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Tipos de colheita florestal

Gustavo Pereira Castro

Engenheiroflorestal e consultor de colheita e estradas florestais da Malinovski

gustavo@malinovski.com.br

Créditos Gustavo Pereira Castro
Créditos Gustavo Pereira Castro

De acordo com os números mais recentes divulgados pela Ibá (2016), a área de florestas plantadas no Brasil é de aproximadamente 08 milhões de hectares. Ainda de acordo com a Indústria Brasileira de Árvores, em 2015 foram consumidos 194,4 milhões de m³ de madeira proveniente de florestas plantadas. Agora, já imaginou como seria colher todo esse volume de madeira sem o auxílio de máquinas, equipamentos e tecnologia que utilizamos hoje?

Diante deste cenário, entendemos a importância e necessidade da evolução da colheita de madeira. No início, as atividades baseavam-se em trabalhos manuais, força animal, e sem muita preocupação com segurança e planejamento.

Porém, com a evolução de técnicas, mecanização, mudanças políticas e econômicas, o quadro foi sendo alterado em todo o mundo ““ e também no Brasil. Em nosso país, até a década de 50, praticamente não havia o emprego de máquinas e equipamentos na colheita florestal.

Durante muito tempo, ela foi realizada de forma manual, com o uso de ferramentas como serrotes, machados e animais. De acordo com especialistas, máquinas e equipamentos começaram a ser utilizados somente na década de 70, ainda na base do improviso, dando assim início à colheita semimecanizada. Somente em meados da década de 80 as primeiras máquinas florestais começaram a chegar ao País. Era o início da mecanização da colheita.

Evolução

Dada a importância dessa atividade, que para muitos é considerada a etapa mais importante dentro da cadeia produtiva da madeira (podendo representar, dependendo do uso final da madeira, até 60% dos custos), essa evolução foi essencial para o crescimento do setor, melhoria da qualidade dos produtos e maior segurança. Ademais, foi responsável por colocar o Brasil em destaque no setor florestal mundial, tornando-o competitivo frente a outros mercados.

Por estas necessidades, quando a mecanização passou a ocorrer, ela foi intensa e, se levarmos em conta nossa curta história da mecanização, quando comparamos com países europeus conseguimos desenvolver uma das melhores e mais eficientes operações do mundo.

 A mecanização da colheita de madeira trouxe progressos e aspectos positivos ao setor - Créditos Gustavo Pereira Castro
A mecanização da colheita de madeira trouxe progressos e aspectos positivos ao setor – Créditos Gustavo Pereira Castro

Métodos/tipos de colheita florestal

Com as exigências impostas pelo mercado, a colheita manual praticamente não é mais realizada, exceto em áreas muito pequenas, com baixo volume, ou em condiçõesonde a topografia não permite a entrada de máquinas.

Já a colheita semimecanizada pode ser uma alternativa economicamente viável para a colheita de pequenas propriedades, áreas de fomento, pequenas demandas mensais, ou produtores rurais e empresas que desejam atuar no segmento florestal e que ainda não dispõem do capital necessário para a aquisição de máquinas florestais de médio e grande porte.

Mas, dentro da colheita semimecanizada, também é importante entender todosos custos, variáveis, restrições e necessidades da operação. Trata-se de uma compreensão necessária para que se possa tomar a melhor decisão de qual equipamento utilizar, de modo a obter bons resultados, custos competitivos e qualidade, mantendo, assim, a rentabilidade do negócio.

Este método de colheita emprega o uso principalmente de motosserras, tratores adaptados, mini-skidders e autocarregáveis.Por último, a colheita mecanizada, realizada por máquinas projetadas e fabricadas especialmente para esta finalidade (como FellerBunchers, Harvesters, Skidders, ShovelLoggersForwarders, KnuckleboomLoaders etc.) é a forma mais utilizada hoje pelas grandes empresas no Brasil e no mundo.

A mecanização da colheita de madeira trouxe ““ e traz até os dias de hoje ““ progressos e aspectos positivos, como: máquinas com design que proporcionam melhores condições ergonômicas aos operadores; maior produtividade com menor emissão de poluentes; diminuição dos custos operacionais; possibilidade de operar 24 horas por dia; qualidade no produto (madeira); qualificação da mão de obra e redução de acidentes; motosserras mais leves, com menos vibração e ruído; controle e gerenciamento (telemetria); e relatórios em tempo real por meio de software de tudo que está acontecendo no campo, entre outros benefícios.

Inclusive, estudos estão sendo desenvolvidos atualmente na Nova Zelândia, onde máquinas já operam em áreas montanhosas, em testes preliminares, por controle remoto.

Sistemas de colheita

Quando falamos da colheita de madeira, precisamos compreender um conjunto de elementos e atividades que envolvem o processo, que vão desde a derrubada da árvore até a madeira posta no pátio da indústria transformadora. Compreendendo como estas atividades são realizadas, podemos classificar a colheita em sistemas. Mas, quando falamos em sistemas, o que define um?

A resposta é simples e unânime, e inclusive adotada internacionalmente: o sistema é classificado quanto à forma da madeira e ao comprimento das toras na fase de extração. Ou seja, se a árvore for extraída de forma inteira até o local de processamento, teremos o sistema Full-tree.

Por outro lado, se a árvore for processada e cortada no comprimento, no próprio local de derrubada, teremos o sistema Cut-to-length,que são os mais utilizados no Brasil.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de Julho/Agosto 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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