Leandro Antunes Mendes
Doutorando em QuÃmica AnalÃtica Ambiental e mestre em QuÃmica AnalÃtica Ambiental no Instituto de QuÃmica de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC/USP)
Maria Diva Landgraf
Técnica e pesquisadora do Laboratório de QuÃmica Ambiental ““ IQSC/USP
Maria Olimpia Oliveira Rezende
Professora e pesquisadora responsável pelo Laboratório de QuÃmica Ambiental ““ IQSC/USP
Tradicionalmente, os ácidos húmicos (AHs) têm sido definidos como substâncias de coloração escura, compostas por macromoléculas de massa molecular relativamente elevada, formada por reações de síntese secundária a partir de resíduos orgânicos de plantas, animais e microrganismos.
A tendência termodinâmica natural desses compostos é de formar agregados espontaneamente. Tais associações são isoladas progressivamente da rede de estrutura da água.
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Ação direta
O estudo da ação direta das substâncias húmicas sobre o metabolismo e o crescimento das plantas tem sido centrado, principalmente, nos ácidos fúlvicos, ou seja, a fração humificada considerada de menor massa molecular.
Isso ocorreu por uma simples questão: não era possível conceber que uma substância de massa dois ou três milhões de vezes maior como os ácidos húmicos (na ordem de micrômetros) pudesse passar por poros ou espaços aparentes no apoplasto (na ordem de nanômetros).
No entanto, baseando-se na concepção emergente do arranjo macroestrutural de substâncias húmicas, compostos de reconhecida capacidade de regulação e estimulação do crescimento vegetal, como os hormônios vegetais, podem estar fracamente unidos à supraestrutura das substâncias húmicas e ser liberados para a solução do solo e para a absorção das plantas por uma simples variação de pH na interface das raízes.
Dessa forma, os ácidos húmicos e seus domÃnios hidrofóbicos predominantes podem ser considerados um liberador de compostos químicos que pode ser aberto ou fechado, fazendo uma ligação entre a planta e seu ambiente de crescimento.
Tais alterações podem supostamente gerar fragmentos de baixo peso molecular, potencialmente capazes de induzirem alterações no metabolismo celular de plantas. Os efeitos das substâncias húmicas nos vegetais estão relacionados com o aumento na absorção de nutrientes, devido à influência na permeabilidade da membrana celular e ao poder quelante, bem como à fotossíntese e à formação de ATP, aminoácidos e proteínas.
O desenvolvimento
As substâncias húmicas alteram diretamente o metabolismo bioquímico das plantas e, por consequência, podem influenciar seu desenvolvimento. A interação planta-microrganismo pode alterar a estrutura e a conformação das substâncias húmicas, e pequenas unidades portadoras de bioatividade podem estimular o crescimento e o metabolismo dos organismos.
A ação direta das substâncias húmicas sobre o metabolismo e o crescimento das plantas tem sido atribuÃda à ação das substâncias húmicas de menor peso molecular, sobretudo os ácidos fúlvicos.
Nesses termos, a concepção do arranjo supraestrutural das substâncias húmicas preconiza que compostos de reconhecida capacidade de regulação e estimulação do crescimento vegetal (hormônios vegetais, por exemplo) estão ligados à supraestrutura das substâncias húmicas e, assim, podem ser liberados para a solução do solo por uma variação de pH na rizosfera, entre outros fatores.
O aumento da absorção de nutrientes proporcionado pela presença de substâncias húmicas em solução tem sido atribuÃdo ao aumento da permeabilidade da membrana plasmática, por meio da ação das substâncias húmicas, e à ativação da H+-ATPase da membrana plasmática.