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sábado, novembro 23, 2024
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Silício é aliado no controle de nematoides em hortaliças

Rodrigo Vieira da Silva

Engenheiro agrônomo e doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), professor do IF Goiano ““ Câmpus Morrinhos

rodrigo.silva@ifgoiano.edu.br

Brenda Ventura de Lima e Silva

Engenheiro agrônomo e mestre em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), Professora Substituta do IF Goiano ““ Câmpus Morrinhos

 

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

Os nematoides constituem-se num dos mais antigos microrganismos capazes de causar doenças em plantas. No entanto, estes ainda continuam desconhecidos por grande parte dos agricultores pelo fato de viverem todo, ou parte de seu ciclo de vida escondidos no solo.

Os nematoides parasitos de plantas são vermes filiformes, quase transparentes, minúsculos, geralmente medindo menos de um milímetro de comprimento, sendo necessária a utilização de microscópio para a sua visualização. Apesar disso, os mesmos causam grandes prejuízos à agricultura, em função de infectar praticamente todas as plantas cultivadas.

Dentre os nematoides, os formadores de galhas radiculares, pertencentes ao gênero Meloidogyne, constituem o principal grupo para a agricultura. Isto se deve a sua capacidade de infectar e causar prejuízos econômicos em praticamente todas as espécies de plantas cultivadas.

Os cultivos com hortaliças no Brasil são, de maneira geral, submetidos à prática de cultivos intensivos, onde se utiliza a irrigação e o uso contínuo do solo durante todo ano. Este sistema é extremamente favorável à multiplicação dos nematoides que infectam as plantas, tendo como consequência grande prejuízo devido ao seu parasitismo. As perdas provocadas pelos nematoides podem chegar a 100%, inviabilizando esta atividade em determinadas áreas de cultivo.

Sintomas dos nematoides

Foto 02Os nematoides infectam principalmente os órgãos subterrâneos, como raízes, bulbos, tubérculos e rizomas, onde pode ocorrer uma diminuição drástica das raízes finas, engrossamentos, rachaduras, escurecimento e degradação dos tecidos corticais.

Os sintomas da parte aérea são semelhantes aos causados por deficiência nutricional, que são: subdesenvolvimento, folhas pequenas e amareladas. Porém pode ocorrer também: murcha, necrose foliar, queda de folhas, declínio geral, causando redução na produção e depreciação do produto comercial e, em caso de alta densidade de nematoide, pode até levar à morte da planta.

Foto 03

Foto 04

Controle dos nematoides

Para o controle de doenças causadas por nematoides o uso de nematicidas tem sido evitado, por ser uma prática muitas vezes ineficiente, de custo elevado, que impõe riscos ao aplicador e ao ambiente, além de destruição da microflora do solo e contaminação do lençol freático.

A rotação de culturas apresenta algumas limitações e a utilização de cultivares resistentes, apesar de eficiente, esbarra no fato de existirem poucos materiais resistentes a nematoides, principalmente ao se tratar das hortaliças.

Portanto, explorar outras estratégias que permitam minimizar a ação do patógeno se faz necessário. Nos últimos anos intensificaram-se as pesquisas por métodos alternativos eficientes e ambientalmente seguros para o manejo de fitonematoides em culturas de interesse econômico.

Neste contexto, o manejo nutricional das plantas vem sendo utilizado com o objetivo de aumentar a resistência e/ou a tolerância às doenças. Dentre os elementos minerais utilizados no manejo de doenças em plantas, o silício (Si) tem demonstrado efeito positivo por reduzir a severidade de doenças em diversas culturas, incluindo hortaliças.

Nutrientes no controle de doenças

Os nutrientes, além do seu efeito no crescimento e na produção das plantas, também podem auxiliar no aumento da resistência e/ou tolerância das mesmas ao ataque de microrganismos patogênicos, ou seja, aqueles capazes de causar doenças.

A resistência pode ser incrementada por modificações na anatomia (células da epiderme mais espessas, lignificadas ou silicatadas) e nas propriedades fisiológicas e bioquímicas (produção de substâncias inibidoras ou repelentes), ou simplesmente por alteração das plantas aos ataques das pragas, por meio do aumento de barreiras mecânicas (lignificação ou suberização) e pela indução da síntese de diversos compostos antimicrobianos que agem direta ou indiretamente sobre os patógenos.

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