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Tripes no tomate – Chegou a hora do controle

Luana Karolline Ribeiro

Graduanda em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

lukarolline@icloud.com

Fabiano Pacentchuk

Engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal e doutorando em Agronomia ““Unicentro

fabianopacentchuk@gmail.com

Crédito Luiz Henrique Bambini
Crédito Luiz Henrique Bambini

A cultura do tomate destaca-se por ser uma das principais hortaliças produzidas no Brasil e, dessa forma, é grande a sua importância econômica para o agronegócio, pois é fonte de renda e de empregos. Em 2017, a área total cultivada de tomate foi de aproximadamente 58 mil hectares e a produção foi em torno de 3,7 milhões de toneladas (IBGE, 2017).

Os principais fatores que afetam as plantas e, consequentemente, a produtividade do tomateiro são os ataques de pragas e doenças. Dentre essas, destacam-se as viroses, que além de causarem grandes prejuízos na produção e na qualidade final dos frutos são de difícil controle (Lima e Michereff, 2015).

Um dos principais grupos de vírus que infectam o tomateiro são os tospovírus, responsáveis por ocasionar a doença conhecida por “vira-cabeça“. Esse vírusé transmitido por um inseto conhecido popularmente por tripes.

 

Danos

Ao se alimentarem da seiva, os tripes ocasionam danos diretos e indiretos. Os danos diretos são consequência da retirada da seiva, sendo que, quando o ataque ocorre nas folhas, as mesmas tornam-se descoradas.

Se o ataque ocorrer nas flores, pode ocasionar esterilidade, e se a parte da planta atacada for os frutos novos, estes terão seu desenvolvimento impedido (Galloet al., 2002). Entretanto, o maior e mais importante dano pelo qual os tripes são responsáveis consiste na transmissão da virose vira-cabeça, uma das mais importantes doenças que acometem a cultura do tomate.

O vírus do vira-cabeça do tomateiro é transmitido por tripes que, ao se alimentar de plantas já doentes, tornam-se contaminados pelo vírus. Posteriormente, esses insetos são disseminados, principalmente pelo vento,indo para locais com plantas de tomate sadias. Então, ao sugarem a seiva dessas plantas, inoculam o vírus nas mesmas, contaminando-as.

Sintomas de tripes na lavoura de tomate - Crédito Wellington Brito
Sintomas de tripes na lavoura de tomate – Crédito Wellington Brito

Sintomas

Adoença é denominada “vira-cabeça“ devido ao sintoma típico pelo qual ela é responsável, que consiste na curvatura do ponteiro da planta. Sua importância na cultura do tomate deve-se ao fato de ser uma doença bastante severa e que é responsável por drásticas reduções na produção, bem como na qualidade do produto final. Além disso, o custo final da produção aumenta muito devido às medidas de controle necessárias.

Além de todos os problemas ocasionados por tripes, tem-se ainda o fato de que seu controle é difícil e os inseticidas químicos apresentam cada vez mais redução na sua eficiência.

Controle

Uma das principais estratégias necessárias para controlar este inseto, e consequentemente o vírus por ele transmitido, consiste na adoção de medidas de controle preventivo, tais como: uso de sementes e mudas de boa qualidade;preferência por cultivares resistentes à virose; monitoramento semanal por meio de armadilhas adesivas juntamente com inspeções nas plantas; isolamento da área que receberá o cultivo com barreiras físicas formadas por plantas, as quais devem estar com mais de 01 m de altura no momento do transplantio das mudas de tomate para que assim o deslocamento dos tripes seja dificultado; eliminar plantas daninhas próximas à área antes da implantação da cultura; realizar transplantio de mudas somente após 21 dias após a semeadura e longe de áreas com tomateiros mais velhos (Lima e Michereff, 2015).

Manejo químico

Com relação ao controle químico, este deve ser realizado de maneira consciente e de acordo com a prescrição de um engenheiro agrônomo, uma vez que os tripes apresentam rapidamente resistência aos inseticidas, sendo então necessárias doses adequadas e rotação de produtos de diferentes grupos químicos (Omoto, 2000).

É importante, ainda, direcionar o jato de pulverização de baixo para cima, pois a maioria dos produtos funciona quando entra em contato com o tripes, exigindo assim uma aplicação mais homogênea na parte superior e inferior das folhas (Lima e Michereff, 2015).

Portanto, devido à importância dos tripes e do vírus por ele transmitido, é de extrema importância um manejo adequado, por meio de monitoramentos semanais e integrando práticas de manejopara que assim os problemas relacionados a este inseto sejam reduzidos.

Além disso, é importante salientar que, se houver produtores de tomate próximos à propriedade, os mesmos também devem adotar as práticas de manejo, pois somente dessa forma o controle será eficiente na região.

Essa matéria você encontra na edição de abril 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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