17.5 C
Nova Iorque
sábado, novembro 23, 2024
Início Revistas Florestas Solução prática para proteção de mudas florestais de alto valor

Solução prática para proteção de mudas florestais de alto valor

Ricardo Vilela

Diretor da Bela Vista Florestal

ricardo@belavistaflorestal.com.br

Créditos Bela Vista Florestal
Créditos Bela Vista Florestal

As mudanças climáticas estão no centro das discussões ambientais, agrícolas e florestais há algum tempo. O agravamento do fenômeno El Niño vem causando estragos e mais estragos ao campo brasileiro, ao potencializar os extremosde nosso clima, que ocorrem em regiões distintas.

As secas no norte e noroeste de Minas são conhecidas e esperadas, mas municípios como o de João Pinheiro, onde a precipitação média anual – apesar de mal distribuída – fica em torno de 1.300 mm, têm registrado chuvas abaixo de 1.000 mm nos últimos três anos.

As chuvas fortes na entrada do outono e da primavera,que de forma aleatória são acompanhadas de ventos fortes e/ou granizo, agora vêm com tornados, como o que destruiu recentemente um dos maiores viveiros de mudas de eucalipto de São Paulo e do País.

Os veranicos comuns no mês de janeiro estão cada vez mais fortes. Estes chegam exatamente no momento mais delicado de um novo projeto florestal, que é sua implantação.

Foi justamente pensando nessa questão, a fragilidade da muda nova, em sua fase inicial de estabelecimento, com emissão de raízes e novas brotações, que a empresa Bela Vista Florestal desenvolveu epatenteouum protetor de mudas, um produto simples e inovador, que tem se mostrado muito eficiente.

Ricardo Vilela, diretor da Bela Vista, em conjunto com Rodrigo Gomes Peixoto, desenvolveu e patenteou a solução, registrada com o número BR 10 2015 009152 4.

Como é ele

O protetor de mudas florestais foi projetado para proteger o solo em volta do coleto (tronco da muda) contra o aquecimento causado por raios solares que acarretam a queima do coleto e, consequentemente, a morte da planta pela interrupção do transporte de água e seiva.

Além do objetivo inicial, foi constatado que o protetor não só mantém a terra em volta do coleto e da raiz em temperatura mais amena, como segura a umidade nesta área por mais tempo. Isso o torna um grande aliado do gel comumente utilizado nos plantios florestais, como vêm atestando os produtores que fizeram essa combinação.

O resultado

Percebemos que a técnica evita o crescimento de mato no pé da planta, o que não pode ser combatido com herbicidas e requer capina manual, tornando-se um serviço caro e perigoso para a muda jovem, eem caso de chuva forte, o afogamento das mudas pela terra carreada por enxurradas também é em grande parte evitado.

Os protetores são fáceis de serem colocados, com um rendimento superior a um hectare/homem/dia, e podem ser pulverizados com produtos repelentes de formigas cortadeiras.

Por serem biodegradáveis, as peças se dissolvem com o tempo, sem causar prejuízos ao meio ambiente, portanto, não é necessário retirá-las. Nos testes realizados na Bela Vista Florestal e na Natureza Reflorestamentos, os protetores ainda se encontravam em volta das mudas, depois de seis meses.

Vantagens

Os benefícios são muitos, diminuindo custos com replantio, o que envolve não apenas mudas extras, mas mão-de-obra, adubações de reforço, etc. Além de padronizar melhor a floresta e as operações de implantação, evita plantas dominadas, o que gera maior produtividade geral.

Contudo, sua utilização deve ser analisada pela relação custo-benefício, ou seja, apesar de ideal para mudas florestais de alto valor, como cedro australiano, mogno africano, guanandi e teca, seu custo, em torno de trinta centavos, é alto para proteger mudas de eucalipto, que são vendidas por um pouco mais do que isso.

Também é mais necessário no verão e, principalmente, em solos arenosos, que se aquecem mais e causam muitas queimas de mudas.

Na prática

A empresa Natureza Reflorestamentos S.A., queconduz hoje o maior projeto de cedro australiano do País, estava numa enrascada em janeiro de 2015. O projeto era completar o plantio de 150 hectares de mudas nobres até o fim do verão.

No ano anterior, as chuvas atrasaram, e o preparo de solo só foi iniciado em fim de outubro. Os plantios foram iniciados em novembro e o cronograma seguia tranquilo. Em 20 de dezembro parou de chover.

A área plantada chegava a pouco mais de 30 hectares, portanto 20% do total. O veranico permaneceu até o fim de janeiro. Sem nuvens no céu, a intensidade dos raios solares passou a causar queima das mudas plantadas, pois a temperatura do solo passava de 50°C.

A irrigação e o gel não seguravam a umidade no solo e o plantio teve que ser interrompido. Na segunda metade de janeiro a empresa passou a utilizar os protetores, o que estancou a mortalidade. Em fevereiro os plantios foram retomados e em 60 dias os 120 hectares restantes estavam prontos.

Segundo o depoimento de Rener Souza Silva, gerente operacional da Natureza Reflorestamentos S.A.: “Utilizamos o protetor de mudas da Bela Vista Florestal em 150 hectares de cedro australiano e mogno africano. Conseguimos reduzir a necessidade dereplantio em até 80%. Sem esse produto não teríamos cumprido nossa meta de 150 hectares daquele verão“, finaliza.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro/ janeiro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes