Eduardo Stehling
Biólogo e gestor de melhoramento da Bela Vista Florestal
Quando a questão é produtividade e rentabilidade, a realização de um manejo adequado na floresta é primordial. São vários fatores que podem interferir no crescimento e na qualidade da madeira produzida, entre eles a mato-competição, a competição entre árvores do estande, a desrama adequada para remoção de galhos para produção de madeira livre de nós e para condução de forma.
O uso de softwares para conhecer o crescimento da floresta neste contexto é fundamental, pois auxilia na tomada de decisão do silvicultor com relação ao manejo correto a ser realizado e na quantificação da madeira em produção.
A Embrapa Florestas (PR) trabalha no desenvolvimento de softwares desde 1980, com o objetivo de auxiliar os produtores de diversas culturas. Em uso por mais de 300 empresas, as versões básicas da FamÃlia SIS estão agora disponíveis para acesso dos interessados.
Culturas beneficiadas
A família SIS atualmente engloba softwares de medição para Eucalyptusgrandis, Eucalyptusurograndis, Eucalyptusdunnii, Pinus caribaea, Pinus elliottii, Pinus taeda, teca (Tectonagrandis), acácia (Acaciamearnsii); araucária (Araucariaangustifolia); bracatinga (Mimosa scabrella) e cedro australiano (Toonaciliata).
Os softwares da família SIS são simuladores de manejo, análise econômica, modelagem, crescimento e produção de florestas plantadas. Eles são utilizados para auxiliar no planejamento dos desbates (colheitas parciais, retirando-se linhas e/ou árvores selecionadas).
Os usuários podem utilizar os softwares para testar todas as opções de manejo da floresta para cada condição de clima e solo, fazer prognoses de produções presente e futura, efetuar análises econômicas e, depois, levar para o campo apenas a melhor alternativa.
SISCedro
O SISCedro é o caçula da família SIS, sendo desenvolvido pelos pesquisadores Edilson Batista Oliveira de Oliveira, da Embrapa Florestas, e LauryCullen, do IPE ““ Instituto de Pesquisas Ecológicas.
Parte das equações e modelos utilizados pelo software foram geradas pelo Programa de Melhoramento do Cedro Australiano, iniciativa da Bela Vista Florestal com o apoio da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Entre os pesquisadores que trabalharam no desenvolvimento de modelos biométricos específicos para o cedro australiano estão Gustavo Salgado Martins (Biometria de cedro australiano), Bruna Dias Rodrigues (Avaliação de ajustes de modelos hipsométricos em plantios de Toonaciliata) e Joyce de Almeida Alves (Modelos biométricos florestais para Toonaciliata).
Indispensável citar a importância do envolvimento dos professores da UFLA, Natalino Calegario e Fausto Weimar Acerbi Júnior como orientadores no desenvolvimento destes trabalhos.
Versatilidade
De fácil utilização, interface simples e bem organizada, o software permite que o próprio produtor, por meio de medições realizadas em suas florestas de cedro australiano, consiga obter informações de qualidade e precisão para a tomada de decisão sobre o manejo e medir a produtividade de sua floresta.
O SIScedro também possui interface que permite a customização das equações utilizadas, o que dá enorme flexibilidade no uso da ferramenta. Para quem busca interação, o software será apresentado por seu criador Edilson Batista a produtores de cedro australiano no 1º Dia de Campo de Cedro Australiano, dia 29 de julho na Bela Vista Florestal, Campo Belo (MG) (www.cedroaustraliano.com.br).
As pesquisas em biometria e manejo florestal na cultura não param. Novos trabalhos virão, assim como novas atualizações no SIScedro, esta importante ferramenta para o silvicultor.
Tabela de crescimento e produção ““ cedro australiano (Toonaciliata)
Descrição: LauryCullen
Ãndice de sÃtio: 26,0
Densidade (árvores por hectare): 900
Porcentagem de sobrevivência (1º ano): 100%
Idade | Alt. dominante | Árvores/ha | Diâmetro médio | Alt. média | Área basal | Volume total | IMA | tCO2 |
1 | 2,5 | 900 | 1,3 | 1,9 | 0,1 | 0,1 | 0,1 | 0,1 |
2 | 6,3 | 900 | 5,5 | 4,9 | 2,2 | 4,2 | 2,1 | 3,3 |
3 | 9,6 | 900 | 9,3 | 7,4 | 6,1 | 18,1 | 6,0 | 14,2 |
4 | 12,2 | 900 | 12,2 | 9,5 | 10,5 | 39,7 | 9,9 | 31,2 |
5 | 14,5 | 899 | 14,4 | 11,2 | 14,7 | 65,5 | 13,1 | 51,4 |
6 | 16,3 | 898 | 16,2 | 12,6 | 18,5 | 93,1 | 15,5 | 73,1 |
7 | 18,0 | 897 | 17,6 | 13,9 | 21,8 | 121,0 | 17,3 | 95,0 |
8 | 19,4 | 895 | 18,8 | 14,9 | 24,9 | 148,5 | 18,6 | 116,5 |
9 | 20,6 | 893 | 19,8 | 15,9 | 27,6 | 175,0 | 19,4 | 137,3 |
10 | 21,7 | 891 | 20,7 | 16,7 | 30,0 | 200,3 | 20,0 | 157,2 |
11 | 22,8 | 888 | 21,5 | 17,5 | 32,1 | 224,4 | 20,4 | 176,1 |
12 | 23,7 | 885 | 22,1 | 18,2 | 34,0 | 247,2 | 20,6 | 194,0 |
13 | 24,5 | 882 | 22,7 | 18,8 | 35,8 | 268,7 | 20,7 | 210,9 |
14 | 25,3 | 878 | 23,3 | 19,3 | 37,4 | 289,0 | 20,6 | 226,8 |
15 | 26,0 | 875 | 23,8 | 19,9 | 38,8 | 308,1 | 20,5 | 241,7 |
Equação de sÃtio: Embrapa (IS 15 anos)
Equação de volume: Embrapa
Equação de sortimento: Martins, G.S. (2010)
tCO2 = (Vol + 25%) x (Dens. Básica: 0,35) x (C:0,49) x (CO2: 3,66)