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Sementes certificadas – A garantia de um plantio confiável

 

Crédito Shutterstock
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O processo de certificação de sementes foi instituído no Brasil pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA) por meio de instruções normativas e procedimentos visando garantir a qualidade física e fisiológica das sementes que o agricultor vai utilizar.

“Por meio das análises qualitativas é possível assegurar o sucesso quanto à viabilidade das sementes. Uma vez assegurado os padrões pré-estabelecidos, é emitido o certificado de origem e garantia dessa semente dentro do sistema“, explica Luiz Carlos Miranda, engenheiro agrônomo e pesquisador na área de tecnologia e produção de semente.

De dentro para fora

O tratamento de sementes é uma ferramenta utilizada no processo de produção, que serve para proteger as sementes contra pragas e doenças durante o armazenamento até a época de plantio, assegurando o processo de emergência das plântulas.

Entretanto, não há obrigatoriedade para a certificação, da realização do tratamento das sementes, sendo este uma ferramenta técnica para garantir segurança ao agricultor.

Na prática, diversas espécies já são disponibilizadas para o agricultor com as sementes tratadas, como é o caso do milho, em que 100% das sementes produzidas no País são tratadas com produtos específicos, principalmente contra pragas e doenças. Quanto à soja, estima-se que esse percentual seja de 80%, assim como no trigo.

“O tratamento de sementes é uma operação eminentemente técnica sendo indispensável adotar todos os cuidados em relação às diversas operações, mormente quanto ao maquinário apropriado para que o tratamento seja eficiente e não haja contaminação das pessoas e do meio ambiente. O uso correto de EPI’s – equipamentos de proteção individuais, bem como o treinamento dos operadores, é fundamental para o cumprimento desta operação. Também é preciso se atentar às indicações e especificações técnicas dos produtos a serem utilizados“, ressalta Luiz Carlos.

O tratamento de sementes protege contra pragas e doenças - Crédito Marcelo Madalosso
O tratamento de sementes protege contra pragas e doenças – Crédito Marcelo Madalosso

Proteção ampla

Marcos Rafael Petek, pesquisador da Embrapa e responsável técnico pela produção de semente genética de soja e trigo, esclarece que “o tratamento de semente é mais visivelmente efetivo quando a semente já tem a presença de patógenos durante o armazenamento ou quando a área de plantio apresenta histórico de patógenos e pragas e em condições climáticas desfavoráveis no momento do plantio“, pondera.

“No tratamento de sementes, os erros mais comuns são a utilização de inseticida e nematicida sem necessidade, ou seja, produtos que não terão função alguma em áreas sem histórico e/ou presença do problema, apenas onerando o custo de produção“, enfatiza.

Assim, segundo ele, o ideal é tratar a semente o mais próximo possível do plantio, evitando danos à semente ou que o produto perca a eficiência até o momento do plantio. Durante todo o armazenamento e transporte a semente deve ser mantida em local adequado, com cuidado sem relação à temperatura e umidade, para não acontecer a perda de eficiência dos produtos e de vigor das sementes.

Os erros que ocorrem no tratamento de sementes comumente são relacionados à escolha do produto correto. “Não se pode esquecer que a semente é um alimento, e uma vez tratada, na maioria dos casos não é recomendável o consumo humano ou animal. Mas, se isso acontecer, tem que ser seguido de forma estrita o período de carência, parase evitar a contaminação das pessoas ou dos animais“, alerta Luiz Carlos.

Certificação

Existe um processo de certificação de sementes, realizado pelo MAPA, que tem como principal objetivo rastrear a semente produzida, garantindo a qualidade ao produtor. “Desta forma, todo o processo de produção, desde a origem da semente até a colheita, formação de lotes para o armazenamento, até a emissão do certificado de semente, é feito de acordo com o manual de produção de sementes estabelecido para cada espécie inerente à empresa. A fiscalização de todo o processo de produção e comercialização de sementes no Brasil é realizada pelo MAPA“, informa Marcos Rafael.

O processo de certificação acontece durante a produção da semente, a qual é submetida a análises técnicas para verificação da sua qualidade de acordo com os padrões estabelecidos para cada espécie. A produção de sementes certificadas dentro do sistema do MAPA é obrigatória, mas Luiz Carlos explica que existem duas categorias de sementes que não estão incluídas no processo de certificação, podendo ser comercializadas e utilizadas livremente pelo agricultor, que são as categorias S1 e S2.

Ainda segundo os pesquisadores, a semente certificada garante muitos benefícios, como por exemplo, uma qualidade dentro dos padrões estabelecidos. Lembrando que a comercialização de grãos como sementes é proibida no País.É importante relembrar que o produtor precisa ficar alerta quanto às suas reais necessidades em relação ao tratamento de sementes,evitando gastos desnecessários com produtos e/ou “pacotes“ que podem não trazer os benefícios esperados.

Essa matéria você encontra na edição de agosto de 2018 da Revista Campo & Negócios Grãos. Adquira o seu exemplar.

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