, um valor de mercado maior por meio de uma série de exigências a serem adotadas no manejo seguindo as Normas para a Produção Integrada. Neste, são definidas as técnicas de cultivo, os agroquímicos registrados cuja utilização é permitida, a dose e situação na qual se permite seu uso, além de várias outras exigências.

Contudo, o cultivo requer cuidados especiais que garantam a qualidade do produto, a segurança alimentar do consumidor e a redução de possíveis danos ao meio ambiente. Assim, o estudo a cerca dos fatores que envolvem a produção torna-se de fundamental importância, visto a relevância do cumprimento das normas de produção, principalmente no que se refere ao controle da sarna, doença que, se não controlada, pode comprometer toda a produção, levando as macieiras à morte e dizimando os cultivos.

 

Prejuízos

A sarna constitui a doença mais importante que causa prejuízos ao cultivo da macieira. Ocorre em folhas, pecíolos, flores e frutas, e caso o controle não seja realizado de forma correta e em tempo hábil, toda a produção de frutas poderá ser perdida.

Doença de distribuição geral no mundo, esta doença constitui um grave problema nos cultivos da macieira em regiões temperadas e úmidas. Sua severidade pode variar entre um ano e outro e está associada, dentre outros, a fatores como:

ðVolume de inóculo primário que está presente em folhas caídas na área do cultivo;

ðFatores climáticos nas fases iniciais do ciclo vegetativo da macieira.

As perdas podem ser causadas de maneira direta pela queda de flores e depreciação comercial dos frutos e indireta pelo desfolhamento e, por consequência, a redução do vigor das macieiras.

Condições para o ataque

O agente etiológico causador da sarna da macieira tem seu ataque concentrado no período de ocorrência de chuvas e o período de infecção assim que se inicia o período de brotação das macieiras, em geral a partir do mês de agosto.

Algumas condições climáticas podem agravar o quadro de ocorrência da doença, como regiões onde a primavera e o verão apresentam umidade elevada e temperatura mais amena, como ocorre no Sul do País, local em que as perdas podem alcançar até 100% da produção.

Quando as brotações atingem o estágio denominado “ponta verde“, o fungo inicia o ataque, que vem comumente associado com a incidência de chuvas e temperaturas amenas.

Durante o inverno, período em que as macieiras se encontram em dormência, o fungo passa a seu estágio de sobrevivência em folhas caídas no interior do pomar, até que encontre novamente condições propícias e inicie um novo ataque.

Controle

O uso racional de fungicidas constitui a principal base do controle curativo da sarna, já que as principais cultivares comerciais são muito suscetíveis a essa doença. Esses agentes químicos recebem duas classificações quanto às suas atividades:

ÃœPré-infecção ou protetora: dentre os fungicidas que englobam essa categoria estão o captan, folpet, mancozeb, dithianon, chlorothalonil, fluazinam e dodine. Esses fungicidas interferem na germinação dos esporos, por isso devem ser aplicados antes ou durante um período de infecção, preferencialmente até 24 horas após o início da chuva, período de grande favorecimento para o desenvolvimento inicial do inóculo.

Essa matéria completa você encontra na edição de Julho 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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