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Ácidos húmicos evitam lixiviação de fertilizantes e defensivos

Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL)

nilva@unipinhal.edu.br

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

As substâncias húmicas, ou seja, as huminas e os ácidos húmicos e fúlvicos, são componentes da matéria orgânica dos solos, das águas e dos sedimentos. Além de influenciar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, exercem efeito direto sobre o crescimento e metabolismo das plantas, especialmente sobre o desenvolvimento radicular.

Tradicionalmente as substâncias húmicas têm sido definidas como substâncias de coloração escura compostas de macromoléculas de massa molecular relativamente elevada, formada por meio de reações de síntese secundária a partir dos resíduos orgânicos de plantas, animais e microrganismos.

Os ácidos húmicos e fúlvicos, pelas dimensões coloidais, representam as porções ativas das substâncias húmicas.

Atuação

Os ácidos húmicos e fúlvicos são capazes de propiciar vários atributos benéficos aos solos que, didaticamente, podem ser estudados em três diferentes áreas da ciência: física, química e biologia. Vale ressaltar que tais atributos não agem isoladamente, e sim em sintonia, favorecendo mutuamente o solo.

Os ácidos húmicos interferem diretamente na qualidade física do solo, por promoverem uma aproximação das partículas e, consequentemente, sua união, gerando dessa forma uma maior agregação dos solos.

O processo de agregação dos solos influi diretamente sobre outras características do solo como, por exemplo, a densidade, porosidade, aeração, capacidade de retenção e infiltração de água no solo. Contudo, a agregação é o ponto de partida, sem a qual os demais benefícios para o solo não ocorrem.

Por possuírem cadeias muito grandes, as substâncias húmicas têm alta capacidade de retenção de água, o que colabora para a manutenção de agregados estabilizados nos solos. Sua capacidade de reter água é 20 vezes maior que a dos solos sem matéria orgânica, o que justifica a maior capacidade de plantas sobreviverem melhor em solos com grande quantidade de substâncias húmicas durante o período de déficit hídrico.

Ácidos húmicos melhoram o solo e ajuda no crescimento e enraizamento - Crédito Shutterstock
Ácidos húmicos melhoram o solo e ajuda no crescimento e enraizamento – Crédito Shutterstock

Vantagens

 Os ácidos húmicos favorecem a capacidade de retenção de água e auxiliam na proteção dos solos contra a erosão. Atuam como agentes cimentantes nas partículas do solo em agregados ao se combinarem com os minerais, favorecem a liberação de nutrientes às plantas, como NH4+, NO3 e SO42-, resultantes de sua decomposição.

Por possuírem os grupos carboxilatos e fenolatos, importantes para a estruturação dos solos e nutrição de plantas, retêm os nutrientes, o que faz com que se diminua as perdas por lixiviação, principalmente do nitrato.

Os ácidos húmicos são os responsáveis pela maior parte da CTC de origem orgânica em camadas superficiais do solo, contribuindo, assim, para a retenção de nutrientes no solo.

Efeitos diretos

Os efeitos químicos causados pelas substâncias húmicas no solo estão relacionados com o aumento da disponibilidade de nutrientes para as plantas, o que se concretiza devido às características coloidais das substâncias húmicas. Tal fato atribui às substâncias húmicas características próprias, destacando sua elevada superfície, o que lhes confere alta reatividade, podendo, então, interferir diretamente no pH, efeito tampão, CTC, entre outros efeitos.

Colaboram, assim, para a capacidade do solo em reter e disponibilizar nutrientes adsorvidos a ele, principalmente em relação ao fósforo retido, influenciando, inclusive, na capacidade de troca catiônica do solo.

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Forte aliada

Outra característica inerente às substâncias húmicas no solo é sua capacidade de se ligar a moléculas orgânicas, como as de pesticidas, herbicidas e fungicidas, eliminando resíduos que podem prejudicar a vida microbiológica do solo e promover a contaminação dos recursos naturais, como cursos d’água e lençol freático

Outro aspecto que não se pode ignorar é a influência das substâncias em questão sobre a vida microbiológica do solo ““ extremamente importante para a liberação de nutrientes às plantas e para a fixação de nitrogênio em leguminosas, por exemplo.

A matéria orgânica é a fornecedora de carbono orgânico, que é a fonte de energia dos microrganismos. Produtos à base de substâncias húmicas podem passar de 26% de carbono orgânico total, se apresentando como uma excelente fonte energética para o meio biológico.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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