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Uso de adjuvantes nos tratamentos fitossanitários

Rudolf Woch

Consultor em manejo de plantas daninhas e tecnologia de aplicação em Silvicultura e diretor técnico da Apoiotec

rudolf@apoiotecnet.com.br

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

Na silvicultura moderna, o uso de defensivos agrícolas vem sendo uma importante ferramenta de manejo e produção. O cenário com plantas daninhas resistentes e a ocorrência de novas pragas e doenças, aliadas à preocupação com a manutenção da segurança das pessoas envolvidas nas aplicações e proteção do meio ambiente exigem que novas tecnologias sejam adotadas.

A tecnologia empregada nas aplicações precisa assegurar que o máximo do princípio ativo chegue a seus alvos. Para isso, o controle da deriva é fundamental. Em uma definição simples, deriva é todo o produto que saiu da máquina, mas não chegou ou não se manteve no alvo.

É possível classificar a deriva em dois grupos: endoderiva, quando ocorre dentro das áreas alvo, normalmente com escorrimento das caldas aplicadas no alvo por uso de volumes muito altos de aplicação ou gotas muito grandes; e a exoderiva, quando ocorre fora das áreas alvo, e os produtos são levados para fora das áreas alvo, se movendo de acordo com o movimento do ar.Ocorre por volatilização e por arraste de gotas pequenas pelo vento, por exemplo.

Fatores envolvidos na deriva

Dois grupos de fatores interferem na deriva: a tecnologia de aplicação empregada, como espectro de gotas gerado na pulverização, altura de aplicação e velocidade de operação, e condições climáticas como vento, temperatura e umidade relativa do ar.

Em condições de temperaturas altas e umidades relativas baixas ocorre a evaporação dos componentes voláteis da calda de pulverização e gotas pequenas desaparecem antes de chegar ao alvo.

Direto ao alvo

A pulverização tem por objetivo a distribuição dos agroquímicos de um modo uniforme, contínuo e na quantidade necessária. Para que este objetivo seja atingido, é preciso que todas as etapas do processo sejam controladas, desde as condições de homogeneidade e estabilidade das caldas preparadas, passando pela seleção de pontas de pulverização e espectro de gotas gerado até manter os ingredientes ativos nos alvos.

Os adjuvantes vêm sendo estudados e desenvolvidos como ferramentas que podem auxiliar em várias etapas dos processos discutidos.

Para obter sucesso nas aplicações, o princípio ativo deve chegar a seus alvos - Créditos Shutterstock
Para obter sucesso nas aplicações, o princípio ativo deve chegar a seus alvos – Créditos Shutterstock

Quem são eles

Adjuvantes são produtos usados junto com os defensivos para auxiliar sua ação e/ou modificar as características físicas e/ou químicas das caldas de pulverização.

Na formulação dos produtos comerciais os fabricantes incluem adjuvantes para melhorar características como estabilidade, solubilidade, pH, proteção contra fotodegradação, etc.

Contudo, em função das muitas e complexas variações de situações encontradas no campo, não é possível que todos os atributos desejáveis sejam incorporados às formulações e embalagens dos produtos comerciais. Deste modo, a adição dos adjuvantes às caldas de pulverização tem sido um diferencial na obtenção de melhor eficácia das aplicações e tratamentos fitossanitários.

Classificação

Os adjuvantes podem ser classificados em ativadores e úteis.O primeiro grupo diz respeito à atividade do agroquímico, interferindo na penetração e absorção dos produtos nos alvos. Podem influenciar nas estruturas da cutícula de plantas, aumentar as rotas de penetração dos ativos nos vegetais e aumentar o tempo de biodisponibilidade dos ativos.

Os úteis, por sua vez, são facilitadores no processo de aplicação. São usados para reduzir os efeitos negativos e não influenciam diretamente na eficiência do agroquímico.

Em termos gerais, é possível considerar os efeitos dos adjuvantes em quatro situações:

  1. Na mistura de tanque
  • Compatibilizantes: reduzem a tensão superficial entre dois líquidos imiscíveis, proporcionando a formação de emulsões. Deste modo, é possível compatibilizar o uso de fertilizantes e defensivos ou misturar dois ou mais químicos nos tanques de pulverização.
  • Condicionantes: em geral, são produtos que visam melhorar a qualidade da água a ser utilizada na calda de pulverização. São indicados na ocorrência de água dura ou quando há íons de metais na água, como Fe3+, Fe2+, Zn2+, Mg2+, Na+, Ca2+, por exemplo, que podem reagir com os ingredientes ativos formando precipitados e perdendo a eficácia.
  • Dispersantes: evitam a aglomeração de partículas, melhorando a estabilidade das caldas. Muito utilizados com pós molháveis.
  • Acidificantes: o pH das soluções nas caldas de aplicação podem induzir a inativação ou degradação de ativos. Em geral, são diluídos em soluções de ácidos fortes que baixam rapidamente o pH da calda.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro/dezembro 2017  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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