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Silício – Proteção e nutrição para as hortaliças

 

Brenda Ventura de Lima e Silva

Engenheiro agrônomo e mestre em Fitopatologia

brendavlima@yahoo.com.br

Rodrigo Vieira da Silva

Engenheiro agrônomo, doutor em Fitopatologia e professor do IF Goiano ““ Câmpus Morrinhos

José Feliciano Bernardes Neto

Estudante de Agronomia do IF Goiano ““ câmpus Morrinhos

José Humberto de Ávila Júnior

Mestrando em Olericultura do IF Goiano ““ Câmpus Morrinhos

Crédito Eduardo Grecco
Crédito Eduardo Grecco

Apesar de o silício (Si) não ser considerado elemento essencial para as plantas, existem vários efeitos benéficos relatados em culturas adubadas com este elemento. Podemos citar uma maior resistência a doenças e pragas, tolerância à toxidade a metais, menor evapotranspiração, aumento da nodulação em leguminosas, efeitos na atividade de enzimas, efeitos na composição mineral, dentre outros.

Além desses benefícios, a importância da aplicação de Si para as plantas está relacionada principalmente ao aumento do crescimento e produção vegetal por meio de várias ações indiretas, deixando as folhas mais eretas, com diminuição do autossombreamento; à redução do acamamento; à maior rigidez estrutural dos tecidos; à proteção contra estresses abióticos, como redução de toxidez pelos elementos Fe, Mn, Al e Na; à diminuição na incidência de patógenos e ao aumento na proteção contra herbívoros, incluindo os insetos-praga de culturas agronômicas, como as hortaliças.

O silício leva mais proteção às plantas de pepineiro - Crédito Shutterstock
O silício leva mais proteção às plantas de pepineiro – Crédito Shutterstock

Benefícios do silício

O silício com altos índices nas plantas apresenta inúmeras vantagens para a agricultura brasileira, como controlar pragas, aumentar a produtividade e melhorar a qualidade de produtos agrícolas.

Além disso, o Si apresenta uma função importante nas relações planta-ambiente, uma vez que pode dar às culturas melhores condições para suportar a situação de estresse, como adversidades climáticas, do solo e biológicas, obtendo como resultado final um aumento na produção, com melhor qualidade do produto.

A fertilização com silício pode também aumentar a resistência a várias doenças fúngicas, bacterianas e causadas por nematoides, além de insetos pragas. A maior absorção desse mineral proporciona uma proteção mecânica da epiderme da planta capaz de reduzir a infecção de fitopatógenos e aumentar a resistência à seca.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Silício x doenças

A resistência das plantas às doenças pode ser aumentada por meio da formação de barreiras mecânicas e/ou pela alteração das respostas bioquímicas da planta ao ataque de fitoparasitas, aumentando a síntese de toxinas que podem agir como substâncias inibidoras ou repelentes.

Barreiras mecânicas incluem mudanças na anatomia, como células epidérmicas mais grossas e um maior grau de lignificação e/ou silicificação (acúmulo de silício). A sílica amorfa localizada na parede celular da planta tem efeito marcante sobre as propriedades físicas da mesma.

Ao acumular-se nas células da camada epidérmica o Si pode ser uma barreira física estável na penetração de alguns tipos de fungos, principalmente em gramíneas. Neste aspecto, o papel do silício incorporado à parede celular é semelhante ao da lignina, que é um componente estrutural resistente à compressão.

Além da barreira física, esse elemento é capaz de potencializar alguns mecanismos de defesa, como por exemplo, aumentando a concentração de enzimas peroxidases, que é de fundamental importância na biosíntese de lignina, sendo importantíssimo na resistência das plantas aos patógenos, promovendo, desta forma, uma barreira química, devido ao aumento da lignina nas folhas.

De dentro para fora

Devido à acumulação na epiderme das folhas, o Si ativa genes envolvidos na produção de compostos secundários do metabolismo, como os polifenois, e enzimas relacionadas com os mecanismos de defesa das plantas. Deste modo, o aumento de silício nos tecidos vegetais faz com que a resistência da planta ao ataque do fungo patogênico aumente, devido à produção suplementar de toxinas que podem agir como substâncias inibidoras do patógeno.

Alguns exemplos de doenças que encontram resistência do hospedeiro com a suplementação de silício incluem cancro-da-haste em soja, oídio em trigo, soja, cevada, pepineiro e tomateiro, e doenças fúngicas em jambu, dentre outras. A redução da doença na planta ocorre devido à deposição e acúmulo de silício na parede celular, abaixo da cutícula, aumentando a rigidez das células epidérmicas.

Depois de depositado, o silício torna-se imóvel e não mais é redistribuído para outras partes da planta, formando assim uma barreira física que protege a planta contra a penetração e o desenvolvimento de hifas de fungos.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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