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Uso de fosfitos no manejo de doenças do feijoeiro

Fabiano Pacentchuk

Engenheiro agrônomo, mestre em Produção Vegetal e doutorando em Agronomia – Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)

fabianopacentchuk@gmail.com

Margarete Kimie Falbo

Médica veterinária, doutora e professora do curso de Medicina Veterinária ““ UNICENTRO

margaretefalbo@hotmail.com

Itacir Eloi Sandini

Engenheiro agrônomo, doutor e professor do curso de Agronomia ““ UNICENTRO

isandini@hotmail.com

Lavoura de Feijão Crédito-Sebastião-Araújo

Lavoura de Feijão Crédito-Sebastião-Araújo

A cultura do feijão é cultivada em três safras e em praticamente em todo o território nacional, logo, pode ser encontrada o ano todo e nos mais diversos tipos de condições edafoclimáticas.

A safra 2016/17 de grãos chegou a 227,9 milhões de toneladas, com aumento de 22,1%, ou 41,3 milhões de toneladas, em relação aos 186,6 milhões da safra passada. A previsão foi feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A produtividade média nacional foi de pouco mais de 1.000 kg ha-1, todavia, em algumas regiões, com uso intensivo de recursos e tecnologia, é possível encontrar produtividades superiores a 2.500 kg ha-1.

Pode-se inferir que a produção desta cultura está muito aquém do potencial produtivo. Assim sendo, necessita-se entender quais são os fatores que mais limitam a produtividade desta cultura.

Dentre eles, pode-se destacar a grande variabilidade de solos e clima em que o feijão é cultivado e as práticas fitotécnicas e fitossanitárias. O manejo de doenças é um dos fatores que mais interfere na produtividade desta cultura, sendo que o potencial de perda, se as doenças não forem bem manejadas, pode superar 80%.

As doenças que causam mais problemas para a cultura do feijão são: antracnose (Colletotrichumlindemuthianum), ferrugem (Uromycesappendiculatus), mancha angular (Isariopsisgriseola), mofo branco (Sclerotiniasclerotiorum), dentre outras.

Logo, o manejo das doenças se mostra um dos principais desafios da produção de feijão no Brasil. Uma das formas alternativas para controle de doenças em plantas é fazer com que a mesma produza substâncias que induzam a defesa, ou seja, após ser tratada com um composto indutor a planta produz respostas morfológicas, fisiológicas e bioquímicas que podem retardar o processo infeccioso e o desenvolvimento da doença em seus tecidos (Agrios, 2005).

Mais resistência

A indução de resistência consiste no aumento da capacidade de defesa da planta contra um amplo espectro de organismos fitopatogênicos, incluindo fungos, bactérias e vírus (Van Loon1997; Oliveira et al., 1997).

De acordo com Dallagnol et al. (2006), a indução de resistência em plantas pode ser definida como a capacidade dela se defender contra fitopatógenos após um estímulo apropriado. Isso envolve a ativação de mecanismos de defesa latentes existentes nas plantas em resposta ao tratamento com agentes elicitores, protegendo-a contra infecções subsequentes por patógenos (Stangarlinet al., 1999).

Outra maneira é manejar corretamente a nutrição mineral, que pode diminuir ou aumentar a predisposição da planta ao ataque de patógenos. As interações entre os nutrientes e suas funções peculiares nas plantas são complexas, de modo que estes podem atuar direta ou indiretamente na ativação de mecanismos de defesa (Vieira et al., 2010).

Os fosfitos controlam a antracnose no feijão - Crédito Ana Maria Diniz
Os fosfitos controlam a antracnose no feijão – Crédito Ana Maria Diniz

Os fosfitos

O estado nutricional da planta tem relação direta com seu crescimento e desenvolvimento, além de ser considerado um dos principais fatores responsáveis pelos mecanismos de defesa em relação aos fatores bióticos (patógenos e insetos-pragas) (Colhoum, 1973).

Uma das alternativas para induzir a produção de substâncias de defesa nas plantas e ainda fornecer nutrientes é por meio da aplicação de fosfitos (Pacentchuk, 2016). Muitas doenças podem ser controladas pela integração dos efeitos específicos dos nutrientes minerais com as práticas culturais que os influenciam, juntamente com resistência genética, cuidados sanitários e controle químico.

Fosfito é o nome genérico que se dá aos sais do ácido fosforoso (H3PO3), conhecido na química por uma característica interessante: um dos átomos de hidrogênio de sua molécula não tem função de ácido. Este composto é considerado um fertilizante. O íon fosfito tem aproximadamente 7,0% a mais de fósforo por molécula do que o fosfato.

Ação

Segundo Dalio et al. (2012), essas substâncias possuem modo de ação duplo no controle de doenças, podendo agir de forma direta sobre os patógenos ou indiretamente, induzindo respostas de defesa. De rápida absorção, o fosfito é responsável por induzir a síntese de alguns compostos do metabolismo secundário das plantas, como fitoalexinas e compostos fenólicos simples, os quais estão relacionados aos mecanismos de defesa dos vegetais (Daniel; Guest, 2006).

Os fosfitos, quando aplicados em determinados patossistemas, podem ser capazes de ativar mecanismos de defesa e produzir fitoalexinas, substâncias naturais de autodefesa que conferem resistência contra fitopatógenos (Nojosa et al., 2005).

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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