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O mulching protege as folhosas do ataque de fungos de solo e ainda evita a competição com plantas daninhas
A alface, por ser uma planta folhosa sem porte arbustivo, enfrenta problemas diretos com as plantas daninhas, resultando em prejuízos que podem chegar a 100%, em alguns casos. Isso porque as plantas vão para o campo ainda muito jovens, com três a cinco folhas, o que é uma altura de planta relativamente baixa, podendo ser facilmente ultrapassada pela planta daninha, e assim iniciando uma disputa desleal com a hortaliça.
Por ter um ciclo curto, de 30 a 40 dias no verão, o manejo das plantas daninhas requer cuidados especiais, segundo alerta Rerison Catarino da Hora, engenheiro agrônomo, doutor em Produção e Manejo de Hortaliças e professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM). “Isso porque, na maioria das vezes, as plantas daninhas respondem à luminosidade e à adubação muito mais eficientemente do que a alface, e se desenvolvem mais, nessas condições, competindo com a alface“.
Competição acirrada
Em busca da sobrevivência, tanto a alface quanto as plantas daninhas competem por espaço, luz, água e nutriente, sendo que a hortaliça, neste caso, apresenta uma tendência de desfavorecimento, não suportando assim tal stress, com consequente redução do seu potencial produtivo, ao se apresentar com menor número de folhas, menor volume de planta, redução do sistema radicular e menor qualidade, ainda mais quando as plantas daninhas atingem altura superior ao da alface.
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A produção de mudas
Para produzir alface, uma das etapas mais importantes é a fase de mudas. “Se tivermos mudas de qualidade, teremos produção de qualidade. As mudas devem ser produzidas em bandejas de poliestireno expandido (isopor), e no momento de ir para o campo o solo deve estar muito bem preparado, momento esse que efetuamos o primeiro controle de plantas daninhas“, ensina Rerison Catarino.
Ele continua, explicando que outra alternativa para reduzir problemas com plantas daninhas seria a utilização de mulching sobre os canteiros, mas para isso os canteiros devem estar livres de plantas daninhas, operação iniciada no preparo de solo, quando o mulching deve ser aplicado. “Preparamos o solo, levantamos o canteiro e aplicamos sobre ele o mulching“, detalha.
Dessecação
Como a alface é muito sensÃvel, não se deve aplicar nenhum herbicida antes do mulching ser colocado. “Entre o solo e o mulching é criado um microclima totalmente favorável ao processo de volatilização e de retenção de gases que poderiam ser emitidos por determinados tipos de herbicidas. Assim, se usarmos herbicidas e em seguida colocarmos a muda lá, o risco de haver resíduo de produto é muito grande, o que prejudica o desenvolvimento da planta. Por isso, o controle efetivo do mato fazemos no momento do preparo do solo“, justifica o professor.
Mulching aplicado, é hora de decidir o espaçamento e fazer as perfurações no plástico, onde serão colocadas as mudas. Com o uso do mulching plástico a capina é eliminada e, se bem conduzido, um mesmo mulching pode ser usado por até dois anos, sem precisar removê-lo.
Safras
Para a maioria das culturas é trabalhado um ano (três safras de alface), e só depois é feita a avaliação para a necessidade de revolvimento do solo e reaplicação do mulching. “Para que tenhamos sucesso e aumentemos a vida útil desse mulching no solo, todo cuidado é pouco no momento de fazer a perfuração do plástico para colocar as mudas. O produtor normalmente faz um furo com canivete e o rasga com a mão para por a muda. Rasgando o plástico dessa forma, ele sofre mais pelas ações do tempo, e inicia um processo de degradação térmica imediatamente, reduzindo sua vida útil. Por isso recomendamos a perfuração do mulching com um material abrasivo“, ensina Rerison Catarino.