Visando altas produtividades, o produtor pode lançar mão de técnicas que podem ajuda-lo a manejar sua lavoura com mais eficiência
A média produtiva das culturas de soja e milho depende muito da regiãoe do sistema que está sendo trabalhado. Na soja, esse Ãndice fica em 50 sc/ha no Brasil, embora haja bons produtores trabalhando com 60 e 70 sacas, em média, em alguns talhões.
Há também os mega produtores de soja que em áreas pequenas chegam a produzir até 140 sacas de soja por hectare. Segundo TarcÃsio Cobucci, produtor, pesquisador e consultor da Integração Agrícola, isso é possível a partir de um conjunto de fatores, como a adaptação da variedade e o clima.
“Se o produtor quer melhorar a sua produtividade, ele precisa melhorar o ambiente de solo dele, que vai depender da matéria orgânica ali existente. A qualidade da matéria orgânica melhora a partir do momento que se faz rotações e introdução de culturas de cobertura. Isso é fundamental para o aumento da produtividade“, ressalta o especialista.
Outro ponto importante é ter uma condição em que a raiz dessa planta consiga explorar em profundidade, o que vai depender da correção profunda que foi feita do solo, principalmente no caso do cálcio.
Dicas importantes
O trabalho de coberturas aliado à aplicação de cálcio com gesso para se fazer um perfil de solo corrigido é fundamental para suportar essas altas produtividades. “O primeiro ponto principal é o clima – chover bem e ter sol na hora certa. Em segundo lugar vem a matéria orgânica do solo, com coberturas, diversificando o processo e fazendo rotação na área“, detalha TarcÃsio Cobucci.
Ele explica que é muito importante que o solo seja descompactado, fator que a matéria orgânica ajudará muito. Também é preciso que o solo seja corrigido em profundidade, com cálcio. Essas são as bases para quem deseja altas produtividades, em qualquer cultura.
A partir daÃ, são trabalhadas as plantas/variedades/espécies mais adaptadas dentro da região. O especialista lembra-se da necessidade de o produtor testar e selecionar as variedades que mostrarem os melhores resultados.
Depois disso, é importante analisar o espaçamento ideal para aquele conjunto de variedades. “Temos que fazer com que a lavoura absorva o máximo de luz possível. Se plantarmos uma lavoura com uma população muito alta, as plantas competirão umas com as outras por luz e a produtividade se perderá nisso. Mas não há uma receita pronta. O espaçamento varia muito, porque existem plantas que são como árvores de natal, enquanto outras são mais eretas, e outras mais abertas na lateral“, pontua TarcÃsio Cobucci.
Na medida certa
Existem métodos que controlam o crescimento da planta para não atrapalhar a entrada de luz na lavoura. “O produtor leva anos para ajustar tudo isso que já foi dito até então. Mas, ajustados todos esses pontos, o próximo passo é partir para o ajuste fino quanto a hormônios e nutrição“, diz o especialista.
Ele ressalta as aplicações de fósforo via foliar ou solo para aumentar o vigor da planta. “Existem hormônios que se aplicam no início do florescimento para aumentar o pegamento de vagens, de nitrogênio também no início do florescimento para aumentar o pegamento e existem aplicações de adubos foliares à base de potássio para aumentar o enchimento de grãos“, exemplifica, garantindo que os produtores que seguiram suas minhas recomendações e essas medidas já estão atingindo altÃssimas produtividades.
Em anos em que a previsão de chuva é maior, a adubação é reduzida, pois nesta época a soja cresce mais. Tudo é muito complexo, e no meio disso tudo, ainda é preciso ter todo o controle de doenças, pragas e plantas daninhas.
Na cultura do milho, a produtividade obtida tem sido de 260 sacas por hectare, atingindo até mais em alguns anos. Por fim, TarcÃsio Cobucci assinala que o resultado final depende de muitas variáveis, mas quanto mais controle o produtor tiver, mais perto estará do sucesso.