17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Florestas Técnicas para aplicação do glyphosate em eucalipto

Técnicas para aplicação do glyphosate em eucalipto

 

 

Lino Roberto Ferreira

Professor Titular do Departamento de Fitotecnia da UFV

lroberto@ufv.br

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz28

O uso de herbicida em áreas florestais vem se tornando muito comum pelas suas características e vantagens, o que tem levado os profissionais do setor a desenvolverem técnicas especiais de aplicação. Dentre as duas espécies mais importantes, o eucalipto se destaca, e mostra uma sensibilidade maior ao glyphosate, quando comparado com o pinus, obrigando assim a uma proteção maior das mudas.

O maior uso do produto em áreas florestais está no controle das plantas daninhas perenes e anuais, no período de pré-plantio (implantação) e pós-plantio (manutenção) das florestas.

O sucesso da implantação, crescimento, produtividade e manutenção do eucalipto depende do manejo correto das plantas daninhas. A cultura do eucalipto apresenta crescimento inicial lento e manifesta alta sensibilidade à interferência das plantas daninhas, necessitando de cuidados especiais no controle dessas até que a cultura sombreie o solo, dificultando o crescimento e desenvolvimento das espécies infestantes.

Esse controle tem sido feito por métodos mecânicos e químicos, isolados ou combinados. Em áreas extensas o controle químico tem sido o método mais utilizado, em razão da menor demanda por mão de obra e rapidez na execução, sendo o glyphosate o herbicida mais utilizado, por controlar um grande número de espécies e ter baixo impacto ambiental.

Esse herbicida é usado antes do plantio, para dessecação da vegetação para em seguida fazer a abertura do sulco ou das covas para o plantio. Também é utilizado após o plantio em aplicação dirigida para fazer a manutenção da cultura no limpo.

O número de aplicações vai depender da ocorrência das plantas daninhas, sendo que no primeiro ano se faz o maior número de aplicações em função da menor capacidade competitiva do eucalipto com as plantas daninhas. A partir do segundo ano, o eucalipto já cobre maior porcentagem de área no solo, permitindo menor incidência das plantas daninhas.

Assim, o momento certo para aplicação do herbicida é aquele em que as plantas daninhas ainda não chegaram a causar interferência com a cultura.

Em pré-plantio

Em pré-plantio o glyphosate é aplicado para matar a vegetação existente e permitir plantar o eucalipto sem a necessidade de fazer aração e gradagem do solo, diminuindo, com isso, o risco de perda de solo por erosão.

Nesse caso, faz-se apenas o preparo do solo na linha de plantio. Na manutenção o gyphosate pode ser utilizado após a aplicação de um outro herbicida em pré-emergência na linha de plantio, para fazer o controle das plantas daninhas na entrelinha. Podem ser feitas quantas aplicações forem necessárias, desde que sejam tomadas providências para que a calda aplicada não entre em contato com as folhas do eucalipto, ou seja, não pode haver deriva da calda pulverizada.

Dose ideal

A dose ideal não depende da fase da cultura, e sim das espécies de plantas daninhas infestantes e do estágio de desenvolvimento das mesmas. Ou seja, não existe uma recomendação geral. O técnico tem que fazer um levantamento das espécies infestantes e do estágio de desenvolvimento das mesmas, para em seguida recomendar a melhor dose para cada talhão.

Cuidados

As plantas de eucalipto jovens são muito mais sensíveis ao herbicida, por isso, todo cuidado com a aplicação é importante. Se houver o contato do herbicida aplicado, haverá intoxicação das plantas.

O grau da intoxicação vai depender da área foliar atingida e da dose do herbicida aplicado. Algumas providências básicas como, por exemplo, usar pontas de pulverização (bicos) que produzam gotas grossas para evitar derivasão importantes. Para isso, deve-se fazer a escolha correta da ponta de pulverização, utilizar a pressão de trabalho correta, fazer uma boa regulagem e calibração do pulverizador, usar barra protegida, seja no pulverizador costal ou no pulverizador tracionado pelo trator.

Erros

Os erros mais comuns são realizar pulverização com gotas finas ou médias que provocam deriva, não calibrar corretamente o pulverizador, não observar a altura correta da ponta de pulverização. Outro erro muito comum é o uso de uma mesma dose para diferentes talhões, independentemente das plantas infestantes e do estágio de desenvolvimento.

Esses erros podem ser evitados utilizando-se uma equipe bem treinada e equipamentos apropriados, bem regulados e calibrados.

Embora o gyphosatesejam um excelente herbicida para a cultura do eucalipto, ele não deve ser utilizado de uma forma indiscriminada, ou seja, sempre que possível deve ser utilizado associado a outros métodos de controle, e até mesmo com outros herbicidas, visando o manejo integrado das plantas daninhas.

Existem várias plantas daninhas que são tolerantes ao glyphosate, como no caso dos cipós.Nesse caso, não adianta aumentar a dose aplicada que o controle não será eficiente.

Também tem aumentado o problema da resistência das plantas daninhas a esse herbicida, como é o caso da buva e do capim amargoso, além de outras espécies. Por isso, a recomendaçãode qualquer herbicida deve ser bem criteriosa e feita por um técnico habilitado.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro/ janeiro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes