17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Hortifrúti Variedades de cebola - Cada uma com sua adaptação

Variedades de cebola – Cada uma com sua adaptação

 

 

 

Douglas José Marques

Doutor e professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal – Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas)

douglasjmarques81@yahoo.com.br

Fotos Shutterstock
Fotos Shutterstock

No Brasil, a produção de cebola concentra-se em três áreas bem definidas:

Estados Latitude % Produção anual
Sul 25º – 33º 47 %
Sudeste 21º- 22º 35 %
Nordeste 15 %
Outros Estados 3 %

A última colheita (a mais tardia) é feita no Rio Grande do Sul (colheita em dezembro-janeiro). A próxima safra em geral é a paulista, que não começa antes de maio-junho, e em geral é pequena. Portanto, no Brasil a entressafra de cebola vai de janeiro a julho-agosto, e os preços são bem altos de maio a agosto.

Características

A cebola é fisiologicamente uma planta de dias longos para formação de bulbos, e exige fotoperíodos iguais ou maiores do que um mínimo (nível crítico) para que os bulbos se formem.

As cultivares variam em relação a esse nível crítico mínimo:

u Cultivar de dias curtos: fotoperíodo mínimo de 11-12 h;

u Cultivar de dias intermediários: 13-14 h;

u Cultivar de dias longos: 14 h ou mais.

Fotoperíodo

O desempenho da cultura é condicionado pela adaptação da cultivar às condições agroecológicas vigentes. Nesse sentido, as empresas produtoras de sementes têm desenvolvido ou introduzido cultivares adaptadas às diversas regiões, com ênfase em híbridos. No Brasil só se plantam cultivares de dias curtos ou intermediários.

Se o fotoperíodo for menor do que o crítico para a cultivar, não há formação de 100% dos bulbos. Nessas condições, há formação de plantas imaturas, com hastes grossas. Por outro lado, se o fotoperíodo for maior do que o crítico, ocorre a formação precoce de bulbos, que entram em dormência e formam bulbos pequenos.

A temperatura interage com o fotoperíodo na resposta das cultivares à bulbificação:

_Temperaturas mais altas: comprimento do dia crítico diminui a bulbificação e torna-se mais precoce, produzindo cebolas menores.

_Temperaturas mais baixas: comprimento do dia crítico aumentae a bulbificação torna-se mais tardia.

Além do fotoperíodo e da temperatura, outros fatores influenciam a bulbificação:

Tamanho da planta: bulbilhos grandes e pequenos, de mesma idade: os maiores amadurecem antes; plantas muito pequenas são insensíveis ao fotoperíodo.

Nitrogênio: teores superiores de nitrogênio próximos do fotoperíodo crítico retardam a formação de bulbos e aumentam a frequência de plantas imaturas.

Água: o excesso de irrigação interfere na formação de bulbo em 20 dias ou mais, em relação ao ciclo normal da cultura.

Região

 O desempenho da cultura é condicionado pela adaptação da cultivar às condições locais - Fotos Shutterstock
O desempenho da cultura é condicionado pela adaptação da cultivar às condições locais – Fotos Shutterstock

A cultivar deve ser escolhida em função da região produtora, do tipo de bulbo exigido pelo mercado, que pode ser amarelo ou roxo, bem como da época de plantio no primeiro ou segundo semestre.

O uso de cultivares não adaptadas à região produtora pode resultar em safras frustrantes em termos de qualidade e produtividade de bulbos comerciais. A melhor cultivar deve ser aquela desenvolvida na própria região de cultivo, ajustada às demandas de fotoperíodo.

As cultivares disponíveis no Brasil visam atender as exigências do consumidor brasileiro, que prefere bulbos de tamanho médio (50-90 mm de diâmetro), de formato globular, com catáfilos (escamas) externos de cor amarela e internos de cor branca, com sabor pungente.

Cultivares de bulbos arroxeados estão basicamente restritas ao Nordeste brasileiro. A maioria das cultivares disponíveis são para plantio no final do verão a outono e colheita de agosto a novembro, época considerada ideal para o cultivo de hortaliças em condições de campo no Brasil.

O plantio no verão ocorre no final da primavera a início de verão, e tem como principal problema a bulbificação sob altas temperaturas, chuvas excessivas e maior incidência de doenças, pragas e plantas daninhas.

Em função dos detalhes mencionados, o produtor deve procurar uma empresa de sua confiança para indicar a cultivar que tenha adaptação à região.

Essa matéria você encontra na edição de agosto da Revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira o seu exemplar.

 

Ou assine

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes