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Uso de fosfatos fluidos na agricultura – Alternativa para o fornecimento de fósforo

Fabiano Pacentchuk

Mestre em Agronomia, Unicentro ““ Guarapuava, Paraná

fabianopacentchuk@gmail.com

 Crédito Satis
Crédito Satis

O manejo da fertilidade do solo e da nutrição mineral das plantas é fundamental para a obtenção de altos índices produtivos. Neste cenário, dentre os macronutrientes primários, embora a necessidade de P seja menor que as quantidades de potássio (K) e de nitrogênio (N) sua aplicação nas culturas ocorre em doses iguais ou superiores a esses dois elementos. Isso se deve à elevada taxa de fixação do P em solos tropicais, fazendo com que a maior parte não possa ser utilizada pelas plantas (VIEIRA, 2006).

Devido à carência generalizada deste elemento nas áreas destinadas à agricultura e também pela forte interação com o solo, o P é o nutriente mineral mais utilizado em adubação na agricultura brasileira (RAIJ, 1991).

No que tange o metabolismo, o P é um elemento essencial para as plantas, atuando nos processos de transferência de energia da célula, na respiração e na fotossíntese, como componente estrutural dos ácidos nucleicos de cromossomos, assim como de muitas coenzimas, fosfoproteínas e fosfolipídeos (MALAVOLTA, 1980).

Desta forma, a produção de alimentos em quantidade, bem como qualidade, está condicionada ao fornecimento de P.

Fósforo fluido

A baixa eficiência dos fertilizantes está ligada à fixação pela precipitação e adsorção do fósforo em solução nas formas iônicas com os elementos químicos ferro, alumínio e cálcio (NOVAIS et al. 2007).

Assim sendo, a aplicação de fósforo fluido é uma estratégia para minimizar os problemas supracitados, pois pode evitar o problema da fixação pelo solo, aumentar a eficiência de absorção, bem como a eficiência da adubação (MALAVOLTA, 2004).

De acordo com Cobucciet al. (2010), a aplicação de P fluído na fase vegetativa como efeito estimulante ao crescimento da planta com consequente aumento da absorção de nutrientes do solo é uma tática de manejo importante para as culturas de interesse agrícola.

A reposição dos nutrientes nas folhas, por meio de adubação fluida, poderia manter a taxa de fotossíntese por um tempo maior, o que possivelmente se refletiria em maior produção de grãos da soja (REZENDE et al, 2005). Segundo estudos de Taiz&Zeiger (2009), a maioria das plantas consegue absorver nutrientes minerais aplicados nas folhas por aspersão.

Além disso, o fósforo possui acentuada mobilidade no floema dos vegetais, sendo translocado para as demais partes da planta (FANCELLI, 2010), fato que favorece a aplicação via foliar deste nutriente.

A aplicação de nutrientes às folhas das plantas, com o objetivo de complementar ou suplementar as necessidades nutricionais das mesmas, não é uma prática nova, sendo conhecida há mais de 100 anos (BORKERT, 1987), embora só recentemente tenha sido estudada mais a fundo, se comparada a outros métodos de adubação.

Crédito Cristiano Soares
Crédito Cristiano Soares

Quando aplicar

Em relação às características agronômicas, verifica-se que as diferentes épocas de aplicação de fósforo não alteraram significativamente o índice de acamamento, altura da planta e da inserção do primeiro legume, sendo considerada satisfatória a colheita mecânica (REZENDE et al, 2005).

Tais resultados podem ser explicados pela possível ação estimulante da adubação foliar no período vegetativo, mais especificamente, nesse caso, o estágio V5, uma vez que, segundo Humbert (1983), citado por Rosolém (1984), aplicações durante o estágio vegetativo estimulam uma maior absorção radicular, resultando em acréscimos no rendimento.

De acordo com Cobucciet al. (2010), houve efeito significativo da aplicação do P foliar para doses de P no solo, um indicativo que provavelmente com a aplicação foliar houve um estímulo fisiológico positivo que promoveu o aumento da absorção da adubação de P do solo (GONÇALVEZ et al, 2012).

A aplicação foliar de fósforo pode ocasionar um estímulo fisiológico positivo responsável pela promoção do aumento da absorção desse nutriente proveniente do solo (COBUCCI et al 2010).

A adubação foliar de P é mais utilizada com o objetivo de complementar a nutrição das plantas e corrigir certas deficiências (MALLARINO et al., 2001), entretanto, não deve substituir a adubação via solo.

 

Custo

A aplicação de P no solo representa um custo elevado, já que grande parte dele fica retida pelo processo de fixação. Portanto, para manter uma disponibilidade adequada às plantas cultivadas são necessárias grandes quantidades de P aplicadas via solo, tornando a adubação fosfatada um dos investimentos mais altos em cultivos do Cerrado (SOUSA & LOBATO, 2004).

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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