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Vantagens dos adubos complexados com algas

Toda e qualquer espécie vegetal pode ser beneficiada pela inclusão de fertilizantes contendo algas marinhas. A diferença são as doses e a época a aplicar

Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL)

nilva@unipinhal.edu.br

 

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

A adição de algas marinhas em fertilizantes minerais acarreta efeito fisioativador, responsável por proporcionar às plantas estímulos de crescimento vegetativo e defesa contra patógenos. Ainda, informações de literatura dão conta de que a adição de extratos de algas a adubos minerais melhora a eficiência dos nutrientes contidos no fertilizante, aumentando a sua absorção e o seu aproveitamento. Mas, qual é explicação para tais benefícios?

O potencial do emprego das algas na agricultura é conhecido desde a antiguidade, quando eram utilizadas como adubo ou como condicionador de solo. Porém, apenas ao final dos anos 40, produtos compostos de algas marinhas começaram a ser comercializados como bioestimulantes e fertilizantes, após se observar que o uso de algas compostas ou de extrato líquido provocava benefícios ao desenvolvimento e produção das plantas.

Na prática

No momento, as algas marrons são as de maior emprego, principalmente a Ascophyllumnodosum. Entretanto, outras algas marrons, como a Laminariaspp, que se destaca por propiciar aumento de resistência de plantas às doenças, Eckloniamaxima, Sargassumspp, e Durvillaea spp., as algas verdes Enteromorphaintestinalis e Ulvalactuca (também chamada de alface do mar) e a alga vermelha Kappaphycusalvarezii também vêm sendo estudadas e avaliadas para potencial uso na agricultura.

Atualmente, há uma ampla gama de produtos no comércio contendo extratos de algas marinhas para o uso na agricultura, voltados ao tratamento de sementes, fertirrigação e, ainda, para aplicação na parte aérea da planta (pulverização). Os extratos de algas podem provocar uma série de respostas benéficas em vegetais, como: melhoria no vigor das plantas, desenvolvimento radicular, síntese de clorofila, promoção de florescimento precoce, frutificação e uniformidade dos frutos; retardamento da senescência, prolongamento da vida útil do produto; melhora da qualidade nutricional; tolerância ao estresse hídrico, salinidade e geada; aliviar doenças, criando resistência às bactérias e fungos; auxílio no controle de pragas e insetos, nematoides do solo; e possuir ação adjuvante em misturas de pesticidas.

No cultivo de pepino, a inclusão de fertilizantes complexados com algas marinhas aumentou a produtividade - Créditos Shutterstock
No cultivo de pepino, a inclusão de fertilizantes complexados com algas marinhas aumentou a produtividade – Créditos Shutterstock

Desde então

Nos anos de 1940/50, o interesse em relação ao emprego de algas marinhas na agricultura era o teor de macro e micronutrientes que tais organismos contêm. Entretanto, hoje se sabe que as algas marinhas, devido ao meio desfavorável em que se desenvolvem, são riquíssimas em macro e micronutrientes, e também em hormônios naturais.

As algas marinhas são organismos vegetais, unicelulares ou pluricelulares, que fazem fotossíntese. Nutrem-se dos elementos ativos do mar e contêm altíssimos níveis de sais minerais, dentre eles macro e micronutrientes de plantas.

Vantagens múltiplas

As algas são fontes de vitaminas, glicoproteínas, como o alginato, de aminoácidos, que podem funcionar como bioestimulantes vegetais, e, ainda, de estimulantes naturais, como: auxinas (hormônios do crescimento que governam a divisão celular), giberelina (que induz a floração e o alongamento celular) e citocininas (hormônio da juventude, do retardamento da senescência).

Assim, os extratos de algas marinhas podem funcionar como fonte de nutrientes. Entretanto, ao analisar a constituição das algas, outros aspectos precisam ser abordados, como o fato de serem ricas em auxinas, giberelina, os brassinosteróides e citocininas naturais.

Então, a introdução dos mesmos no processo produtivo, além de contribuir com nutrientes, promove o estímulo da divisão celular, o que favorece a formação das raízes, propiciando, assim, o melhor aproveitamento da água e dos nutrientes.

Na alface americana as algas marinhas levaram a acréscimos de 32% de produtividade em massa - Crédito Ana Maria Diniz
Na alface americana as algas marinhas levaram a acréscimos de 32% de produtividade em massa – Crédito Ana Maria Diniz

Ainda, tem que ser lembrado que os compostos presentes nos extratos de algas estimulam a formação da clorofila e, por consequência, a própria fotossíntese, que é a fonte de toda a estrutura da planta. A partir dos açúcares formados na fotossíntese se originam todos os demais componentes das plantas (proteínas, óleos, etc.).

Também, substâncias presentes nas algas marinhas beneficiam o Ciclo de Krebs, que é o centro do metabolismo vegetal: fonte de intermediários para a formação de aminoácidos, que formarão as proteínas e, também, dos ácidos graxos que integrarão os óleos e demais lipídeos importantes na vida vegetal, por exemplo.

Um a um

Mas, o que são auxinas, giberelinas, os brassinosteróides e citocininas, sintetizados normalmente pelos vegetais? As auxinas participam do alongamento celular, dominância apical, além de promoverem a formação de raízes laterais e adventícias, retardar o início da abscisão foliar e regular o desenvolvimento das gemas florais.

Essa matéria você encontra na edição de abril 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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