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Deficiência de boro em mudas de café

 

Tumoru Sera

Consultor agronômico de café

tsera@uol.com.br

 

 Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

O boro é um micronutriente importante, pois influencia no crescimento do cafeeiro, participando da divisão celular, do crescimento das células e da parede celular. Os sintomas de carência se apresentam nas folhas novas, que aparecem afiladas, pequenas e com bordas arredondadas.

A deficiência de boro, segundo Franco (1982), causa acentuada redução do sistema radicular pela morte das extremidades das raízes, o que reduz a eficiência do sistema radicular na absorção de água e nutrientes, tornando o cafeeiro mais sensível à seca e prejudicando possíveis respostas às adubações.

Como a maioria dos demais micronutrientes (Mn, Fe, Cu e Zn), a disponibilidade de boro no solo é muito influenciada pelo pH, com menor disponibilização em pHs altos.

PH alto

O pH alto causa às mudas de café uma deficiência múltipla de micronutrientes que são absorvidos por pH mais baixos, além de danos indiretos, como a absorção do cálcio, que depende da disponibilidade de boro. Além disso, observam-se reflexos na pouca matéria orgânica no substrato, lixiviação por água e calagem excessiva.

Por outro lado, o excesso de nitrogênio na adubação e a falta de água podem agravar a deficiência. Deve-se ficar atento à aplicação do calcário, que pode elevar o pH do solo, tornando apenas o molibdênio mais solúvel, mas aumentando a deficiência de Zn, Mn, B, Cu, Fe e Co, que devem ser supridos posteriormente.

Na falta de boro

O Ca, B e Mg são nutrientes pouco móveis na planta, o que significa que a partir do momento que a raiz os absorve ela os transloca para a parte aérea, os quais não se redistribuem para as partes inferiores da planta.

Nessa situação, deve-se evitar a calagem e irrigação excessivas, e não usar semeadura direta quando da aplicação de fertilizantes de liberação lenta, de acordo com a temperatura, preferindo a repicagem de mudas germinadas. Outra dica é complementar com aplicações foliares de macro e micronutrientes.

Boro em nível baixo - FotosTumoruSera
Boro em nível baixo – FotosTumoruSera

Substratos

Os substratos, no geral, não apresentam pH alto, a não ser que o produtor tenha feito solicitação específica. No geral, fica entre 5,5 a 6,5. O que pode ocorrer é o substrato de pH 5,5 ter solubilidade um pouco maior de B do que o de pH 6,5.

O melhor substrato é a vermiculita casca de arroz semicarbonizado + fibra de coco + nutrientes de liberação lenta para café + termofosfato. Quando se usa casca de pinus as mudas amarelecem, sintoma que pode ser confundido com a falta de boro.

Boro em teor adequado alto - FotosTumoruSera
Boro em teor adequado alto – FotosTumoruSera

Cultivares x Eficiência de assimilação

Há deficiência provocada por diferenças em exigência de boro, conforme relata Malavolta (1993), como, por exemplo, as cultivares do germoplasma Catuaí são 26% menos eficiente, isto é, mais exigentes em B, quando comparadas às cultivares do “Mundo Novo“.

Da mesma forma, as novas cultivares derivadas de muitos germoplasmas diferentes, como “Catucai“, “Catimor“, “Sarchimor“, etc., deverão diferir não só em exigência de B mas também de outros minerais, como acontece com “Catua퓝, sendo duas vezes mais eficientes em converter nitrogênio, quatro vezes em fósforo e enxofre, e assim por diante.

Efeito de doenças e pragas

Doenças e pragas alteram a exigência de boro, especialmente as do sistema radicular, como os nematoides, Fusarium solani, Fusarium oxisporum, Xillella fastidiosa. A ocorrência de fusarium nas raízes finas pode apresentar deficiência combinada de B e Zn, além de amarelecimento do topo, que pode ser devido ao menor teor de B, Ca e N.

Recomendação para uso de mudas em sacolas TNT

O tamanho ideal de plantio é de quatro pares de folhas, quando se pode cortar a raiz pivotante. Depois disso, no máximo até seis pares, cortar com lâmina a raiz pivotante ainda fina.

Antes de levar ao campo, mergulhar num tambor com solução de 20-05-20 para nutrição complementar e umedecer bem o substrato da sacola antes de plantar. Procurar semear as sementes de mesmo tamanho, preferindo a repicagem com mudas de mesmo tamanho e diâmetro de caule.

Essa matéria você encontra na edição de fevereiro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

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